DOSE DE FÉ | Santa Rosalina de Villenueve

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Monja cartuxa, Santa Rosalina de Villenueve era auxiliada por Anjos em seus afazeres domésticos enquanto conversava com Nosso Senhor em momentos de êxtase

Hoje é dia de Santa Rosalina de Villenueve, Abadessa.

Nascida no Castelo de Les Arcs-sur Argens, na Provença, em 1263, Rosalina era filha de um poderoso senhor de muitos principados. Quando sua mãe estava grávida, foi-lhe predito por uma voz: “Você dará à luz uma rosa sem espinhos, cujo perfume embelezará todo o país”. Por isso, ela ganhou o nome Rosalina, e diz-se que desde seu nascimento até depois de sua morte ela exalou um agradável perfume de rosas.

Bem educada na fé pelas Clarissas de Avignon, tornou-se uma menina muito piedosa, sempre a distribuir comida para os pobres. Sua generosidade era tanta, que chegou a fazer escassear os alimentos da despensa do castelo. Certa vez, quando levava pães escondidos em suas roupas, foi flagrada por seu pai, que lhe obrigou a revelar o que levava escondido. Quando ela mostrou-lhe o conteúdo, os pães haviam se transformado em rosas. Este chamado Milagre das Rosas não era incomum, e aconteceu com diversas outras santas piedosas, como Santa Rosa de Viterbo, Santa Isabel da Hungria e sua sobrinha, Santa Isabel de Portugal, além de Santa Zita e Santa Cacilda.

Rosalina queria seguir a vida religiosa, mas seu pai hesitava em permitir. Finalmente, quando ela tinha 25 anos, foi admitida como noviça na Cartuxa de Nossa Senhora de Bertaud, nos Altos Alpes de Provença. Três anos mais tarde, proferiu seus votos perpétuos.

A Cartuxa foi um presente do Céu para Irmã Rosalina, que apreciava o silêncio e a oração. Frequentemente ela se concentrava tanto em suas orações, que entrava em êxtase por horas. Ainda quando noviça, responsável pela cozinha, certa ocasião caiu em uma desse êxtases, mais que especial, pois passou horas conversando com Nosso Senhor. Despertou com a Superiora a repreendê-la por não ter terminado o jantar, mas ambas se surpreenderam com a cena seguinte: havia ali um grupo de Anjos preparando a refeição.

Em 1300, Irmã Rosalina foi designada para suceder sua tia como Priora da Cartuxa. Ela ficou na direção da Casa até 1328, quando pediu para voltar a ser simples religiosa. Faleceu pouco tempo depois, em 17 de janeiro de 1329, aos 66 anos de idade. Cinco anos depois, quando seu corpo foi exumado a pedido do Papa João XXII, foi encontrado incorrupto e com os olhos ainda brilhantes, como se estivesse viva. Santo Eleazar de Villenueve, irmão de Rosalina e àquele tempo Bispo de Digne, extraiu-lhe os olhos e os expôs em um relicário para veneração pública. Tais relíquias, que chegaram a ser veneradas por Luís XIV em 1660, foram preservadas, mudando de local de tempos em tempos, até que se perderem durante a Revolução Francesa. O corpo de Santa Rosalina, embalsamado em 1894, encontra-se hoje na Capela de Santa Rosalina, em Arcs, onde permanece exposto para veneração dos devotos.

Santa Rosalina de Villenueve, rogai por nós!

 

Refeição angelical

Quando Santa Rosalina
preparava-se a ser freira,
da Cartuxa de Bertaud
foi nomeada cozinheira.

Certo dia, na cozinha
um êxtase a arrebatou,
e por horas a noviça
com Jesus conferenciou.

A Madre Superiora,
ao vê-la “sem fazer nada”,
despertou-a de seu transe,
e já tinha preparada

uma bronca sem igual,
quando se surpreendeu
com a cena admirável
que aos seus olhos sucedeu:

bem cheirosa, a refeição
quase pronta se encontrava,
feita por um grupo de Anjos
que no fogão se esmerava.

A Madre louvou aos Céus
em sinal de gratidão,
e na Cartuxa comeu-se
angelical refeição.

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