SANQUIXOTENE DE LA PANÇA | A Arte Avisa

Paulo Sanchotene
Paulo Sanchotene
Paulo Roberto Tellechea Sanchotene é mestre em Direito pela UFRGS e possui um M.A. em Política pela Catholic University of America. Escreveu e apresentou trabalhos no Brasil e no exterior, sobre os pensamentos de Eric Voegelin, Russell Kirk, e Platão, sobre a história política americana, e sobre direito internacional. É casado e pai de dois filhos. Atualmente, mora no interior do Rio Grande do Sul, na fronteira entre a civilização e a Argentina, onde administra a estância da família (Santo Antônio da Askatasuna).

“A prole aprisiona a mulher.” (Dária Aleksândrovna)


A Arte avisa. A História ensina. No século XIX, Leo Tostói já testemunhava na sociedade russa aquilo que a Esmeril apresenta este mês como característica na nossa sociedade atual. Compete a nós aprendermos ou não com isso.


A Esmeril deste mês fala da “Cultura da Morte”. Pois, eis que minha falha em teimar em não terminar de ler Ana Karenina acabou ajudando.

O lançamento da revista coincidiu com a minha leitura dos capítulos XVI a XX da Parte VI do clássico livro de Tolstói. Nesse trecho, o escritor russo escreve sobre:

– uma jovem mulher que trata a morte do filho bebê como se fora uma bênção;
– uma mãe (cunhada da Ana) afirmando, apesar do horror daquela opinião e de ter sofrido mal semelhante, haver algo de verdade nessa;
– outra mãe (Ana) admitindo ser supérflua na criação da filha; e
– o fato de o novo (e desnecessariamente luxuoso) hospital que o amante da Ana constrói para a comunidade rural não possuir maternidade.

No século XIX, Leo Tostói já testemunhava na sociedade russa aquilo que a Esmeril apresenta este mês como característica na nossa sociedade atual. E sabe-se muito bem o que ocorreu com a Rússia algumas décadas depois.

¿Estaríamos nós fadados ao mesmo fim?

Não, prezado leitor. Não estamos.

Voegelin gostava de citar uma frase (não me recordo o autor): “Não é porque algo aconteceu que se deve chamá-lo de `Destino’.A Arte avisa. A História ensina. Compete a nós aprendermos ou não com isso.

O próprio livro Ana Karenina é uma história de contrastes. Tolstoi apresenta saídas. Está-se sempre diante de encruzilhadas. No centro da cruz, decidimos o caminho a percorrer.

Não nos seria possível reconhecer o niilismo e a “Cultura da Morte” sem a noção primeira daquilo que essas se opõem. Portanto, sempre se pode escolher o Bem.

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