DOSE DE FÉ | Isabel da Hungria

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

De princesa a mendiga, e daí a santa

Hoje é dia de Santa Isabel da Hungria (1207 – 1231), viúva.

Filha do rei André II, da Hungria, Isabel aos 4 anos foi prometida a Luis IV, duque de Turíngia, na Alemanha, com quem se casou aos 14 anos, e com quem teve três filhos.

Apesar do amor que lhe devotava o marido, sofria perseguição velada na corte, onde era vista como esbanjadora devido à sua caridade com os pobres. Com a morte de Luís IV em uma cruzada, foi expulsa da corte, precisando se abrigar com os filhos em um curral para porcos. Até mesmo os mendigos antes ajudados por ela a insultavam, temerosos de que desagradassem ao tio de seu falecido esposo, agora regente de Turíngia. Foram socorridos, ela e os filhos, por piedosos frades franciscanos.

Com a volta dos companheiros de Luís IV das Cruzadas, Isabel poderia, junto com os filhos, ter seus direitos restabelecidos na corte, mas preferiu renunciar àquela vida para abraçar a Ordem Terceira de São Francisco. Com a herança deixada pelo marido, fundou um convento de franciscanas e ajudou na construção de um hospital. Serviu aos pobres e enfermos até sua morte, aos 24 anos de idade. Santa Isabel da Hungria, rogai por nós!

 

Era uma vez…

 

Era uma vez certa Húngara princesa,

que com um duque príncipe casou,

mas quando ele morreu em santa empresa,

 

seu “felizes pra sempre” terminou:

a pobre foi da corte escorraçada

por gente má que sempre a desprezou,

 

e com os filhos foi, desamparada,

viver com porcos em chiqueiro atroz,

e até a ralé que era antes amparada

 

por ela, contra si fez coro e voz,

impiedosa e sem gratidão qualquer,

mais temerosa do regente algoz

 

que amorosa à benévola esmoler.

No entanto, eis que a Divina Providência

envia uns capuchinhos à mulher

 

e filhos, e com eles tem clemência,

atenuando sua atroz miséria

dos freis fortuita e fiel condescendência.

 

Porém, um dia prega uma pilhéria

em seus algozes o tenaz destino,

e da míngua a ela os filhos cede féria.

 

Mas na alma da princesa toca um sino

que a convoca à pobreza pura e santa,

para servir, nos pobres, ao Deus Trino,

 

e essa ideia, afinal, ela acalanta:

da franciscana Ordem veste o véu,

e vai viver, ao fim de glória tanta,

 

feliz pra sempre com Jesus no Céu.

 


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