MURALHA DE LIVROS | Em defesa da liberdade!

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Destaque para obras da Vide Editorial e do Centro Dom Bosco sobre a crise do mundo moderno nos enganos das democracias e na psicanálise freudiana

A Muralha desta semana destaca a crise espiritual mundo moderno na psicanálise freudiana e nas democracias modernas, mas também mostra que parte fundamental do tratamento para tal crise se revela em boas leituras como São Tomás de Aquino, Camões, Stendhal e Chesteron, entre outros. Para lutar por sua liberdade e não se tornar um escravo da maior crise de consciência da História, caro leitor, que tal alimentar seu espírito com as dicas seguir? “Segue o fio!”

Destaques

O primeiro destaque desta semana é um lançamento da Vide Editorial, Liberdade ou igualdade: o dilema da era moderna, de Erik Maria Ritter von Kuehnelt-Leddihn. O livro apresenta uma defesa da liberdade, que, embora tenha bases muito antigas, que remontam a Platão, atualmente é bastante incomum. Kuehnelt-Leddihn argumenta que a democracia traz consigo a semente de um novo autoritarismo. Após colher as previsões de muitos pensadores, desde o século XVIII ao XX, que partilhavam do mesmo temor, o grande cientista político esmiúça as fraquezas e os perigos inerentes à doutrina democrática, e a compara com aquela que acredita ser a forma de governo mais favorável à liberdade: a monarquia. Com base nisso, ao investigar as raízes históricas e intelectuais do Partido Nazista, ele conclui que os regimes totalitários do nazismo, fascismo e comunismo são, ao contrário do que se costuma crer, movimentos democráticos de esquerda, que têm suas raízes na Revolução Francesa e que não visam senão a incitar a revolta e a destruir as velhas formas da sociedade.

Kuehnelt-Leddihn consegue, como poucos autores, escancarar a ilusão e os perigos da democracia moderna, verdadeira tirania das massas, que, seja à esquerda, via coletivismo, seja à direita, via liberalismo, atenta contra as liberdades e transforma o homem, filho de Deus e feito à Sua imagem e semelhança, no moderno escravo chamado “cidadão”.

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Liberdade ou igualdade, se não for o lançamento mais importante da Vide este ano, certamente estará entre os três, e constitui leitura fundamental para se compreender a estrutura do Estado moderno e como cada vez mais ele nos escraviza. Segue um trecho como aperitivo:

Cinquenta e um por cento da população de um país é o suficiente para que um governo totalitário seja instaurado. E esse governo, mesmo que oprima os outros quarenta e nove por cento da população, não perderá sua legitimidade. Um ditador à moda antiga, por sua vez, embora faça proveito de alguns privilégios, só conseguirá mantê-los se interferir de modo contido na vida privada dos cidadãos. Não seria exagero afirmar que o Congresso Americano e a Câmara Francesa detêm muito mais poder sobre a população de seus países do que um Luís XIV ou um Jorge III — cujos corpos putrefatos tremem de inveja dos políticos modernos. Nem em seus mais ambiciosos sonhos, a realeza absolutista do século XVII poderia antecipar metade das medidas autoritárias a que fomos acostumados — além das incontáveis restrições, o governo moderno pode, por exemplo, exigir declaração de renda, matrícula escolar obrigatória, serviço militar, exame sanguíneo pré-marital, e ainda coleta as impressões digitais de cidadãos inocentes.

O outro destaque da semana é do Centro Dom Bosco: O que há de errado com Freud, de Rudolf Allers. A obra, como sugere o título, é focada não apenas em uma demolidora crítica à psicanálise freudiana, mas em análises que a desmascaram enquanto uma das perversões ideológicas modernas que forjaram a mentalidade do Ocidente no século XX, junto com o niilismo nietzschiano e o materialismo marxista – doutrinas, sob certos aspectos, incon­ciliáveis entre si, porém coincidentes na glorificação do homem como ser soberano na imanência, sem vínculos metafísicos com nada para além dele próprio.  

A partir da consideração de que todas as ciências assentam sobre princípios que não lhes pertencem, chamados axiomas, Allers demonstra o quão anticientífica é a pretensão da psicanálise freudiana de explicar não apenas a vida mental dos indivíduos, mas a das coletividades, os fundamentos da religião, as manifestações da cultura e os mais diversos fenômenos sociais, a partir de generalizações insustentáveis na perspectiva filosófica. Inconsciente, repressão, sublimação, resistência, princípio do pra­zer, princípio de realidade, instintos da libido, instintos do ego, com­plexo de Édipo e várias outras teorias freudianas vão mostrando sua inconsistência filosófica ao longo deste livro – que não deixa de dialogar com o lançamento da Vide, no sentido de que ambas as obras contam com excelentes diagnósticos e análises da crise espiritual moderna que nos afetam em todas as áreas de nossas vidas.

Outros lançamentos

Pela Ecclesiae, Os Sete Pecados Capitais, de São Tomás de Aquino, que reúne as Questões de 8 a 15 da obra De malo, do Doutor Angélico. Nesta compilação relativa aos Sete Pecados, São Tomás de Aquino não se centra apenas nos vícios, mas em uma ética das virtudes opostas a esses vícios. E essa ética não está apenas no âmbito natural, como a de Aristóteles, mas depende da ajuda divina, de modo que, com a graça, a débil natureza humana ganha uma nova força para superar os vícios e atingir seu fim devido.

Pela Sétimo Selo, A Cartuxa de Parma, obra-prima de Stendhal que narra a história do jovem e idealista Fabrício del Dongo que, sonhando com a glória e o amor, vai para Waterloo tomado pelo furor de servir a Napoleão. Ambientadas na Itália do século XIX durante o ápice das campanhas napoleônicas, as aventuras de Fabrício se desdobram em uma série de encontros e vicissitudes que levam o jovem a abandonar as hipocrisias da política e as artimanhas da corte para embarcar, sem entusiasmo, na carreira eclesiástica, só encontrando repouso no lugar do silêncio, o espaço simbólico do isolamento e da renúncia: a Cartuxa de Parma. Escrita em apenas 52 dias, A Cartuxa de Parma é obra da maturidade do autor, um romance onde seu gênio criativo irrompe a cada capítulo.

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Pela Editora Senso Comum, Por um mundo melhor: o conservadorismo de G.K. Chesterton, em que Lúcio Antônio de Oliveira expõe um lado cintilante do grande ensaísta britânico: sua filosofia política. Algo não tão aparente como o temperamento cômico, o tema da sociedade desponta em suas ilações como consequência de uma visão de mundo, de uma filosofia da história, como também de uma antropologia específica.

Da Cristo e Livros, A Grande Mãe e Mestra, obra em que o Padre Eduardo Gierster mostra que a Igreja Católica é, de fato, a Mãe e Mestra enviada por Deus, para nos ensinar a verdadeira religião revelada por Seu Filho Unigênito, Nosso Senhor Jesus Cristo.

Fechando a semana, mais um lançamento do IBESEC, Panegyrico de Luís de Camões, discurso do filólogo, historiador, jornalista e ensaísta português José Maria Latino Coelho, lido em sessão solene da Academia Real das Ciências de Lisboa em 9 de junho de 1880, sobre o maior poeta da língua portuguesa de todos os tempos.


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