LAWRENCE MAXIMO | Análise do discurso do Líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah

Lawrence Maximus
Lawrence Maximus
Mestre em Ciência Política (ESP). Cientista Político, Teólogo e Professor. Especialista em Israel e Oriente Médio.

Nasrallah não é menos cruel do que o Hamas

Pela primeira vez desde que a guerra começou em (7) de outubro, o líder do grupo terrorista Hezbollah, Hassan Nasrallah, rompe seu silêncio sobre o Oriente Médio à beira da guerra regional.

Em uma hora e meia de discurso, Nasrallah negou qualquer conexão com as atrocidades que foram feitas pelo Hamas e a Jihad Islâmica Palestina (PIJ). Porém, dois meses antes dos ataques contra Israel, uma série de reuniões foi realizada em Beirute. Evidentemente, uma autorização dos planos do ataque terrorista; Nasrallah é a ligação entre o mestre iraniano e os executores palestinos (Hamas e PIJ).

Ele elogiou o Iêmen e o Iraque por sua entrada na guerra. Com relação ao Iraque, não temos certeza se ele quis dizer apenas os ataques contra os Estados Unidos no Iraque ou talvez haja algo mais por trás aqui. Afirmou que a vitória dos palestinos é um interesse de todos os países da região, em primeiro lugar um interesse nacional do Líbano. Nasrallah deixou muito claro que o Hezbollah entrou nesta guerra há muito tempo e deixou claro que sua participação muito limitada pode se expandir.

– O que está acontecendo na fronteira libanesa com Israel acontece desde 2006. Todos na fronteira estão expostos aos ataques diários do Hezbollah, das comunidades e dos postos da IDF contra tanques, UAVs, soldados, posições e infraestruturas. O Hezbollah está a levar a cabo uma guerra nesta fronteira e aqueles que estão na fronteira estão cientes disso – afirmou.

Sobretudo, o Hezbollah afirma que conseguiu reduzir as forças das IDF que estão atacando Gaza, uma vez que tiveram que esticar e enviar o dobro das forças na fronteira também; ele vê a evacuação de 60 mil israelenses da fronteira com o Líbano como uma conquista.

Enfatizou que todas as possibilidades na frente libanesa estão abertas, o que significa que ele decidirá quando e como expandir se necessário. Se formos à interpretação, gostaria de destacar dois pontos. Primeiro, Nasrallah tem medo de entrar em uma guerra em grande escala com o Estado de Israel, no entanto, ele está empenhado em participar da campanha, por isso preserva a situação de uma guerra de baixa escala.

Em segundo lugar, ao analisar a política do Hezbollah na fronteira nos últimos anos, depois acrescentar o que acabou de acontecer, claramente, o Hezbollah quer arrastar Israel para a guerra em vez de iniciar a guerra por si só, como o Hamas. Diferente do grupo terrorista de Gaza, a legitimidade dentro do Líbano é muito importante para ele, especialmente em sua própria base política.

Nasrallah não é menos cruel do que o Hamas, apenas mais sofisticado em qualquer caso. Acredito que uma parte do que ele disse é verídico, a realidade na fronteira norte de Israel está insuportável. Uma realidade que Israel não será capaz de aceitar. Os israelenses não poderão aceitar a situação de milhares de pessoas evacuadas de suas casas sem prazo para voltarem. Os mísseis antitanque lançados todos os dias nas comunidades e soldados na fronteira.

Em suma, o ponto principal é que, uma vez terminados com Gaza e uma vez que a campanha no Sul se estabilize (nem mesmo dizendo completamente), Israel terá que encontrar uma maneira, mais severa, para punir o Hezbollah, Nasrallah sabe disso. Por isso, falou sobre a opção de expansão da guerra como uma realidade. Ele colocou Israel em uma situação insustentável, uma situação que Israel não será capaz de tolerar por muito tempo.

Exatamente isso que ele planejava fazer, exatamente isso que desejava alcançar…

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