SANQUIXOTENE DE LA PANÇA | E agora, o que fazer?

Paulo Sanchotene
Paulo Sanchotene
Paulo Roberto Tellechea Sanchotene é mestre em Direito pela UFRGS e possui um M.A. em Política pela Catholic University of America. Escreveu e apresentou trabalhos no Brasil e no exterior, sobre os pensamentos de Eric Voegelin, Russell Kirk, e Platão, sobre a história política americana, e sobre direito internacional. É casado e pai de dois filhos. Atualmente, mora no interior do Rio Grande do Sul, na fronteira entre a civilização e a Argentina, onde administra a estância da família (Santo Antônio da Askatasuna).

Trabalha e Confia” (Lema do estado do Espírito Santo)


Desde 31 de outubro (meu aniversário, diga-se), os integrantes da Direita brasileira vêem-se diante de uma mesma pergunta: “e agora, o que fazer?” Essa pergunta é a causa tanto do silêncio de Bolsonaro quanto das ações intempestivas de 8 de janeiro último.

Essa pergunta também tem movido a nós aqui da Esmeril, bem como pessoas do quilate de Bruno Garschagen, Thomás Giuliano, e Alex Catharino. Tem movido também a ti, leitor. E é para ti que publico esta coluna hoje.

A melhor resposta que encontrei para tal pergunta foi dada por C.S. Lewis em 1948 num ensaio chamado On Living in an Atomic Age. Ele falava sobre a bomba atômica, algo mais devastador que uma eleição presidencial, mas que serve para o momento em que nos encontramos.

Segue o trecho já devidamente adaptado:

Noutras palavras, não comecemos por exagerar a novidade de nossa situação. Acredite-me, querido senhor ou senhora, você e todos a quem ama já estavam condenados a sofrer antes que Lula fosse eleito: e uma baita percentagem de nós sofreriam bastante de qualquer maneira… É perfeitamente ridículo em começar a choramingar ou a fazer beiço porque os eleitores adicionaram uma fonte extra de sofrimento para um mundo já carregado de tais fontes…

Este é o primeiro ponto a ser feito: e a primeira ação a ser tomada é nos recompormos. Se iremos sofrer, que a causa do nosso sofrimento nos encontre fazendo coisas sensíveis e humanas – rezando, trabalhando, ensinando, lendo, ouvindo música, banhando as crianças, jogando bola, conversando com amigos bebendo cerveja e jogando cartas –, não agrupados como um rebanho assustado e pensando sobre o pior. Eles podem quebrar nossos corpos (um micróbio é capaz disso), mas eles não precisam dominar nossas mentes.

Em suma, o que Lewis nos ensina é similar ao que afirma um velho adágio popular: “aquilo que não tem solução solucionado está.

Façamos diferença sobre o que está a nosso alcance. Tenhamos fé no Espírito Santo. Sejamos capixabas: “Trabalha e confia“!

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