Para o crítico Otto Maria Carpeaux, Shakespeare, enquanto poeta, é superior a outros gigantes da Literatura, como Cervantes e Goethe
No longínquo 23 de abril de 1616, em Stratford-upon-Avon, um lugarejo localizado no sul da Inglaterra, William Shakespeare morreu. O Bardo de Avon é lugar-comum; sua poesia, porque cristalizou como nenhuma outra a realidade da condição humana, é fonte permanente de inspiração. A Literatura pós-Shakespeare, a Literatura Moderna, está impregnada do seu espírito. Shakespeare está para o mundo anglófono o que Camões está para o mundo lusófono, Cervantes para o hispânico e Dante para o itálico.
Acerca do criador de Romeu e Julieta, o crítico literário Otto Maria Carpeaux, austríaco radicado no Brasil em 1939, escreveu uma série de abordagens críticas. Para hoje, destacamos uma na qual Otto afirma que, na seara poética, William Shakespeare é o maior dentre os maiores.
O que diz Carpeaux?
“(…) Shakespeare, se bem que outros o tivessem igualado em dados momentos, é imensamente superior a todos os dramaturgos da época quando se lhe considera a obra em conjunto. É o maior dramaturgo e o maior poeta da língua inglesa. Enquanto a criação de um mundo poético completo for mantida como supremo critério, é Shakespeare superior a Cervantes, Goethe e Dostoiévski; e só Dante participa dessa sua altura. Enquanto Shakespeare, pela liberdade soberana do seu espírito, está mais perto de nós e de todos os tempos futuros do que o maior poeta medieval, é Shakespeare o maior poeta dos tempos modernos e — salvo as limitações do nosso juízo crítico — de todos os tempos”.
Com informações de CARPEAUX, Otto Maria, História da Literatura Universal, Tomo II, pág. 726.
“Entra no teu peito: bate, e pergunta a teu coração o que sabe ele”.
— William Shakespeare
Esmeril Editora e Cultura. Todos os direitos reservados. 2023