SANQUIXOTENE DE LA PANÇA | Pura Covardia

Paulo Sanchotene
Paulo Sanchotene
Paulo Roberto Tellechea Sanchotene é mestre em Direito pela UFRGS e possui um M.A. em Política pela Catholic University of America. Escreveu e apresentou trabalhos no Brasil e no exterior, sobre os pensamentos de Eric Voegelin, Russell Kirk, e Platão, sobre a história política americana, e sobre direito internacional. É casado e pai de dois filhos. Atualmente, mora no interior do Rio Grande do Sul, na fronteira entre a civilização e a Argentina, onde administra a estância da família (Santo Antônio da Askatasuna).

“Vítima da falta de hombridade”


O que o caso de um cão abandonado na estrada nos ensina sobre ser homem?


Fui parar no acostamento da estrada para que um dos filhos pudesse mijar e avistei um cão com coleira azul parado atrás do trilho de proteção. Quando aproximei, ele se assustou e saiu correndo mata a dentro. Não o vimos mais.

Fiquei enojado. Alguém havia simplesmente abandonado o pobre cusco ali à própria sorte.

Ora, quem comete esse tipo de ação sabe que é errado. Caso contrário, não faria às escondidas. Se é errado, então por que fazer?

Entendo que possa ser possível ser necessário se desfazer de um animal-de-estimação. Cuidamos dos cachorros da minha cunhada por mais de dois anos porque ela não podia. Depois, quando ela voltou a poder assumi-los, os devolvemos.

É melhor deixar os animais com quem possa cuidar deles. Mas, presumo, há quem fique com vergonha de se expor por isso. E aí, entre a vergonha e a covardia, opte pela covardia.

É um ato revelador da falta de hombridade de quem o comete. Faz-se isso por pura covardia.

Quando escolhemos o caminho oposto ao da virtude nós nos desumanizamos; e passamos a conta de nossa desumanidade a outro.

Quem sofre pela falta de coragem de alguém é sempre outro.

Para evitar isso, só há uma solução: precisamos ser mais homens.

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