MURALHA DE LIVROS | Príncipes entre os demônios deste mundo

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Destaque para obra sobre a crueldade extrema da ditadura comunista chinesa sobre as famílias

Nove tijolos integram esta edição da Muralha, títulos que, entre biografia, história, teologia e grande literatura, versam sobre os mais diferentes assuntos. No entanto, o principal e mais impactante é a compilação de relatos que compõem o livro em destaque na imagem desta matéria, uma obra que mostra como o comunismo chinês revela-se de fato insuperável em sua crueldade, fazendo de seus agentes verdadeiros “Príncipes” entre os demônios de carne e osso que habitam este mundo.

Confira abaixo os lançamentos da semana, e um excelente sábado!

Destaques

Em homenagem ao Dia do Nascituro, o grande destaque da semana é um lançamento do IBESC: Abortos forçados: terror e genocídio pelo Partido Comunista Chinês, de Roberto Lacerda. O livro comprova que o comunismo não matou só 100 milhões de pessoas e quem diz isso está mentindo, ou desconsidera a vida humana.

São 500 milhões de mortos! No mínimo 400 milhões de assassinatos, cometidos entre 1979 e 2023, pelo Partido Comunista Chinês (PCC). Afinal, esse é o número de abortos realizados pela ditadura comunista da China nesse período, como se gaba o próprio ditador Xi Jinping. 

A tragédia piora quando descobrimos que os abortos forçados são comuns, e até mesmo regra; um meio de usar o terror no forte controle social, cultural, religioso e político. Controle através do terrorismo – eufemisticamente chamado “planejamento familiar” – e do genocídio.

Imagine ser uma gestante, estar com sete, oito ou nove meses de gravidez, ter sua casa invadida por agentes do governo, você e seu marido serem espancados, e então ser arrastada para um hospital ou clínica, passar dias sob terror e violência física e psicológica, ter sua assinatura falsificada num termo de consentimento e seu bebê ser assassinado no seu ventre, com uma injeção letal, que o queima de dentro para for. É o caso de milhões de mães chinesas.

Como não é possível compilar todos os casos, Roberto Lacerda inseriu aqueles que descobria quando prestou serviços ao jornal Epoch Times. O livro ficou sete anos aguardando publicação, até que fosse revisado. O autor também verificou se as fontes originais continuam no ar e se houve atualizações, e inseriu outras da mesma época, para melhorar a experiência do leitor.

O volume ainda traz fotos, depoimentos, desabafos chocantes e informações cuja análise realizada pelo autor deveria gerar uma investigação internacional contra o Partido Comunista Chinês, pelas mais graves violações aos Direitos Humanos.

Este livro não deixa quaisquer dúvidas de que o comunismo é a guerra total contra Deus e Sua principal criação.

Confira a seguir o trecho de um dos chocantes relatos que integram o livro:

Era 01 de novembro de 2011, e Wu Yongyuan não sabia o paradeiro de sua esposa, Gong Qifeng. Não era do feitio dessa esposa e mãe desaparecer, abandonar sua família. Wu não imaginava a tragédia que estava para acontecer em suas vidas.

Gong Qifeng fora sequestrada por funcionários do Partido Comunista Chinês em Hunan. Levada contra sua vontade ao Lianyuan Hospital, no qual foi submetida a aborto forçado. O marido descobriu, foi ao escritório local da Secretaria de Planejamento Familiar, mas já era tarde. Seus apelos foram ignorados e a mulher foi mantida no cativeiro por quase dois dias.

A mulher estava grávida de sete meses. Novamente, sete. Não é estranho que aguardem o bebê estar nessa fase para assassiná-lo? Crueldade apenas, ou há algo sinistro por trás? Como tragédias tendem a serem completas, a brutalidade foi tanta – injetaram os abortivos e a deixaram 35 horas agonizando de dor até expelir o seu bebê agonizando -, que Qifeng começou a apresentar sintomas de esquizofrenia.”

O outro destaque da semana é um lançamento da Ecclesiae: Nada além da verdade: minha vida ao lado de Bento XVI, de Georg Gänswein e Saverio Gaeta.

Ninguém conheceu e apoiou mais Bento XVI ao longo do seu pontificado e durante o seu emérito palco do que o seu fiel secretário particular, o Arcebispo Georg Gänswein. O que existiu entre Joseph Ratzinger e Georg Gänswein foi uma longa e significativa relação de profundo respeito e estima recíproca, já que, em 2003, O futuro Papa nomeou o jovem padre alemão como seu secretário pessoal. E depois da eleição do Cardeal Ratzinger como Bento XVI, Dom Georg viveu ainda mais constantemente ao seu lado como seu colaborador mais próximo, mas também confidente e conselheiro, acompanhando-o durante o pontificado e no tempo que se seguiu à sua histórica renúncia em 2013.

Hoje, após o desaparecimento do Papa Emérito, chegou a hora de o atual prefeito da Casa Pontifícia contar a sua própria verdade sobre as calúnias maliciosas e as manobras obscuras que tentaram, em vão, lançar sombras sobre a profissão docente e sobre as ações do Pontífice alemão, e assim dar finalmente a conhecer a verdadeira face de um dos maiores protagonistas das últimas décadas, muitas vezes denegrido injustamente pelos críticos como Panzerkardinal ou “Rottweiler de Deus”. Uma história autêntica e genuína em que, auxiliado pela pena especialista do vaticanista Saverio Gaeta, Monsenhor Gänswein propõe a reconstrução oficial de um período muito particular da história da Igreja Católica, enfrentando também questões sobre acontecimentos enigmáticos, como o dossiê Vatileaks, e os mistérios do caso Orlandi, o escândalo da pedofilia, e as relações entre o Papa Emérito e o seu sucessor, Francisco. 

Confira abaixo um trecho do prólogo escrito por Dom Gänswein:

“Quando, em fevereiro de 2003, o Cardeal Joseph Ratzinger me pediu para ser seu secretário privado, apresentando a minha nova função na Congregação para a Doutrina da Fé, fez notar que ambos éramos apenas “provisórios”. Diante do estupor dos presentes por essa descrição bastante estranha, ele nos explicou que pretendia renunciar quando antes à responsabilidade da Congregação, após ter carregado esse fardo pesado por longos vinte anos. isto era expresso com a palavra “provisório”: ele seria prefeito ainda por um breve período e eu, por consequência, pelo mesmo tempo, seu secretário.

Na verdade, a anunciada provisoriedade se tornou uma presença estável por muitos anos, até sua morte. A partir de 1º de março de 2003, fui o seu secretário pelos próximos dois anos, enquanto era ainda prefeito do ex-Santo Ofício, até a morte do papa João Paulo II em abril de 2005. E continuei sendo-o por todos os anos de pontificado, até sua renúncia em 2013, e também posteriormente, durante os restantes anos de sua vida como “Para Emérito”.

Todas foram experiências da graça que me permitiram conhecer a verdadeira face de um dos protagonistas da história do século passado, muito frequentemente denegrido pela narrativa da mídia e dos detratores que o definiram como ‘Panzekardinal” ou Rottweiler de Deus’ para citar convicção que, na verdade, não expressavam senão a sua profunda fidelidade à Tradição e ao Magistério da Igreja e à defesa da fé católica.”

Outros lançamentos

Pela Vide, Filhos da Revolução: autobiografia do homem ocidental, deEugen Rosenstock-Huessy. O autor concebeu o plano deste livro em 1917, no campo de batalha de Verdun. A Grande Guerra, que outros historiadores tentaram explicar pelos padrões da história anterior, não é, para ele, apenas um novo capítulo a ser acrescentado: um evento dessas dimensões exige que se reescreva toda a história, pois muda a perspectiva sobre o passado e dá início a um novo futuro. Quando a solidariedade entre milhões de homens pregou todos os soldados sobreviventes na mesma cruz da realidade, a história do mundo tornou-se a nossa própria história. Em vez de encará-la como um espetáculo a ser contemplado de fora, Rosenstock-Huessy a lê como a nossa própria autobiografia. Partindo do presente, o audacioso pensador alemão interpreta a história moderna do Ocidente como um único milênio, fundado por uma revolução total, e todas as suas convulsões históricas — como a Revolução Russa, a Francesa, a Inglesa, a Alemã e a Americana, mas também o conflito das investiduras, a guerra entre guelfos e gibelinos e os estados em guerra no Renascimento italiano — são tratadas como o dia presente, o que põe diante dos nossos olhos um legado indiviso, que devemos receber antes que passe e seja enterrado.

Pela Auster, Manifesto da masculinidade, de Ryan Michler. Ao explorar o que chama de “oito virtudes fundamentais da masculinidade”, o autor oferece um guia prático para a realização pessoal, capaz de fazer de um homem um líder autêntico.

Neste livro, os homens são desafiados a buscar um novo sentido, enfrentar o sofrimento com coragem, dedicar-se ao serviço e abraçar o sacrifício como ferramentas para o crescimento e a melhoria do mundo ao seu redor.

Pela Sétimo Selo, Terreno baldio, quinto romance de José Geraldo Vieira publicado pela editora. A obra conta a história de João Paulo, que  em suas memórias dá relato como narrador-testemunha dos principais acontecimentos do século XX: desde o Rio de Janeiro da sua infância, com ar ainda vagamente provinciano e imperial; os anos de formação em colégios europeus, onde se torna um escultor renomado, descrevendo a Europa antes da Primeira Guerra, a Paris entre as duas guerras, os episódios dramáticos da Segunda Guerra; até finalmente o retorno às suas origens cariocas, onde encontra um cenário já bem mudado por uma época de grandes transformações. Ao contar a história objetiva de um terreno baldio da atual Avenida Getúlio Vargas e a história subjetiva do mundo no século passado, José Geraldo Vieira não se limita às fronteiras da simples narração, mas retrata, como só os grandes mestres do romance conseguem, a dura e cruel experiência que o embate das guerras gera nos seres humanos.

Pela Avis Rara, Consenso Inc. O monopólio da indústria da obediência, de Paula Schimitt. A obra trata do cartel informal, mas extremamente coeso entre governos, bancos, mídia e grandes monopólios, que subverte a realidade e recria um mundo artificial, pavoroso, controlado e extremamente lucrativo. Esse cartel ficou explícito na pandemia. Não foi o acaso que fez a imprensa tradicional ter mensagens tão homogêneas e categóricas. Aquela uniformidade não aconteceu porque a imprensa “seguia a ciência”, mas exatamente porque não o fazia. A prova disso está na unanimidade: só uma narrativa forçada e imposta de cima para baixo consegue ser tão embaraçosamente uníssona. Os artigos da autora têm o dom de expandir nossas mentes para uma dimensão da qual não conseguimos mais retroceder. Eles desnudam as ideias, arrancam os véus, permitindo que enxerguemos os fatos como eles são.

Pela Mnēma, História da Filologia, de Ulrich von Wilamowitz-Moellendorff. O livro foi escrito a pedido de Eduard Norden (1868-1941), em poucas semanas, entre 1920 e 1921, e fornece um relato sucinto e muito pessoal dos estudos da Antiguidade desde seus primórdios na própria Antiguidade até o presente do autor. A História foi saudada como uma obra-prima do quiçá mais importante helenista do século XIX e início do século XX, e suas muitas reimpressões e traduções são testemunho de sua popularidade duradoura e da estima em que é mantida até hoje.

Pela Catholica Veritas, Constelações familiares, cura entre gerações, maldições hereditárias e o cristianismo, organizado Padre Pedro Paulo Alexandre, sacerdote exorcista da Arquidiocese de Florianópils.

A obra revela que a cura pela árvore genealógica é uma mistura de postulados de muitas tradições esotéricas, visões de mundo religiosas orientais, com ensinamentos tradicionais da Igreja Católica, sobre as almas dos mortos e seu destino. Ao mesmo tempo, expõe que a crença de que as pessoas herdam os pecados de seus antepassados não faz parte da fé católica. Atenta, então, para a necessidade de s estar alerta contra o uso de maus conceitos, como “pecado geracional” e “cura intergeracional”.

Para os autores que assinam os artigos do livro, a chamada “cura de árvore genealógica” constitui uma prática equivocada do ponto de vista psicológico, e um risco significativo para as almas, visto ser uma prática que e insere entre tantas do movimento New Age, que tanto influencia a cultura contemporânea.

Ainda, O mínimo sobre crise conjugal, em que Marcelo Zanette Torres expõe o mínimo que um casal que realmente se ama pode fazer diante de crises em seus casamentos, valendo-se estratégias para superá-las, transformando-as em oportunidades de crescimento e fortalecimento dos laços conjugais.


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