VITOR MARCOLIN | Eles estão no meio de nós?

Vitor Marcolin
Vitor Marcolin
Ganhador do Prêmio de Incentivo à Publicação Literária -- Antologia 200 Anos de Independência (2022). Nesta coluna, caro leitor, você encontrará contos, crônicas, resenhas e ensaios sobre as minhas leituras da vida e de alguns livros. Escrevo sobre literatura, crítica literária, história e filosofia. Decidi, a fim de me diferenciar das outras colunas que pululam pelos rincões da Internet, ser sincero a ponto de escrever com o coração na mão. Acredito que a responsabilidade do Eu Substancial diante de Deus seja o norte do escritor sincero. Fiz desta realidade uma meta de vida. Convido-o a me acompanhar, sigamos juntos.

Os aliens, a cultura e a Bíblia

Hoje, caro leitor, conversaremos sobre um tema que, depois de alguns anos adormecido, aparentemente voltou à baila. Aparentemente porque, a bem da verdade, o tema nunca deixou de interessar a uma parcela específica da população: a mídia enquanto agente de influência da opinião pública. Refiro-me à agenda alienígena que, para nós, pessoas comuns, surge apenas como um amálgama confuso de relatos de avistamentos de OVNI’s, testemunhos de supostas abduções, filmagens toscas de discos voadores, debates calorosos entre observadores dos fenômenos e os discursos inflamados dos “teóricos da conspiração”.

O conjunto descrito acima refere-se ao prisma através do qual o homem comum enxerga o tema: uma verdadeira mixórdia. A quem este homem comum recorre quando se vê interpelado sobre a possibilidade da existência de vida inteligente para além da órbita baixa da Terra? À mídia. Mas não surpreende. A cultura popular criada entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX, expressada pela literatura e, depois, pelo cinema, herdou a linguagem da ficção científica. Linguagem esta que codificou o novo imaginário “científico” — frequentemente recheado de impossibilidades – e o enxertou no imaginário popular. Daí que nomes como os de Jules Verne, Isaac Asimov, H. G. Wells, Arthur C. Clarke, Georges Méliès, Byron Haskin, Orson Welles, Steven Spielberg e outros soam como autoridade quando o assunto em discussão são os extraterrestres.

Mas quem ou o que são os extraterrestres? Uma resposta coerente é aquela que considera o ponto de vista do questionador e o coeficiente de influência que o seu meio cultural imediato representa. Lembremo-nos de que nosso objeto de estudo é o homem comum. Ora, para ele os alienígenas são aqueles seres dotados de imensa tecnologia a ponto de poder cruzar espaços intergalácticos que nós levaríamos milênios para percorrer – caso dispuséssemos dos meios para fazê-lo. Tais criaturas são capazes também de enviar, desde quaisquer pontos do universo, comandos telepáticos aos seres humanos a fim de influenciar-lhes a conduta sem que eles percebam; ademais, os habitantes de outros mundos são hábeis na abdução de seres humanos, uma experiência singular caracterizada pelo encontro involuntário com os alienígenas do qual o abduzido frequentemente obtém prejuízo. No entanto, apesar do poder de entrar e sair da atmosfera terrestre a qualquer momento, os alienígenas não têm qualquer interesse aparente em revelar-se publicamente aos habitantes da Terra, senão a uns poucos felizardos – ou azarados.

É válido ressaltar que tais criaturas detêm esse conjunto formidável de tecnologia desde muitas eras antes do início dos nossos tempos históricos. Os extraterrestres existem desde antes da criação do mundo e da humanidade. Outro questionamento pertinente é: quais os efeitos dos encontros entre seres humanos e alienígenas? A literatura de ficção científica, o cinema e os inumeráveis relatos apontam para uma única resposta: traumas. As inúmeras visitas dos seres oriundos de outros mundos não produziram nenhum benefício à humanidade, senão temores, doenças, alucinações e confusão. É evidente, portanto, que não faz sentido afirmar, como muitos ufólogos e entusiastas das abduções o fazem, que os alienígenas haviam sido os verdadeiros criadores da vida na Terra – e, portanto, os seus mantenedores e guardiões.  

Ademais, sabe-se que eles, os aliens, revelam-se, durante as suas visitas particulares, sob uma variedade de aparências distintas. Ora, isto implica admitir que as incontáveis “civilizações extraterrestres”, separadas entre si por uma quantidade indecente de anos-luz, súbita e simultaneamente demonstraram interesse em nosso humilde planeta. É mais coerente supor que tais criaturas detêm o poder de se revelar ao homem sob diversas formas, assombrando o pobre terráqueo que sonha com a desventura de uma abdução. Assim, não há razão para distinguir os alienígenas dos demônios mencionados pela Bíblia Sagrada. E a agenda alienígena, cujo avançar é facilmente percebido por quem quer que acesse a internet, aponta para um desfecho igualmente mencionado pela Sagrada Escritura.

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