MURALHA DE LIVROS | Especial Bento XVI

Última Muralha de 2022 rende homenagem ao querido Papa Emérito, que foi juntar-se a seus amigos no Céu

Na última Muralha de 2022 prestamos uma homenagem ao gigante Papa Emérito Bento XVI, que nesta manhã foi encontrar-se com São João Paulo II, Venerável Pio XII, São Pio X, Bem-Aventurado Pio IX, entre tantos outros admiráveis Santos Padres que já estiveram à frete da Igreja. Indicamos a seguir uma seleção de obras desse grande teólogo, seja como Cardeal Joseph Ratzinger, seja como Papa Bento XVI. Fazemos aqui um agradecimento mais que especial à Editora Ecclesiae, que teve desde os princípios de sua fundação, em 2009, a tradução e a publicação da obra de nosso querido Bento XVI, até então muito negligenciada no Brasil, e à Editora Molokai, que também vem trabalhando em um admirável esforço editorial em torno da produção de Ratzinger/Bento.

As indicações começam com a trilogia Ser Cristão na Era Neopagã, que reúne a maioria dos discursos, homilias, debates e entrevistas concedidas à revista católica italiana 30 giorni nella Chiesa e nel mondo pelo Cardeal Ratzinger no período de 1986 a 2004. O primeiro volume traz uma rica amostra da variedade de temas sobre os quais o teólogo discorreu: a exegese bíblica, a formação sacerdotal e o fundamento bíblico do sacerdócio, bem como a identidade e o papel dos leigos, a função do teólogo e do magistério eclesial, o ecumenismo, a questão da verdade e da consciência, a Encarnação do Verbo, a atualidade de Santo Agostinho, a natureza e as diferentes formas de liturgia – entre outros. No segundo volume, além dos discursos e homilias, também constam extratos de livros, publicados entre os anos 2000 e 2003, que tratam de temas diversos, dentre os quais o status do cristianismo frente às outras religiões, a liturgia (especialmente a orientação da oração litúrgica), a beleza, a relação entre teologia e política, o dia de oração pela paz em Assis. Já o terceiro volume apesenta uma coletânea de entrevistas concedidas pelo Cardeal Ratzinger, entre 1986 e 2003, nas quais se pode perceber claramente uma grande disposição de sua parte para dialogar abertamente com a imprensa, mesmo quando as questões dirigidas a ele não o deixavam numa situação confortável.

Outro título muito interessante de Bento XVI, sobretudo para aqueles que se interessam pelo resgate da música litúrgica, é O espírito da música, em que o Santo Padre destrincha com admirável espírito de distinção os componentes da verdadeira música litúrgica e abre caminho para a urgente resolução da dicotomia “utilitário x transcendente”, que no campo da musicalização do culto a Deus se apresenta como “música pastoral x arte pela arte”. O volume reúne ainda uma série de pequenos textos públicos do Papa sobre a questão da música, não só litúrgica, pelos quais se pode perceber a estreita relação que ele tinha com o assunto.

Para quem estiver interessando em um guia para se orientar a respeito do pensamento do Papa Emérito, recomendamos Bento XVI: um mapa de suas ideias, de Pablo Blanco. A obra oferece um mapa das ideias do gigante da Teologia Joseph Ratzinger/Bento XVI, em um sobrevoo do seu pensamento. Serve como introdução ou auxílio para quem deseja se aproximar do pensamento do grande “pastor alemão”. Oferece ainda um guia bibliográfico da obra e estudos sobre o pensamento de Ratzinger em castelhano.

Outro título que recomendamos é um lançamento recente da Ecclesiae, Sal da terra: o cristianismo e a Igreja Católica no novo milênio, que apresenta uma conversa entre o Cardeal Ratzinger e o jornalista alemão Peter Seewald em que, com as imagens bíblicas do sal da Terra e da luz do mundo indica-se que a Igreja tem uma função de representação: ser sal da Terra pressupõe que nem toda a Terra seja sal. Na obra, Ratizger aponta que a Igreja será uma Igreja de minorias, viverá em pequenos círculos vivos de pessoas realmente convictas e fiéis; mas é justamente por meio disso que ela voltará a ser sal da Terra. Assim, por um lado, a Igreja precisa de flexibilidade para aceitar as atitudes e regras sociais que sofreram mudanças; por outro, ela precisa tanto mais de fidelidade para conservar o que faz com que o homem seja homem, o que preserva a sua dignidade. Ela tem de assegurar isso e mantê-lo aberto ao alto, a Deus; porque só daí pode vir a força da paz neste mundo.

Para terminar, recomendamos a biografia de Ratzinger/Bento, escrita por Peter Seewald, Bento XVI: a vida. Ao longo de sua carreira, Sweeland consolidou-se como um dos escritores mais próximos ao papa Bento XVI, entrevistando-o por horas incontáveis. Essas entrevistas deram origem a quatro livros: O sal da terra (1996), Deus e o mundo (2000), Luz do mundo (2010) e O último testamento (2016). Bento XVI: uma vida, que coroa uma amizade de décadas, consiste na biografia mais completa e atualizada do primeiro Papa do terceiro milênio, narrada por um autor que o conhece como ninguém. O livro compreende seis partes, divididas em dois volumes. A Parte I traz a infância e a juventude do segundo filho de Maria e Joseph, inclusive os anos na Alemanha nazista; a Parte II, os anos como estudante; a Parte III, a atuação de Joseph Ratzinger no Concílio Vaticano II; a Parte IV, os anos como professor universitário e teólogo de primeira grandeza; a Parte V, os anos como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé; a Parte VI, os anos de pontificado. Por fim, o leitor encontrará um Epílogo, que trata dos anos de Bento XVI como papa emérito e que consiste, ainda, de uma seção intitulada “Últimas perguntas para Bento XVI”.

Enfim, caros leitores, é isso. Recomendamos que acessem nossa livraria e procurem também por Bento XVI ou Joseph Ratzinger para buscarem outros títulos do Santo Padre ou sobre ele, vão encontrar materiais bastante notáveis. Peço que rezem pela Igreja, pela alma Bento de XVI, pelo Papa Francisco e pelo Brasil. Um feliz Ano Novo, e até o ano que vem!