A vitória está próxima, disse Mohammadi.
O Prêmio Nobel da Paz de 2023 foi concedido nesta sexta-feira (6), para Narges Mohammadi, presa por lutar contra a opressão das mulheres no Irã e promover os direitos humanos.
O prêmio de Mohammadi vem após uma onda de protestos que varreram o Irã após a morte sob custódia, há um ano, da jovem curda-iraniana, Mahsa Amini, preso por violar as rígidas regras de vestuário do Irã para mulheres.
Nesta quinta-feira (5), o vídeo da jovem Armita Garavand, de 16 anos, sendo retirada desacordada do metrô após ter sido espancada pela Polícia da Moralidade, viralizou no mundo.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã condenou a concessão do Prêmio Nobel da Paz para Narges Mohammadi, como um movimento tendencioso destinado a politizar o prêmio.
– A ação do Comitê Nobel da Paz é um movimento político alinhado às políticas intervencionistas e anti-iranianas de alguns governos europeus – disse o porta-voz Nasser Kanaani.
Mohammadi, jornalista e ativista de 51 anos, passou grande parte das últimas duas décadas dentro e fora da prisão por sua campanha contra o hijab obrigatório para mulheres e a pena de morte.
Sua luta corajosa veio com enormes custos pessoais. Ao todo, o regime a prendeu 13 vezes, condenou-a cinco vezes e sentenciou-a a um total de 31 anos de prisão e 154 chicotadas.
Ela é vice-presidente do Centro de Defensores dos Direitos Humanos, fundado pela advogada iraniana de direitos humanos, Shirin Ebadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 2003.
– Este prêmio é antes de tudo um reconhecimento do trabalho muito importante de todo um movimento no Irã e a liderança indiscutível de Nargis Mohammadi – disse Berit Reiss-Andersen, presidente do Comitê Nobel da Noruega que anunciou o prêmio em Oslo.
Mohammadi foi homenageada por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos, relatou Reiss-Andersen.
Mohammadi recentemente contribuiu com um artigo para o New York Times, por trás das grades.
Ela é a 19a mulher a ganhar o Prêmio Nobel da Paz e a segunda mulher iraniana, depois que o ativista de direitos humanos Ebadi ganhou o prêmio em 2003.
Mohammadi continua atrás das grades pelos recentes protestos em todo o país pela morte de Amini – ela foi detida pela polícia da moralidade. Isso provocou um dos desafios mais intensos de todos os tempos para a teocracia do Irã, desde a Revolução Islâmica de 1979. Mais de 500 pessoas foram mortas em uma forte repressão à segurança, enquanto mais de 22.000 outras foram presas.
Por fim, que seja um grito de esperança, para chamar a atenção da comunidade internacional e consolidar a luta do povo iraniano por seus direitos humanos fundamentais…
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