ENTREVISTA | Uma mineira, um gato fujão e versos encantadores

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Poetisa Susi de Queiroz fala sobre seu livro de estreia pela Editora João e Maria

A Editora João e Maria, que com pouco mais de um ano de existência vem crescendo e se firmando no mercado com um trabalho de excelência, fechou o ano com chave de ouro ao publicar o livro O gatinho fujão e outras poesias, livro de estreia da mineira Susi de Queiroz.

Grande leitora dos clássicos da poesia infantil em língua portuguesa, Susi estreia na literatura como velha conhecida do encanto das palavras versificadas, após uma com uma trajetória de dor, amizade, música e muito trabalho que moldaram seu espírito e seu estro.

Confira a seguir a entrevista que a poetisa gentilmente nos concedeu.


Revista Esmeril: Fale um pouco sobre sua formação como leitora e como escritora.

Susi de Queiroz: Desde criança, sempre gostei muito de ler, e quando estava no curso primário fiz uma redação sobre o Natal que foi enviada por minha professora para ser publicada na seção destinada a crianças do jornal Estado de Minas. Isso foi marcante para mim. Continuei lendo os clássicos da literatura na adolescência e vida adulta, mas acabei indo por outro caminho: me formei em sociologia, fiz mestrado em Administração, entrei no serviço público federal e me tornei auditora de finanças e controle da CGU.

Só havia escrito um conto sobre um episódio da minha infância, que mostrei ao meu marido, Miguel Queiroz, e aos meus irmãos e familiares. Todos elogiaram o conto, mas essa história de escrever só foi retomada após a morte inesperada do Miguel em 2018. Ele era meu melhor amigo, estávamos juntos desde a adolescência. Era músico, professor de flauta-doce, participava de um duo de música para crianças com Eugênio Tadeu (o Rodapião) e havia terminado um livro-CD de arranjos para os cânones de um amigo, o músico venezuelano Andrés Barrios. Como esse projeto era muito importante para ele, com a ajuda dos amigos do meu marido, conseguimos publicar esse livro-CD (“Doce Cânones”) em 2019.

Os venezuelanos vieram ao Brasil para esse lançamento e para realizar oficinas de músicas para professores de educação infantil em Belo Horizonte e em São Paulo, e me pediram para escrever poesias em português para serem musicadas por eles. Foi aí que descobri que essa era a minha vocação. Com a inestimável ajuda e incentivo de Francisco Marques, o Chico dos Bonecos, também amigo do Miguel, comecei a estudar metrificação e ritmo em poesia e as obras de grandes poetas brasileiros e portugueses.

Revista Esmeril: Fale sobre seu livro de estreia, O Gatinho fujão e outras poesias. Como foi o processo de criação e organização dos poemas?

Susi de Queiroz: Como já disse, a partir de 2019 passei a estudar poesia e escrever poemas e mais poemas para crianças. Li alguns deles para minha mãe que estava doente e ela gostou muito – infelizmente ela morreu em fevereiro deste ano. Decidi publicá-los e os enviei para serem lidos pelos filhos de Clarice e Fabio Viana – ela que fora ex-aluna e amiga do Miguel, juntamente com sua irmã, Manoela Barbosa, e que tocaram e cantaram no livro-CD que mencionei.

A reação das crianças foi muito positiva. Assim, resolvi publicá-los por minha conta mesmo (da mesma forma que ocorreu com o livro-CD do Miguel) e pedi uma amiga de São Paulo, Meri, para me indicar um poeta ou editor que pudesse revisar os meus poemas. Ela indicou, por meio do professor Rodrigo Gurgel, Lorena Cutlak e João Filho. Os dois gostaram muito do livro e foram muito generosos comigo. Lorena fez uma revisão muito além de uma simples revisão, me deu ótimas sugestões, pois ela é também poetisa. E João Filho, que é um grande poeta, foi quem enviou o livro para a editora João e Maria. Sou muito grata aos dois.

Revista Esmeril: Você tem planos ou projetos para mais livros?

Susi de Queiroz: Sim. Fiz uma antologia de poesias para crianças pesquisando as obras de grandes poetas brasileiros e portugueses que estão em domínio público. A Editora João e Maria deve publicar essa antologia no segundo semestre de 2024.

E seguirei escrevendo poemas e contos para crianças, se Deus quiser!


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