Esposa de D. Diniz e mãe de D. Afonso IV, Santa Isabel de Portugal constitui modelo de caridade, abnegação, sacrifício e compromisso com Nosso Senhor
Hoje é dia de Santa Isabel de Portugal, rainha.
Isabel nasceu em 1270, em Barcelona, no reino de Aragão, na Espanha. Era filha do rei Pedro III de Aragão e de Constança Hohenstaufen, princesa da Sicília. Entre seus antepassados, estão Santa Isabel da Hungria e Santa Iolanda da Polônia.
Em 1281, aos 11 anos de idade, casou-se com o recém-empossado rei de Portugal, D. Dinis, à época com 17 anos. O casamento da jovem rainha de Portugal foi ferido pelo constante adultério de D. Dinis. Ainda assim, Isabel mantinha-se fiel ao sacramento do matrimônio e a seu compromisso como rainha, e tentava conquistar seu marido pela docilidade. Deu dois filhos a ele: Afonso, herdeiro do trono português e futuro rei Afonso IV, e Constança, futura rainha de Castela. Além disso, criou com todo amor, como se fossem seus, todos os filhos naturais do esposo infiel.
De gênio doce e muito piedosa, a rainha Isabel também tinha o dom da diplomacia. Entre 1320 e 1325, interveio para evitar uma guerra parricida, movida pelo infante D. Afonso contra o rei, que dava mostras de favorecer um filho bastardo, o trovador Afonso Sanches, na sucessão do trono. Além disso, também atuou para a concórdia nas disputas entre os reinos de Portugal e Espanha entre os séculos XIII e XIV.
Como rainha, também, praticou inúmeras obras de caridade. Ergueu o Mosteiro de Santa Clara de Coimbra, para jovens piedosas da corte, o Mosteiro Cisterciense de Almoste e o Santuário do Espírito Santo em Alenquer. Em Santarém, fundou o Hospital dos Inocentes, para crianças abandonadas. Distribuía esmolas e ajudava a manter inúmeros hospitais e creches com sua fortuna pessoal. Trabalhava como voluntária nos hospitais de leprosos, onde travava pessoalmente os doentes.
Após a morte de D. Dinis, em 1325, abdicou de seu título de rainha, distribuiu toda a sua fortuna para as obras de caridade que mantinha e retirou-se ao Mosteiro das Clarissas de Coimbra. Viveu os anos seguintes de sua vida em pobreza voluntária, em oração e mortificação, e ainda cuidando dos pobres e doentes. Foi vítima da peste, inclusive, que faleceu em 4 de julho de 1336, em Estremoz.
Primeiro milagre
Em seu testamento, Santa Isabel pedia para ser sepultada no Mosteiro das Clarissas de Coimbra. A viagem era demorada, e no meio do caminho, no calor do verão português, o ataúde começou a abrir fendas pelas quais vazava um líquido, que supunham ser os fluidos do cadáver. No entanto, quando o caixão foi aberto, tudo o que os presentes viram foi o corpo da ex-rainha preservado, vazando um óleo perfumado.
Que o espírito de caridade, abnegação, sacrifício e compromisso com Nosso Senhor dessa santa rainha nos inspire.
Santa Isabel de Portugal, rogai por nós!
O primeiro milagre
Quando Santa Isabel de Portugal
morreu, havia deixado em testamento,
como único pedido terminal,
que fosse feito o seu sepultamento
em um santo mosteiro coimbrão.
No entanto, era preciso viajar
em pleno ardente, abrasador verão,
para ao convento o corpo transportar.
O esquife, no caminho, dilatou,
e dele um fluido pôs-se a escorrer,
e entre o cortejo, pronto se acordou
que era prudente abri-lo para ver.
Então, quando o ataúde foi aberto,
o corpo da rainha, preservado,
com estupefação foi descoberto,
emanando um santo óleo perfumado.
Louvou a Deus, erguendo aos mãos ao céu,
ali presente um piedoso padre,
bendizendo a alma e o nome de Isabel,
rainha santa, em seu primaz milagre.
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