MURALHA DE LIVROS | Mark Twain, Fulton Sheen, queda da Europa, juristocracia e comunismo

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Destaques mais que especiais são o clássico “Aventuras de Tom Sawyer”, um verdadeiro tesouro do Venerável Fulton Sheen e lançamento da editora O Mínimo

Da literatura infanto-juvenil à juristocracia e ao comunismo, passando pela queda moral da Europa exposta por Brás Oscar e as brilhantes lições de psicologia e espiritualidade de Dom Fulton Sheen, a Muralha de hoje está bastante eclética.

A Editora Pelicano trouxe à lume nesta semana uma edição mais que especial do maior clássico de Mark Twain, Aventuras de Tom Sawyer, que narra as peripécias do garoto Tom e seus amigos pelos arredores do vilarejo de São Petesburgo, às margens do Mississipi, em meados do século XIX. A tradução de Monteiro Lobato, com seus maneirismos únicos, revela-se um diferencial que nos proporciona um duplo prazer, pois em muitos momentos sentimo-nos lendo autor e tradutor, ambos mestres da literatura infanto-juvenil e do humor. Outro diferencial é o próprio trabalho artístico da edição, com uma bela capa e ótimas ilustrações de Augusto Meneghin. Um dos mais bem acabados retratos não idealizados da infância, este clássico de Twain é obra obrigatória a ser lida pelos pequenos e com eles!

A Ecclesiae presenteou-nos com um verdadeiro tesouro do Venerável Fulton Sheen, A Paz na Alma. Neste livro, o admirável Cardeal norte-americano expõe, com sua admirável capacidade de análise à luz da melhor teologia, a miserável condição a que chegou o homem moderno (sobretudo o do pós-guerra), que, esquecendo-se de sua alma imortal, passou a viver centrado em si mesmo e nas coisas do mundo, lotando os consultórios psiquiátricos com suas neuroses e sua eterna sensação de vazio, descontentamento e infelicidade. Mas, como indica o próprio título da obra, Dom Fulton Sheen indica o caminhos a todas as almas perdidas num caos de “ismos” (egocentrismo, hedonismo, materialismo, relativismo) da modernidade: a volta para casa e para os braços de Nosso Pai Amoroso por meio de uma simples e única via: a verdadeira conversão.

E para coroar os lançamentos do Grupo CEDET na semana, a editora O Mínimo lançou ontem mesmo seu sétimo título, O Mínimo sobre a queda da Europa, escrito por Brás Oscar. Neste volume, o ex-correspondente internacional e atual analista político do Jornal Brasil Sem Medo, que morou três anos e meio em Portugal, expõe o cenário de profunda crise moral, espiritual e, consequentemente, política, do velho continente, tomado por ideologias revolucionárias. Definição melhor da obra é dada pelo próprio autor: “Durante dois anos em que fui correspondente internacional, eu mesmo abandonei muitas ideias um tanto românticas que ainda mantinha sobre o Velho Mundo, e pude entender por que a Europa está ruindo, mesmo ainda ostentando tanta riqueza. Este ‘mínimo’ traz algumas observações que escrevi.” 

Dando continuidade à série de obras que denunciam o ativismo judicial no Brasil, a Editora E.D.A. lançou o volume Suprema Desordem: Juristocracia e Estado de Exceção no Brasil, organizado pelas juristas Ludmila Lins Grilo e Cláudia R. de Morais Piovezan. Assim como os livros Inquérito do Fim do Mundo, o apagar das luzes do Direito brasileiro, e Sereis Como Deuses, o STF e a subversão da justiça, o atual lançamento da E.D.A. trata da debacle da justiça brasileira e dos constantes ataques às liberdades, em especial à liberdade de expressão e de opinião. A trilogia que narra a história que se desenrola diante de nossos olhos no Brasil, com jornalistas presos e refugiados, com partidos políticos censurados, em nome da defesa do “estado democrático de direito”.

Com contribuições, além das duas organizadoras, de Emerson Grigollette, Flávio Morgenstern, Rivardo Peake, Sandres Sponholz e Vitor Hugo Vicastro Honesko, o volume traz artigos que analisam o reinado de terror gerado pela juristocracia do STF, que se iniciou com a instauração do inquérito ilegal 4781, em 2019, e, com o auxílio de políticos e imprensa corruptos, descambou na anarquia legal vivida atualmente no Brasil.

Para terminar, a Editora Monergismo lançou o Também eu vivi no comunismo, obra organizada por Ioana Pârvulescu, e que reúne 360 relatos de 95 autores, entre médicos, atores, professores, engenheiros, operários e outros, acerca dos pequenos e grandes tormentos de se ter vivido nos tempos de chumbo da antiga Romênia comunista.

Por hoje, é isto. Cinco belos tijolos para uma Muralha rica e sólida. Fica a dica de sempre: estudem, eduquem-se, enriqueçam seus espíritos, e até sábado que vem!


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