ROBERTO LACERDA | A Falha da Imprensa

Roberto Lacerda
Roberto Lacerda
Roberto Lacerda Barricelli é jornalista, assessor e historiador. Foi correspondente do Epoch Times e colaborador em diversos jornais, como Jornal da Cidade Online, O Fluminense, São Carlos Dia e Noite, Diário da Manhã, Folha de Angatuba e Jornal da Costa Norte

O fim do cartel dos grandes veículos de desinformação leva ao desespero o pior dos panfletos

Há muito tempo o ex-jornal Folha de São Paulo deixou de merecer qualquer resquício de credibilidade, se tornando o pior dos panfletos partidários e ideológicos. Pior que os assumidamente ideológicos e panfletários, pois estes não tentam disfarçar suas intenções e orientações, ao ponto de um se nomear referência em “jornalismo progressista”.

A Falha tenta mascarar seu triste e patético fim, com uma falsa aparência “democrática”, que se desgasta a cada texto grosseiro e desonesto. São tantos, que a tinta dessa pintura desbotou; a ausência de ética é o solvente por excelência do ‘jornalismo’ profissional.

Os conglomerados que por décadas formaram o cartel da grande imprensa perderam o monopólio das “verdades oficiais” e diminuíram sua capacidade de influenciar os rumos da nação, seja numa eleição ou políticas (sic) sociais (sic). A velocidade da informação na nova mídia não pode ser acompanhada; cada indivíduo com um celular e conexão de internet se tornou um possível influenciador e comunicador; e mesmo que não devamos confundir possibilidade com capacidade, pois há idiotas em todos os cantos e lados, a quebra do monopólio da grande imprensa é algo a ser comemorado e que assusta os velhos caciques do setor.

É no mínimo irônico que o ex-jornal – por muito tempo um dos alvos favoritos dos terroristas com trauma do regime militar – faça atualmente o papel da mulher de malandro, como no textículoTSE tira do ar conteúdos jornalísticos, fala em fake news e dá combustível a Bolsonaro“, assinado por Angela Pinho e Géssica Brandino – “seja lá quem forem”.

Opinião dos ‘especialistas’

Parte dos especialistas ouvidos pela Folha avalia que as decisões ferem a liberdade de imprensa. Outros dizem que, num ambiente repleto de desinformação, as medidas se alinham às atribuições da Justiça.

Ilustrando perfeitamente aquilo no qual se transformou o ex-jornal, apresentam um panfleto ideológico contra a liberdade de expressão e clamando por regulação da própria imprensa – leia-se das “redes sociais” -, se baseando na opinião de (sic) especialistas (sic), com supostas divergências, mas que convergem ao mesmo fim Abaixo, a opinião do ‘especialista’ que seria a favor da ‘liberdade de imprensa’ – o termo “liberdade de expressão” só é utilizado com viés negativo atrelado ao presidente Jair Bolsonaro.

Com a censura no tribunal, diz, dá-se munição a Bolsonaro. “Parece uma armadilha que foi construída, e muitos estão caindo nela como patos

Opinião do ‘especialista’ 1

E qual a opinião da ‘especialista’ a favor da censura judicial? Qual a opinião daquela que vê justiça nas ordens de remoção de conteúdo opinativo e jornalístico contra o candidato de esquerda?

Segundo a professora da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, o uso de mídias vistas como hiperpartidárias para produzir conteúdos falsos “faz parte da tática de desinformação da extrema direita

Opinião da ‘especialista’2

Lá vem o jargão! Nada é tão ruim que não possa piorar. Ah, e quando se trata do “jornalismo profissional”, o jargão se torna uma desagradável máxima.

Na avaliação dela, compromisso com a checagem e a apuração dos fatos junto a diferentes fontes, parâmetros usados por mídias de referência, não é seguido por esses veículos

Pára, pára, pára! “Mídias de referência”? Que seriam… A Falha e seus amiguinhos do cartel? Uma opinião nada conveniente e bem distante dos interesses dessa turminha, né? Essa aparência de “veículo democrático” não suporta sequer uma análise básica; o ex-jornal convidou uma ‘especialista’ que defende uma parametrização do trabalho de jornais, jornalistas, influenciadores e até da tia do zap a partir das “mídias de referência”. Mas como obter essa parametrização?

É importante entender como essa estrutura opera, porque tem dinheiro e atores profissionais envolvidos. O ideal seria combater esse tipo de atuação a partir do entendimento dessa estrutura e, claro, ter mais regulação das plataformas digitais.

Ou seja, a ‘especialista’ quer impor um parâmetro aos que chama de “extrema direita”, baseado nos veículos a serviço da esquerda, que na sua neutralíssima opinião são “mídias de referência”. Muito democrático! E que se dane o debate público, a liberdade de expressão, a tal da pluralidade de opiniões etc., pois são táticas da ‘extrema direita’ e que beneficiam o atual presidente na corrida à reeleição (como assume a própria Falha).

Preocupação com a reeleição de Bolsonaro

Autor de sucessivos ataques a jornalistas e veículos de comunicação, o presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a se apresentar como defensor da liberdade de expressão. Nesse contexto, as decisões do TSE têm servido de combustível à narrativa bolsonarista de que o Judiciário persegue o candidato à reeleição

Os cães de guerra do cartel não podem ser respondidos por Bolsonaro ou seus aliados, pois isso é ‘ataque’ a (sic) jornalistas (sic). Claro, mas comemorar a demissão dos ‘profissionais de imprensa ‘ e passar décadas acusando a própria Falha de golpista e cúmplice da ‘Ditadura Militar’ é o suprassumo da tolerância e respeito às liberdades de expressão e imprensa. Bravo!

Também é óbvio que as prisões de Daniel Silveira, Oswaldo Eustáquio e Roberto Jefferson, a ordem de prisão contra o jornalista Allan dos Santos e o fechamento do veículo de comunicação Terça Livre, por “crimes de opinião”, são mera “narrativa bolsonarista”. Ainda combinado com o juiz responsável por todas essas ações, mas que estaria fazendo tudo para beneficiar o presidente! Onde aperto a descarga?

Especialista em credibilidade

Relembremos o que disse a especialíssima ‘especialista’, sobre as tais “mídias hiperpartidárias”: “[…] essa estrutura opera, porque tem dinheiro e atores profissionais envolvidos“. E também que são de ‘extrema direita’ e precisam do parâmetro das “mídias de referência”.

Tento compreender como alguém pode afirmar que o outro espalha “Fake News”, através d’uma acusação sobre estrutura, dinheiro e atores profissionais, que não ofereceu uma mísera prova. Como pode falar em “checagem,” e “parâmetros”, usando a clássica fonte “vozes na minha cabeça; delírios, paranóias etc”? Pior, como pode fazer tudo isso em defesa de veículos hiperpartidários e d’um cartel notoriamente multimilionário, superestruturado e com quadros profissionais assumidamente anti-Bolsonaro? Mais que isso: assumidamente progressistas!

A credibilidade da ‘especialista’ está abaixo de zero. Será uma ‘atriz’ profissional, recebendo dinheiro da estrutura do cartel, para defender tais interesses? Ou o traficante que atende aos usuários da FESPSP precisou colocar bosta de vaca no produto, para suprir as perdas com apreensões recordes no atual governo?

Falha no plano

A Falha destacou essa citação d’uma decisão do presidente do TSE. Mesmo assim, querem a ‘regulação’ das redes sociais. Realmente acreditam que jamais serão afetados por isso? Paralaxe cognitiva ou imbecilidade coletiva? Outros ‘especialistas’ são citados, mas são “mais do mesmo”.

Penso em George Orwell, especificamente na Revolução dos Bichos”, afinal, na régua da Falha e seus ‘especialistas’, alguns bichos são mais iguais do que outros. Os porcos se sentam à mesa para negociar os termos do cartel com os (antigos?) inimigos.

Clamam por “regulação da mídia” à escória que almeja retomar o poder, na figura d’um ditador recém saído da prisão e que apanha até de padre; uma figura nefasta, com histórico de financiar ditaduras e narcoterroristas com o nosso dinheiro.

Querem um Stalin para chamar de seu, mas não passam de Trotskys com a moleira à mostra. Depois não adianta chorar pelo leite de moço… Errr … condensado ejacul…. digo, derramado. Não obterão boas vibrações!


Se liberdade significa alguma coisa, significa o direito de dizer às pessoas o que elas não querem ouvir.

— George Orwell

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