VITOR MARCOLIN | Eleições

Vitor Marcolin
Vitor Marcolin
Ganhador do Prêmio de Incentivo à Publicação Literária -- Antologia 200 Anos de Independência (2022). Nesta coluna, caro leitor, você encontrará contos, crônicas, resenhas e ensaios sobre as minhas leituras da vida e de alguns livros. Escrevo sobre literatura, crítica literária, história e filosofia. Decidi, a fim de me diferenciar das outras colunas que pululam pelos rincões da Internet, ser sincero a ponto de escrever com o coração na mão. Acredito que a responsabilidade do Eu Substancial diante de Deus seja o norte do escritor sincero. Fiz desta realidade uma meta de vida. Convido-o a me acompanhar, sigamos juntos.

Databolha contra a ordem natural

A julgar pela dinâmica das ruas, podemos ver claramente que a opinião da maioria das pessoas é favorável à reeleição. O que não podemos ver com clareza é o porquê da insistência dos institutos de pesquisa em forçar a aceitação de uma possibilidade eleitoral muito divergente dos votômetros de rua. As pesquisas eleitorais, cada vez mais desacreditadas, frequentemente dão voz a uma conjuntura política cujos adeptos – pelo menos aparentemente — são os próprios pesquisadores eleitorais. Inspirado pela própria realidade, alguém rebatizou o Datafolha: “Doravante serás chamado de Databolha”. Justo. O nome cai como uma luva. Se o que leva as pesquisas “oficiais” a tantos e tão vergonhosos disparates é o desespero em função do medo da reeleição, então estamos numa situação periclitante; análoga à do caboclo que, depois do fim da picada, perdeu o facão e o cachorro no mato.  

O atual presidente da República não pode pôr o nariz na rua, no shopping, no aeroporto, no quiosque ou no boteco da vila sem que não seja aplaudido, ovacionado pelo entusiasmo da massa. No contraponto, o seu opositor mais proeminente, se faz a mesma coisa, seu nariz atrai os tomates como se as frutas fossem teleguiadas. Aqui está o temerário da situação: as pesquisas “oficiais” dizem e repetem ad nauseam que este candidato antipático ocupa o primeiríssimo lugar nas prospecções que auferem as intenções de voto. Como? Da minha perspectiva de mero cidadão, de um reles CPF, de mais um dos milhões de portadores de título eleitoral, eu só consigo discernir, muito ao longe, um emaranhado de rabos, de rabos presos. Não tenho acesso – e, honestamente, nem quero — à mixórdia de conchavos políticos que favorecem, frequentemente às custas do dinheiro público, esta ou aquela conjuntura. Mas eu tenho imaginação.  

Não é difícil constatar que a vítima sacrificial das disputas políticas do momento é a virtude cardeal da Justiça. As pessoas não veem o Nove-Dedos com olhos justos. Não. A bem da verdade, só fazem justiça pela metade, o que é equivalente à justiça nenhuma. Deve-se dar a cada um aquilo que lhe é devido. O petista não é apenas um ladrão condenado – e injustamente posto em liberdade; ele é o chefe do Foro de São Paulo, a maior organização criminosa que já atuou na América Latina com o propósito de converter o continente num satélite do Comunismo. Isto significa que o dinheiro que o petista inescrupulosamente furtou do orçamento familiar dos brasileiros foi usado para financiar regimes genocidas. A vileza do Nove-Dedos vai muito além da farra com o dinheiro do contribuinte brasileiro; portanto, chamá-lo de ladrão é, na mais benévola das hipóteses, acusá-lo só da metade dos seus crimes reais.  

O malabarismo do establishment em prol da aceitação do petista é um show à parte, frequentemente digno dos mais inimagináveis absurdos. Àqueles que verdadeiramente amam e se preocupam com o destino da nação é um show de horrores: os símbolos nacionais, como a consagrada bandeira verde & amarela, estão sob o risco iminente da proibição — em alguns lugares a proibição já está em voga. Como assim? Desde quando os símbolos que representam a nação tornaram-se posse exclusiva deste ou daquele partido político? O fato é que qualquer cidadão pode usufruir dos símbolos nacionais como bem quiser – dentro dos limites do respeito e da sensatez, é claro.  

O atual presidente é assaz popular. Daí que, no tocante à propaganda política, ele tem um poder análogo ao toque de Midas: tudo o que lhe cai nas mãos torna-se, mutatis mutandis, símbolo da sua campanha. Normal. Os seus adversários, que não abrem mão da famigerada bandeira vermelha, roem-se de ódio. Mas é um ódio absolutamente descabido; a bandeira verde & amarela está aí para ser hasteada por todos. O azar é de quem não a usa. E o povo está vendo. Nós somos testemunhas dos absurdos, das mentiras, da desonestidade, dos olhares de esguelha, dos cochichos ao pé do ouvido, das garrafas de aguardente com rótulos de água mineral… 

A hierarquia expressa pela ordem natural, que jaz como um indicativo para a unidade por trás da estrutura do real, apresenta-nos alguns princípios que têm a primazia sobre a mera prática política: a morte, a eternidade, o destino da alma, a fé, a religião, a moral… Quem colocaria em dúvida a precedência da preocupação com o destino da própria alma sobre as deliberações político-partidárias? Sim, só um doido completamente varrido de juízo. Parece mesmo que em meio à paixão das discussões políticas a própria dignidade do homem decresce, porque ele é obrigado a ceder aos imperativos da sociedade caída. Mas apesar de tudo, hoje, no Brasil, não é difícil decidir sobre em qual dos dois candidatos à presidência devemos votar. Basta constatar que o lema “Deus, Pátria, Família e Liberdade” jamais é defendido pelo revolucionário Nove-Dedos ladrão e amigo de genocidas. Boa eleição a todos!  

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