Mártir do século III, Santa Columba de Sens teve sua pureza preservada por um urso que montou guarda ao seu lado
Hoje é dia de Santa Columba de Sens, virgem e mártir.
Nascida na Hispânia Romana, no século III, Columba pertencia a uma nobre família pagã, e desde criança rejeitava o paganismo. Por isso, aos 17 anos, fugiu para a região da Gália (França). Estabelece-se primeiro em Vienne, onde foi batizada, e depois fixou-se em Sens.
Quando o imperador Aureliano Lucio Domicio passou por Sens, por ocasião das Guerras Gálicas, ordenou que todos os cristãos fossem presos e julgados. Entre os presos estava a jovem Columba, que por sua aparência de nobreza e sua beleza foi levada à presença do imperador. Aureliano tentou fazê-la abjurar de sua fé, prometendo a ela um proveitoso casamento com um nobre romano. Columba recusou, e foi encarcerada com os demais cristãos.
Certa noite, um soldado tentou estuprá-la em sua cela, mas um urso do Circo, que havia se libertado, apareceu no cárcere e dilacerou o libertino. Depois disso, o animal montou guarda ao lado de Columba, e só se separou dela quando a jovem assim o quis.
Ao saber do que havia ocorrido na prisão, Aureliano ordenou que Columba e o urso fossem mortos na fogueira, mas uma chuva torrencial poupou-os. A jovem, então, sabendo que martírio a chamava, despediu-se do amigo, que fugiu livre para a floresta, e enfim foi decapitada por ordem do imperador. O martírio aconteceu em 273.
A história de Santa Columba de Sens, assim como a de muitos mártires da Antiguidade, parece fantástica, mas é tão verossímil como a de santos recentes, como Padre Pio, por exemplo. Aqueles que tentam atribuir à sua prodigiosa biografia o caráter de lenda não entenderam ainda sobre os propósitos e o poder de Nosso Senhor com os milagres que Ele propicia. Neste último dia de um ano em que a realidade pareceu muitas vezes um pesadelo distópico tirado de uma atormentada, reforcemos nossa crença e nossa confiança em Deus, em Seus desígnios e em Seu poder, e não duvidemos daqueles que Ele escolheu para vivenciarem prodígios para Sua glória diante dos céticos e descrentes. E peçamos à ultima santa desta coluna em 2022:
Santa Columba de Sens, rogai por nós!
O martírio de Santa Columba de Sens
Quando Columba foi aprisionada
por ser fiel cristã, em sua cela
foi por um libertino assediada,
porém o malfeitor não teve trela:
um urso ali surgiu e o estraçalhou,
e se pôs como guarda da donzela.
Assim que soube do prodígio, urrou
de raiva o imperador Aureliano,
e a bela e a fera logo sentenciou
que incineradas fossem num romano
ritual pagão. No entanto, uma incessante
chuvarada apagou seu ímpio plano,
e enquanto o céu ainda coruscante
despejava o aguaceiro sobre a vila,
Columba escutou num breve instante
o seu Anjo Custódio a instrui-la.
Ela então liberou seu urso amigo,
e enquanto ele ia embora, bem tranquila
orou a última vez: “Cristo é comigo!”
Depois, ao fio da espada ela expirou,
e logo despertou no Eterno Abrigo,
para onde, como um pássaro, voou.