LEIA NESTA EDIÇÃO丨52

Bruna Torlay
Bruna Torlay
Estudiosa de filosofia e escritora, frequenta menos o noticiário que as obras de Platão.

É mais difícil suportar reconhecer o pior de nós, que dispor-se a buscar nosso melhor. Mas sem a força para entender e aceitar nossa intrínseca miséria, a disposição para o bem esmorece, pois nada como motivos concretos para mantê-la firme e forte. Em resumo, não há prática do bem separada da consciência do mal, razão por que, ao longo dos últimos 4 anos, não foram raras as edições da Esmeril dedicadas ao exame de fatos e coisas ruins, sem as quais nosso autoconhecimento, evidentemente, não poderia avançar. Por isso, nessa compilação de artigos que traz ao nosso encontro o melhor de nós, você encontrará, leitor, tanto a inspiração para agir bem e produzir beleza, como a necessária vacina com relação às trapaças com as quais, não raro, já nos enganamos em algum momento da vida. 

O objetivo dessa edição, disponibilizada também em e-book, é oferecer aos leitores e admiradores da Revista Esmeril recordações especiais. Que personalidades já foram contempladas na breve história dessa revista? Que tipo de ser-humano já elogiamos? Quais são os modelos que apresentamos como horizontes da conduta desde os primórdios, até o presente? Que traços da alma humana despertam entusiasmo genuíno em toda e qualquer pessoa? Por outro lado, que comportamentos, trapaças e invencionices encaramos como pesadelos? O quão fundo no poço rumo ao inferno podemos chegar? Para contemplar essas perguntas, agrupei 17 textos especialmente bons em três capítulos pensados sob medida para reuni-los. 

O primeiro capítulo reúne celebrações de personalidades únicas a atitudes aparentemente comuns, mas profundamente nobre. O que é ser gente, afinal? Eis algo que ficará claro após a leitura do Perfil de Sócrates; a escuta de uma Entrevista com Roberto Mallet a respeito do escritor Gustavo Corção, cujo único romance ele adaptou para o teatro; um breve Ensaio sobre o eterno rival da covardia; um Diálogo sobre a analogia entre santos e heróis, uma Homenagem a pessoas que a merecem e, finalmente, um Conto sobre o cerne da decência genuína.

O segundo capítulo deste livro eletrônico versa a centralidade de criações sublimes na vida de todos nós, razão por que contemplamos inúmeros frutos da síntese entre imaginação humana e realidade concreta. Para começar, sugerimos que releia nosso artigo sobre o gênio do Humor que foi Chico Anysio; não pule a construção de um estereótipo, pensada através de um Perfil do célebre pirata Barba Negra; conheça, por meio de uma Entrevista, o talento do azulejista Jesus Fernandes; divirta-se descobrindo a história do melhor whiskey americano, Jack Daniel’s, notável Patrimônio dos apreciadores da arte chamada destilaria; entenda o que a invenção da família Addams, fenômeno da arte popular, tem a ver com curvas inesperadas na História do cristianismo; aprecie um Conto sobre um dia na vida de um anônimo que ajudou a assentar pilares e colunas da maravilha arquitetônica que é o Coliseu de Roma. 

Por fim, o convite ao autoconhecimento, parte dolorosa de nossa busca pelo melhor de nós, agrega algumas trapaças confessas realizadas pelos ardis humanos e sobre-humanos. Uma lição etimológica sobre o termo “golpe” (segundo a cultura comunista, claro) é seguida por um brilhante Ensaio evocando o Lúcifer de Milton e os redutos infernais de Dante para delinear a face perene da mentalidade revolucionária. Se Conversar é pensar junto, veja lá o que acontece quando um lacerdista e um getulista entram num bar; pensamento sincero ou oposição gratuita? Eis um texto que revela muito sobre a maior miséria nacional – nossa história política. Por fim, recomendamos uma seleção de obras da Sétima arte para ajudar você a reconhecer até que ponto tem a alma livre de delírios, encerrando com um Conto sobre as últimas consequências de uma tentação que nos domina.

O melhor de nós, leitor, envolve a nítida compreensão de nossa intrínseca miséria, sem perder nunca a consciência da nossa inclinação permanente à transcendência, cujos frutos fazem brilhar, no tempo, os vislumbres de eternidade volta e meia descobertos ao longo desta vida.

É sempre boa a leitura temperada de recordações. Portanto, aproveite o melhor de nós, colunistas de sua revista digital de cultura, enquanto relê aquele artigo que você sempre quis “recortar”, para guardar na pasta de recordações. Baixe agora o e-book e bons recortes!

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