SANQUIXOTENE DE LA PANÇA | Eleições 2022: uma boa notícia

Paulo Sanchotene
Paulo Sanchotene
Paulo Roberto Tellechea Sanchotene é mestre em Direito pela UFRGS e possui um M.A. em Política pela Catholic University of America. Escreveu e apresentou trabalhos no Brasil e no exterior, sobre os pensamentos de Eric Voegelin, Russell Kirk, e Platão, sobre a história política americana, e sobre direito internacional. É casado e pai de dois filhos. Atualmente, mora no interior do Rio Grande do Sul, na fronteira entre a civilização e a Argentina, onde administra a estância da família (Santo Antônio da Askatasuna).

A Direita chegou para ficar. Os brasileiros votaram na Direita, mais agora que em 2018; ainda que Lula possa ter roubado (!) votos.

Claro que ainda falta muito para a Direita amadurecer como movimento político. Nós não temos canais institucionais sólidos, nem uma base minimamente organizada. Por ora, temos alguns quadros, muita vontade, e seguimos meio perdidos na base do “vamo’ que vamo’”.

Para agravar as coisas, como disse no artigo “Por Que Voto Em Jair”, há todo um arcabouço de instituições, normas, e práticas que agem contra a Direita. Contudo, não há outro jeito. É preciso jogar o jogo com as regras que não permitem que joguemos.

Ainda assim, pouco a pouco, mesmo com nossa inexperiência e desorganização, mesmo com os nossos erros, mesmo com todo um regime contra, estamos avançando. Só não avançamos mais por causa do Lula.

Lula é um caso único e irrepetível. Não vos deixeis enganar pelos números. Não fosse pelo Lula, Bolsonaro teria nadado nesse pleito de braçada. Percebei que o resto da Direita ganhou espaço – ainda que, internamente, tenha ocorrido perdas. Porém, essas derrotas fazem parte do jogo. Se perdemos para nós mesmos, isso ainda é melhor do que perder para os outros. E, ontem, a Direita ganhou mais do que perdeu para os outros.

Para esta eleição vou considerar Direita aqui, principalmente, o PL e o Republicanos. Considero esses apesar de haver quadros noutros partidos, e reconhecendo haver partidos (e.g., Novo e Patriotas) que poderiam também entrar na lista.

Pois os dois partidos juntos terão 140 deputados federais e 16 senadores. A bancada da Direita no Congresso cresceu de 2018 para 2022.

Não só isso, mas candidatos alinhados com o governo federal desmoralizaram as pesquisas de Norte a Sul do país, tanto em eleições para o Senado quanto para os governos estaduais.

No SE e no RN, estados nordestinos, os senadores eleitos, Laércio Oliveira (PP) e Jorge Seif (PL), apoiavam Bolsonaro. Em RO, o senador eleito, Jaime Bagatolli (PL) aparecia em distante quarto lugar na véspera da votação. Outros resultados contrários às pesquisas ocorreram no ES, com Magno Malta (PL); no RS, com Mourão (Republicanos); e em GO, com Wilder Morais (PL).

Sobre os governos, resultados importantes e avessos às pesquisas também ocorreram em diversos estados.

Em SP, Tarcísio (Republicanos) terminou em primeiro lugar e é favorito para conquistar o Bandeirantes. No DF, no RJ, em MG, os candidatos mais próximos a Bolsonaro venceram no primeiro turno. No MS, os dois candidatos classificados para o segundo turno apoiam a candidatura de Bolsonaro. Já no RS, o candidato do Lula ficou de fora da disputa; enquanto no ES, Bolsonaro conseguiu um surpreendente palanque para o segundo turno. Isso sem contar com outros bons resultados da Direita, como as vitórias de Ratinho Jr. (PSD), no PR, e de Ronaldo Caiado (União), em GO.

Há muito o que avançar, e ainda haverá solavancos e tropeços no caminho; mas a Direita brasileira firmou raízes. Alvíssaras!



Nota: o texto sofreu edição após a publicação, mas sem alteração no conteúdo da mensagem.

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