“No Brasil, tudo começa depois do Carnaval.”
Existem, no mundo, diversas celebrações de “Ano Novo” que diferem da mais comum, a do calendário gregoriano (1/1/2023). Muito se fala do Ano Novo chinês (22/1/2023), mas também há outros como, por exemplo, o judeu (26/9/2022); o muçulmano (30/7/2022); o ortodoxo (14/1/2023); etc.
Um Ano Novo bastante celebrado, porém cujo significado é pouco comentado, é o Ano Novo tupiniquim (22/2/2023) – o nosso! Quando falo “pouco comentado” me refiro ao fato de esse não ser tratado da mesma forma que os outros mencionados.
Isso se deve ao fato de o calendário oficial não o reconhecer; apesar de o costume popular nitidamente respeitá-lo. Não raramente, inclusive, brasileiros desejam “Feliz Ano Novo” uns aos outros na Quarta-Feira-de-Cinzas.
Trata-se, evidentemente, de uma brincadeira. É uma manifestação jocosa. Porém, por trás da piada (batida), há algo de verdade.
Afinal de contas, “no Brasil, tudo começa depois do Carnaval.” E não adianta insistir, reclamar, lutar contra… Começa mesmo.
O ano no Brasil começa na Quarta-Feira-de-Cinzas e termina na terça de Carnaval. Há ainda uma temporada de festividades que coincide com o verão. Essa inicia-se com o Natal.
As festas seguem com o Ano Novo gregoriano, continuam por todo o janeiro, e invadem fevereiro [quando há uma tentativa forçada de reinício dos trabalhos; a qual sempre falha miseravelmente]. Essas só se encerram mesmo com a entrada da Quaresma já praticamente no outono.
Isso é assim do Caboraí ao Chuí, da Seixas a Moa; desde tempos imemoriais. É algo essencialmente brasileiro.
Portanto, seria muito melhor para todo mundo, se o Brasil, ao invés de teimosamente brigar com a realidade, se adaptasse aos seus próprios costumes, respeitando as particularidades de sua própria cultura. Poderia começar reconhecendo seu verdadeiro “Ano Novo”.
É por isso que esta coluna, séria e convictamente, deseja a todos os seus leitores um brasileiríssimo “Feliz Ano Novo”.
Que tenham todos um ótimo 523 d.C.!*
- * “d.C.” – depois de Cabral
Hahaha. Muito bom. Façamos por adotar a data.
o Brasil semprr foi e sempre será.. infelizmente
Por que “infelizmente”?
Obrigado, Rubens.
Feliz Ano Novo!