DOSE DE FÉ | São Pedro de Alexandria

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Patriarca de diversas regiões do Egito entre 300 e 311, São Pedro de Alexandria sobreviveu aos imperadores Diocleciano e Máximo Daia, mas não a seu colega, o herege e cismático Ario

Hoje é dia de São Pedro de Alexandria, Bispo e mártir.

Nascido no século II, Pedro foi sagrado Bispo de Alexandria, no Egito, no ano 300. Estavam sob sua responsabilidade as igrejas do Egito, de Tebaida e da Líbia, e seu episcopado ocorreu em tempos turbulentos e perigosos para os cristãos, durante as perseguições de Diocleciano e Máximo Daia. Ele sobreviveu àqueles cruéis imperadores, mas não teve a mesma sorte com impiedosos membros da própria Igreja.

Por causa das perseguições, muitos cristãos negaram sua fé para preservarem a vida, e depois, arrependidos, buscaram o perdão da Igreja. Em sua jurisdição, o Patriarca Pedro estabeleceu uma série de normas para readmissão daqueles cristãos, com períodos de penitência que duravam de 40 dias a três anos. Enfrentou, por isso, opositores malignos dentro da Igreja. Entre eles, os hereges e cismáticos Melécio e Ario (este último, o mesmo que ainda viria quase a acabar com a Igreja), que denunciaram Pedro às autoridades romanas. Assim, o Patriarca de Alexandria acabou sendo preso e executado em 25 de novembro de 311.

Segundo uma tradição, na véspera de sua execução, São Pedro de Alexandria, em sua cela, teve uma visão de um menino que trajava uma túnica rasgada de alto a baixo. O garoto explicou a Pedro que aquele rasgo representava Ario, que estava dividindo a Igreja, mas que ele não prevaleceria. Assim, o santo Bispo, decapitado pela manhã, morreu em paz.

São Pedro de Alexandria, rogai por nós!

 

A Visão de São Pedro de Alexandria

Em sórdidas intrigas denunciado,
o Patriarca Pedro na prisão
aguardava por sua execução,
quando viu assomar ali ao seu lado

um menino tristonho, que vestia
uma capa rasgada de alto a baixo,
e a contar-lhe, banzeiro e cabisbaixo,
que a Santa Igreja que se dividia

aquele rasgo então representava.
Porém, mudando de ânimo, o exortou
à fortaleza, pois lhe revelou
que aquela divisão que se alastrava,

a Igreja nunca iria derrubar.
Que fosse forte, então, pois no final,
a esmagar para sempre todo o mal,
absoluto iria triunfar

o Augusto Coração da Mãe de Deus.
Respirou renovado o Patriarca,
e vislumbrando já a vindoura barca
que aos Céus o levaria, pelos seus

rezou a derradeira vez, sua alma
encomendou ao Pai, e ao fim do ofício,
foi levado ao extremo sacrifício,
recebeu do martírio a santa palma,

e encerrada na terra a sua história,
sem demora rumou à Eterna Glória.

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