FILOSOFIA INTEGRAL | Artes e Cultura de Massa

A cultura de massa sempre foi criticada, pela intelectualidade, como um rebaixamento cultural. Deu-se, inclusive, o nome de “kitsch” para essa arte submetida a processos industriais e mais preocupada em vender-se.

A lógica do “kitsch” é a mesma de qualquer produto do mercado: busca-se ser consumido pelo maior número de pessoas. E, para isso, padroniza-se o bem, ajustando-a aos desejos do maior número de pessoas.

O problema é que o gosto da multidão é medíocre, porque é equalizado pelo número. Portanto, quanto mais pessoas a arte tem a pretensão de atingir menos sutil e menos requintada pode ser. A necessidade de ser consumida faz dela pobre. Por isso, o “kitsch” é inimigo do gênio.

Nem mesmo a internet, de quem se esperava o impulso do talento independente, conseguiu romper com a lógica “kitsch”. Isso porque o artista pode até não ansiar pelo lucro, mas se move pelo reconhecimento. Exibir-se é o que lhe define.

Por esse motivo, a maioria deles sempre acaba indo em busca de adequar-se aos anseios do público. Nesse processo, quem acaba guiando a cultura é a massa, exigindo que o artista jamais ouse confrontar seu gosto vulgar, sob pena de ser ignorado. Elas dizem o que deve ser apreciado; os artistas apenas o fabricam.

Na verdade, a arte que ousa ser original tem pouquíssima chance de resplandecer, porque se lançará numa floresta cheia de bárbaros, incapazes de reconhecer a diferença estética entre uma escultura de Rodin e um anão de jardim, prontos a consumir tudo como se fossem bananas.

Sobram os pouquíssimos corajosos e autênticos artistas, que lançam trabalhos verdadeiramente independentes e originais. Estes, porém, têm de torcer para que, pelo menos, aquela parcela do público que é capaz de compreendê-los e admirá-los os encontrem e ofereçam o mínimo de reconhecimento que merecem.

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1 COMENTÁRIO

  1. A cultura de massa é assim, medíocre. Sempre vai ser. Por isso que eu não acredito que seja possível formar uma geração de intelectuais, ainda mais nas circunstâncias atuais. Dá sim pra deixar a massa mais inteligente, mas intelectual, aí já é querer demais.

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