Eu reprovei
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Domingo, no jantar, o assunto foi a mentalidade “Quinta Série”. Um tema sempre perigoso. Não acabou bem para mim. Perdi.
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Meu filho mais novo está terminando o 5º ano do Fundamental. Andou levando uns amigos para pousarem lá em casa um par de vezes; a última, na sexta-feira.
Gostaria de avisar os leitores que, se depender da pequena amostra que tive, a 5ª série segue firme, presente, e atuante. A base vem forte. Chê, pelamordedeoz, é SÓ bobagem. Eu, claro, entrei na brincadeira. Como disse aos guris: “o homem até sai da 5ª série, mas a 5ª série jamais sai do homem.”
Domingo, no jantar, estávamos só a família. A conversa enveredou para os quintasserismos experimentados no finde. Certa hora, minha esposa me recriminou (de leve) por ter fomentado o besteirol. Me defendi. Estava ensinando os guris que não é só o pão cacetinho que traz problemas. Por exemplo, no Sul, a bola não QUICA no chão. Ela PICA.
“Paulo!”
– Mas é verdade. E é preciso cuidar que em espanhol, a pronúncia de pizza é “pi… ssa”.
“Paaaauloooo!”
Buenas, nessa hora, já empolgado, cometi um sincericídio:
– Eu também contei para os guris do caso do Giuseppe Camolli…
Um narrador da ESPN, ao vivo, no ar, falou de como estava contente por ter audiência na Itália e mandou um abraço para o Giuseppe Camolli. Me vi obrigado a mostrar o vídeo.
Funcionou. Nós ríamos todos, inclusive ela, da mancada.
“Paulo, eles vão levar isso para o colégio. Se nos chamarem tu vais.”
Me prontifiquei na hora. Ainda acrescentei, se reclamarem ainda conto o caso do jogador de rúgbi francês, o Louis Picamoles.
“Esse não é tão engraçado.”
Realmente não seria tão engraçado, não fosse o fato de o tipo existir. Ele joga na seleção francesa. Tiveram que chamar os comerciais num jornal da ESPN (é sempre na ESPN), porque os apresentadores não conseguiam falar. A 5ª Série bateu de um jeito, e eles mal respiravam às gargalhadas. De novo, mostrei o vídeo.
Aí, cometi o erro fatal. Falei:
– E se reclamarem disso no colégio, vou dizer: “Ele existe. Louis Picamoles. Checa aí. Checa.”
“Hah! O pai disse ‘xeca’!”
E disse, mesmo. A 5ª série venceu mais uma vez. Em meio às risadas gerais, não chamamos os comerciais, mas tivemos que encerrar o jantar.
Nessas horas, só mandando tomar banho para restaurar algo de autoridade.
HAHAHAHAHA! Excelente, Paulo!!
Só fazendo justiça ao meu sobrenome do meio, Pagliaro… e ao espírito quintasserístico do texto…
O senhor Picamoles passa bem? …
Valeu, Ricardo. Teu último sobrenome já foi usado no Senado para uma quinta série.
Muito bom Paulinho !!
Obrigado, tia
Caro Sr. De La Pança obrigado por reviver em nós a 5ª série B.
Realmente a famigerada 5ª série não nos deixa.
Grande abraço e obrigado mais uma vez por ajudar-nos a desopilar o fígado.
Me lembrou de uma professora estrangeira que meu irmão conta que teve na escola, a senhora Bucleta. Tinha voz fina e um apelido “carinhoso” dos aluninhos… hihihihi!
Na verdade eu troquei. O nome era Galina, o apelido era Bucleta, em homenagem ao grande Ari Toledo. Detalhe é que ela mesma não sabia desse apelido, hahaha!
Às ordens, Marco. Foi muito boa a história para não a contar.
HAHAHAHAHA
MELHOR TEXTO DA SEMANA
😊🏆
👏👏👏 Sempre bom um momento desses! Bom e necessário! Desopilar. E não nos enganemos em relação à “sapiência” dos “putos”, como em Portugal se diz.😁
Rubens, rir é sempre o melhor remédio.
Muito bom!!!
Obrigado, Silva.