MURALHA DE LIVROS | Entre gigantes e poliglotas

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Destaque para lançamento da Vide Editorial sobre a ruína da Europa

Nesta “semana curta” em que, segundo o colega Paulo Sanchotene, começou de fato o ano brasileiro, a Muralha traz uma gigante da literatura norte-americana em tradução inédita no Brasil, um gigante da poesia brasileira, e ainda outro, da história da Igreja. Em destaque, mais uma obra que expõe o fim da linha para o Velho Mundo. Ainda, um guia de aprendizado eficiente de línguas estrangeiras, escrito por um poliglota autodidata.

 Entre gigantes e poliglotas, acompanhe as dicas a seguir e escolha seus tijolos!

Destaque

O destaque da semana é novamente um lançamento da Vide Editorial, A estranha morte da Europa: imigração, identidade, Islã, do comentarista político britânico Douglas Murray. A obra, como já evidencia o título, traz uma precisa análise de Murray sobre a dissolução cultural e consequente morte espiritual da Europa como a conhecemos sob o advento da imigração massiva para o continente (sobretudo de islâmicos, os maiores inimigos da cultura europeia no mundo).

A revolução cultural que minou o cristianismo no velho continente resultou num população moral e espiritualmente enferma, frágil, mimada (como bem lembra o também britânico Theodore Dalrymple), adepta de toda sorte de bobagem ideológica (como o multiculturalismo), refém de políticas estatais e da manipulação midiática, e muito, muitíssimo reduzida numericamente, já sendo suplantada por imigrantes islâmicos em diversas cidades. E, como a tendência é de que a população europeia continue diminuindo cada vez mais, e a islâmica cresscendo (tanto pela imigração como pela reprodução natural, à qual o europeu médio torna-se cada vez mais avesso), e com os atuais e futuros europeus cada vez mais destituídos de sua identidade, o futuro inevitável da Europa é sua morte.

 

Nas palavras dele próprio:

 

“Quero dizer que a civilização que conhecemos como Europa está no processo de cometer suicídio, e que nem a Inglaterra nem qualquer outro país pode evitar esse destino, porque todos aparentamos sofrer dos mesmos sintomas e doenças. Consequentemente, ao fim da vida útil da maioria das pessoas atualmente vivas, a Europa deixará de ser a Europa, e o povo europeu terá perdido o único lugar no mundo que podia chamar de lar.

Sabemos que os gregos de hoje não são as mesmas pessoas que os antigos gregos; sabemos que o inglês e o francês de hoje não são os mesmos de mil anos atrás. E, ainda assim, todos eles são reconhecidamente gregos, ingleses e franceses — e são todos europeus. Nestas e em outras identidades, podemos reconhecer um grau de sucessão cultural: uma tradição que se sustenta com certas características (tanto positivas quanto negativas), costumes e comportamentos. Ora, o problema não é com a aceitação da mudança, mas com o conhecimento de que, quando essas mudanças ocorrem muito rápido ou de forma muito contundente, pode ser que nos tornemos algo novo que nunca quisemos ser.”

Combo “Europa em ruínas” disponível em nossa livraria.

Outros lançamentos

A Sétimo Selo lançou seu segundo título de Flannery O’Connor, uma das maiores escritoras norte-americanas do século XX, Tudo o que sobe deve convergir. O livro reúne nove contos, organizados pouco antes da morte da autora e publicados postumamente em 1965, em que se pode observar, com fascinante riqueza de imagens, o peculiar e decrépito mundo das cidades e terras do Sul dos Estados Unidos, especialmente sua terra natal, a Geórgia. Seus contos narram situações tragicômicas em que se misturam os conflitos raciais, a crueldade do mundo, o apelo da religião e a busca dos homens pela redenção, resultando numa íntima exposição da condição humana.

 

Combo Flannery O’Connor, disponível em nossa livraria

E se falamos em gigantes das letras, o IBESEC lançou nesta semana uma bela edição do poema Sagres, de Olavo Bilac. Composto por nosso “Príncipe dos Poetas” em homenagem aos 400 anos do descobrimento da rota às Índias por Portugal, o poema é uma composição belíssima, que considera a história, principalmente do Infante Dom Henrique, pioneiro na exploração e cujos feitos pavimentaram o caminho às Grandes Navegações. Nesta edição, o IBESEC disponibiliza o poema na ortografia original (século XIX) e atualizado conforme a última reforma da língua portuguesa.

Pela Edições Cristo e Livros, Vida de São Bernardino de Sena, de Paul Thureau-Dangin. Esta biografia de um dos maiores pregadores da história de Igreja, e sem dúvida alguma um gigante da fé no espiritualmente conturbado século XV, envolve a vida do santo desde sua formação, passando pelo início de seu apostolado, suas provações e superações, até seus últimos anos, com atenção especial em suas arrebatadoras pregações e sermões, além da persistente luta para a aprovação da devoção ao Santíssimo Nome de Jesus (da qual ele foi o maior propagador) pela Santa Sé. É sem dúvida uma excelente indicação de leitura para o período da Quaresma.

 

Para terminar, pela Auster, Fluente para sempre: como aprender rapidamente uma língua e nunca mais esquecê-la, de Gabriel Wyner. Poliglota e autodidata, Wyner chegou aos 30 anos dominando seis idiomas, que aprendeu estudando sozinho, alguns minutos por dia ao longo de poucos anos, a partir de um método que ele mesmo criou, e que agora compartilha com o público neste lançamento da Auster.

Começando pela pronúncia, passando pela memorização de palavras e pela repetição estratégica, o método Fluent Forever conduz o aluno pelo aprendizado de qualquer língua de uma maneira fluida, acessível e divertida. Trata-se de um jeito novo e extremamente eficiente de aprender um idioma, embasado pelas descobertas recentes da neurociência e da linguística, que faz com que o aprendiz alcance resultados significativos estudando pouco tempo por dia.

Combo “Domínio da Mente”, disponível em nossa livraria.


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