DOSE DE FÉ | Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Nossa Senhora é a Rainha do Brasil, e nenhum presidente será capaz de tirá-la desse trono

Hoje é dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira e Rainha do Brasil.

A história de Aparecida remonta a outubro de 1717, quando o governador da Capitania de São Paulo e Minas, Dom Pedro de Almeida (Conde de Assumar) passava por Guaratinguetá (SP), a caminho de Vila Rica (MG). Como sua passagem pela vila acontecia em uma sexta-feira, o Conde, que era um bom católico, pediu para comer peixe.

A população local preparou uma festa para receber o bom Conde e sua comitiva, e a difícil missão da pesca em uma ocasião de pouco peixe ficou sob responsabilidade de Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves. Os três oraram a Nossa Senhora e lançaram-se ao rio Paraíba, sem grande sucesso na empreitada. Antes de desistirem, na altura do Porto Itaguaçu, João Alves lançou a rede novamente, e o rio lhe entregou uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, mas sem a cabeça. O pescador lançou de novo a rede e, desta vez, pegou a cabeça que se encaixou perfeitamente na pequena imagem. Lançou a rede uma última vez, e a quantidade de peixes que pegaram quase fez a canoa afundar. Foi o primeiro de muitos milagres de Nossa Senhora Aparecida.

A imagem permaneceu por 15 anos na casa de Filipe Pedroso, onde as pessoas se reuniam para rezar a Nossa Senhora da Conceição. Depois, construíram um pequeno oratório em Itaguaçu, que em pouco tempo já não comportava o grande número de fiéis que recebia. Então, Vigário de Guaratinguetá resolveu construir uma capela no morro dos Coqueiros, que ficou pronta em 1745. Mas o número de visitantes não parou de crescer e, em 1834 começaram as obras da igreja que é conhecida hoje como Basílica Velha, dedicada em 1888 (em 1908, passou a chamar-se Basílica Menor).

Basílica Velha de Aparecida
Interior da Basílica Velha de Aparecida

Também em 1888, a Princesa Isabel ofereceu à santa uma bela coroa feita de ouro, enfeitada com rubis e diamantes. Foi nesta ocasião em que a Princesa, sabendo da possibilidade de não vir a ocupar o trono do Brasil, (o que viria a se confirmar com o Golpe da República), ofereceu-o a Nossa Senhora. Em 1904, a imagem milagrosa recebeu a coroa que havia sido doada pela Princesa 15 anos antes. Junto com a coroa, ganhou o manto azul anil, bordado com ouro. Ironicamente, estava presente na ocasião o então presidente do Brasil, Rodrigues Alves. A confirmação oficial de Nossa Senhora como Padroeira e Rainha do Brasil aconteceu em 16 de setembro de 1930, por um decreto de Pio XI.

A devoção a Nossa Senhora Aparecia não parou de crescer, assim como as visitas de romeiros à Sua Imagem milagrosa. Tanto que, em 1955, começou a construção da atual Basílica, consagrada em solenidade presidida por São João Paulo II em 4 de julho de 1980. Hoje ela é a maior Basílica Mariana do mundo.

Catedral Basílica Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, projetada por Benedito Calixto, em estilo neorromântico.

É importante assinalar aqui, por fim, que a condição de Nossa Senhora como Rainha do Brasil deve ser reconhecida sobretudo por nós, seus filhos. Esta Sua realeza parece estar um tanto, amortecida, esquecida, apagada de nossos corações. Mas nunca se esqueçam que a Ela o futuro do Brasil foi confiado duas vezes: em 1822, pelo então Príncipe Regente e futuro Imperador Dom Pedro I, que se ajoelhou diante da imagem milagrosa em reconhecimento de Sua Majestade; e em 1888, por sua neta, a Princesa Isabel, que como já mencionado, confiou a Maria um trono que jamais poderá ser usurpado por qualquer presidente.

A exemplo de nossos antepassados soberanos, ajoelhemo-nos diante de nossa Rainha, e a Ela peçamos:

Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós e pelo Brasil, e livrai-nos do mal do comunismo!

 

Aparecida

 

Aconteceu num Brasil

de três séculos atrás

a história que aqui se traz

da graça primaveril

que Maria aqui nos faz.

 

Felipe, Dinho e João

saíram para pescar,

pra poder alimentar,

de passagem na região,

o bom Conde de Assumar.

 

Não tinha peixe no rio

e a coisa não ia bem:

“Ali, acolá e além,

nada para o senhorio

esta pobre água tem”,

 

disse o Dinho encafifado,

“será que não haveria,

seguindo por esta via,

algum peixe do outro lado?

É rezar para Maria!”

 

Pois foi o que eles fizeram:

o Ave Maria rezaram

e a rede outra vez lançaram,

e que surpresa tiveram:

Maria de lá puxaram –   

 

o corpo, e então a cabeça.

Não havia tambaqui,

mas mexendo aqui e ali,

juntando peça com peça,

a Mãe de Deus lhes sorri!

 

A rede mais uma vez

eles jogaram, e agora

não podiam tirar fora,

tão pesada ela se fez,

com peixe brotando afora.

 

Pelos séculos adiante

muito mais intercedeu

pelo brasileiro Seu

a escurecida radiante

santinha que apareceu

 

no rio por aquele dia.

Obrigado, Mãe querida,

“doçura, esperança e vida”,

abençoai-nos, Maria,

Senhora de Aparecida!


DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Abertos

Últimos do Autor