Mais que curar um sem-número de enfermidades físicas, o Milagre do Sol curou almas, fazendo devotos muitos céticos
Hoje faz 105 anos que ocorreu o Milagre do Sol em Fátima.
Naquele 13 de outubro de 1917, em Sua última Aparição aos pastorinhos Lúcia, Francisco e Jacinta, diante de cerca de 70 mil pessoas que acorreram à Cova da Iria, a Mãe de Deus proporcionou um espetáculo literalmente divino: o sol dançou no céu de Portugal.
A multidão, composta de devotos, curiosos e céticos, literalmente enterrava-se na lama debaixo de uma chuva inclemente (e todos saíram de lá secos e limpos!), mas, tão logo a tempestade cessou, todos puderam testemunhar o milagre que se desdobrou em vários outros: cegos passaram a ver, paralíticos a andar, enfermos os mais diversos foram curados, e, mais importante, ateus passaram a crer. Afinal, era esta a intenção de Nossa Senhora naquele momento: que todos pudessem crer – não à toa, o fenômeno podia ser visto até no céu da Rússia.
Infelizmente, nem todos creram, ou quiserem crer. Os erros da Rússia se espalharam pelo mundo, e as tristes profecias da Rainha do Universo foram se realizando uma a uma desde então. No entanto, Nossa Mãe Misericordiosa também deixou-nos uma promessa: no final, Seu Imaculado Coração Triunfará, e para todos aqueles que forem fiéis a Seu Filho, e que rezarem o Santo Rosário diariamente, há um lugar reservado sob o manto d’Ela nesse triunfo. E ainda, não nos esqueçamos: a fiel devoção à Mãe de Deus chega a Seu Misericordioso Coração, e milagres e maravilhas são então possíveis, como foi a vitória dos cristãos em Lepanto, em 1571, e como foi o Milagre do Sol em 1917. Rezemos sempre nossos Rosários pedindo pelo Brasil, peçamos para que creiam aqueles que não creem, e clamemos:
Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós, e livrai-nos do mal do comunismo!
O Milagre do Sol
Apinhadas na Cova da Iria,
setenta mil pessoas esperavam
pela sexta mensagem de Maria,
enquanto sob a chuva se encharcavam,
quase atolados já no lamaçal
onde até seus joelhos se sujavam,
e em meio àquela chuva torrencial,
caminho iam abrindo os pastorinhos,
ignorando o terrível temporal.
As crianças tomaram seus tercinhos
e todos começaram a rezar,
e em meio à chuvarada e aos burburinhos,
um luzeiro no céu pôs-se a brilhar,
reflexo da luz da Mãe de Deus,
que aos presentes se pôs a aconselhar:
“A Deus não mais ofendam, filhos meus,
aqui se faça uma capela a mim
e o Terço rezem todos dias seus”.
Sumiu então a Mãe de Deus, e assim
expuseram-se as cenas do Rosário
uma por uma, e ornado em carmesim,
no colo de José, o Deus Ternário,
Menino, junto ao pai terreno, o mundo
abençoou em tão glorioso horário,
e no céu ainda escuro, em negro fundo,
nossa Mãe, qual Rainha coroada,
ressurgiu, e escutou-se o Seu jucundo
pedido: “Olhem pro sol”. Maravilhada
as nuvens viu abrindo aquela gente
pra a um sol de brilho intenso dar entrada,
e enquanto o observavam, de repente
a dançar e a bailar se pôs então
o astro, e ao fim da dança, num crescente
e reto movimento em direção
ao povo ele se saiu, pra grande espanto
de muitos, antevendo a colisão.
O medo e o horror nos corações, no entanto,
deram lugar a vívida alegria,
quando o sol se aquietou, luzente e santo.
O evento que se deu naquele dia
por quilômetros foi testemunhado,
e foi prova do amor que tem Maria,
intercessora junto ao Filho amado,
que ao cego deu visão, e voz ao mudo.
De roupas secas e maravilhado
chorava o povo, velho, adulto e miúdo,
aos brados, a louvar, feliz e fiel,
a Jesus, que é princípio e fim de tudo,
e a agradecer à Nossa Mãe do Céu.