Destaque para lançamentos das editoras O Mínimo e Livros Vivos
Esta edição da Muralha começa com um importante anúncio: a partir da próxima quarta-feira (7), começa na Livraria da Bruna Torlay nossa Black November, que se estende até o dia 30 deste mês. Obras de alta qualidade com descontos incríveis e só vistos neste mês do ano. Fiquem atentos!
E, entre os lançamentos da semana, atenção especial para os pequenos: uma grande poetisa, pioneira da poesia infantil brasileira, um livrinho sobre o Natal para os mais jovens leitores e, para os pais, uma importante obra sobre a ideologia que pretende perverter o corpo e alma de nossas crianças. Ainda, uma tradução inédita de Aristóteles e uma contundente contestação do Concílio mais problemático da história.
Acompanhe os lançamentos a seguir, e um excelente final de semana!
Destaques
O primeiro destaque vai para O Mínimo sobre Ideologia de Gênero, 34º volume da coleção O Mínimo em que a Professor Paula Marisa expõe o essencial para quem quer compreender essa confusa sopa de gêneros e constructos com a qual nossa sociedade chegou ao ponto de negar a realidade tão evidente da dualidade sexual, permitindo que crianças sejam submetidas a cirurgias e tratamentos invasivos e homens disputem na categoria das mulheres.
Diante dessa situação – que, conforme assinalava o professor Olavo de Carvalho, envolve muito mais um problema de inteligência que uma questão moral –, o mínimo que precisamos fazer é confrontar as narrativas absurdas que permeiam essa ideologia com a verdade. Afinal, a biologia não deixa margem para dúvidas: gênero é sexo, e sexo não é uma construção social, mas uma parte intrínseca da natureza humana.
Confira a seguir um trecho da obra:
“Toda vez que o debate sobre ideologia de gênero vem à tona, eu me lembro da cena de um filme famoso dos anos 90, em português chama-se Um tira no jardim de infância. Nele, Arnoldo Schwarzenegger faz o papel de um tira que se passa por um professor, e como ele precisa descobrir qual das crianças é a que precisa encontrar, começa a investigar a profissão de seus pais; um dos meninos é filho de um ginecologista e solta a famosa frase ‘Meninos têm pênis, meninas têm vagina.’
A constatação de algo tão simples e evidente provocou apenas risadas na turma e nos telespectadores; ninguém se sentiu ofendido, não houve reações de revolta, protestos de justiceiros sociais ou boicote de patrocinadores. Infelizmente, no mundo em que vivemos hoje, uma afirmação como essa pode causar um verdadeiro frenesi em certos meios, incluindo o meio acadêmico, que deveria ser pautado pela ciência. Há, aliás, quem diga que tal afirmação é transfóbica.
Volta e meia deparamo-nos com artigos explicando como homens podem dar à luz e discorrendo sobre o quanto os ginecologistas estão despreparados para lidar com a gravidez masculina. Fico imaginando uma pessoa do século passado lendo esse tipo de coisa. Provavelmente pensaria se tratar de uma piada.”
O segundo destaque é o Livro das crianças: poemas para a infância, de Zalina Rolim, publicado pela Livros Vivos.
Zalina Rolim nasceu em Botucatu (SP), em 1869. Chegou a receber educação domiciliar, incluindo um período com o renomado educador João Köpke. Aos 13 anos, começou a escrever versos, inspirada por autores românticos e parnasianos. Em 1893, lançou seu primeiro livro, O Coração.
Foi vice-inspetora de um jardim de infância, onde por 4 anos trabalhou com crianças, contando-lhes histórias e recitando versos. Contribuiu para a Revista do Jardim de Infância, tornando-se relevante na pedagogia e literatura infantil de seu tempo. Seu segundo livro, o Livro das Crianças, foi publicado em 1897 com apoio do governo, e distribuído nas escolas púbicas.
Ao lado de autores como Presciliana Duarte, Olavo Bilac e Francisca Júlia, Zalina foi uma das pioneiras da poesia infantil brasileira.
Leia a seguir o poema “No mar”, que compõe o volume:
Toalhas verdes, alva espuma,
Areia branca sem fim,
E as ondas, que, de uma a uma,
Vêm quebrar-se ao pé de mim.
Longe, um barco leve, leve,
Cortando o espelho do mar,
Com velas brancas de neve,
Que o vento enfuna a cantar.
E o barco avança ligeiro
Num garbo de quem conduz
Gozo plácido e fagueiro
Das águas a flux.
Vem de outras terras e praias,
Que eu não conheço, e nem sei
Onde assentam suas raias,
Qual seu nome e sua lei.
No largo bojo profundo,
Que lindas cousas não traz!
Vem das plagas de outro mundo?
É mensageiro de paz?
Uma canção, doce e bela,
Voz de marinheiros, vem,
Numa toada singela,
Que afaga o peito e faz bem.
E eu sonho ignotos países;
Céus de esplêndido fulgor;
Vergéis de ricos matizes;
Rios de ingente rumor;
Cidades, palácios, quintas;
Sons de outra língua; outra voz;
Decorações de áureas tintas,
E outros povos como nós...
E a visão prende-se a vista...
E eu sonho - crescer... crescer...
E, olhos de sábio e de artista,
Por todo o mundo estender.
Outros lançamentos
Pela Madamu, Arte da Retórica, de Aristóteles. Esta é a primeira tradução direta do grego, feita no Brasil, dos três livros que compõem o texto. Volume em capa dura, com índice Bekker e tradução de Rodrigo Bravo, a edição tem estudo introdutório e quase 300 notas explicativas.
Como nos explica o tradutor, que também assina o estudo que abre o volume, “Dos tratados aos quais a história nos permitiu acesso, a Arte da Retórica, assim como a Poética, é uma das obras mais célebres do corpus aristotélico […]. Por mais que suas teorizações sobre a Física, a Biologia e outras ciências naturais tenham sido superadas, corrigidas ou refutadas, as reflexões de Aristóteles acerca dos fenômenos humanos são ainda relevantes, e nelas se encontra o ponto de partida de praticamente todas as ciências humanas.”
Pela Castela, A candeia debaixo do alqueire, do Padre Álvaro Calderón.
O livro trata de um dos assuntos mais polêmicos entre os católicos na contemporaneidade, o Concílio Vaticano II, evento que trouxe ao mundo católico algo que seria impensável cem anos antes: a reversão de todo o combate dos papas contra os erros do liberalismo e do subjetivismo modernos, e o triunfo do pensamento liberal nos documentos conciliares.
Em razão de seu ofício, o Padre Álvaro Calderón, professor há trinta anos no Seminário da Fraternidade S. Pio X na Argentina, viu-se obrigado a enfrentar a questão da autoridade doutrinal do Concílio Vaticano II, que é, dentro da crise inaudita que sofre hoje a Igreja Católica, a principal e de certo modo a única que se necessita resolver.
Aplicando todo o rigor do método escolástico da “questão disputada”, o autor considera de forma honesta, e por vezes demasiado honesta, todas as possíveis objeções dos adversários, de maneira que será difícil encontrar um argumento que aqui não seja tratado. E para chegar à solução de tantos novos problemas, ele não hesita em propor novos esclarecimentos doutrinais.
Pela Texugo, o 6⁰ volume da coleção O nome das Coisas: É Natal!, de Ulisses Trevisan, com as sempre encantadores ilustrações de Gisele Daminelli. Neste volume, indicado para leitura compartilhada a partir de 1 ano, e independente a partir dos 3, os pequenos têm contato com dez palavras do campo semântico da festa cristã mais importante do ano junto com a Páscoa. Excelente indicação para este fim de ano.
Confira abaixo a bela ilustração do Presépio: