LAWRENCE MAXIMUS | Schadenfreude pública e o governo Lula: o prazer cômico na desgraça do outro

Lawrence Maximus
Lawrence Maximus
Mestre em Ciência Política (ESP). Cientista Político, Teólogo e Professor. Especialista em Israel e Oriente Médio.

Prazer diante da desgraça alheia

Schadenfreude é um empréstimo linguístico da língua alemã que significa “alegria pelo mal”, ou seja, designa sentimento de alegria ou satisfação perante o dano ou infortúnio de um terceiro. Portanto, schadenfreude, essa palavra da língua alemã, trata-se de um sentimento de prazer diante da desgraça alheia.

Existe uma distinção entre schadenfreude discreta – o sentimento íntimo pessoal – e schadenfreude pública – que se expressa abertamente mostrando escárnio, ironia ou sarcasmo perante a desventura sofrida por um terceiro.

A pública é mais ostensiva e geralmente vem acompanhada de ironia e escárnio. Ora, ocorre que essa estranha satisfação diante do mal que acontece aos outros, não tem a inocência que aparenta.

O Estado do Rio Grande do Sul está enfrentando uma das piores enchentes da sua história. Imagens do rastro de destruição deixadas pelas fortes chuvas impressionam e comovem os brasileiros.

Contudo, nem o presidente nem a maior parte da esquerda nacional admitem que a vida real seja essa — e se admitem não querem mudar um milímetro. Fica-se, então, nessa charada sobre a catástrofe do Rio Grande do Sul.

Ao chegar no RS, Lula gera revolta ao falar sobre futebol – mesmo com o estado gaúcho em calamidade – o esquerdista não poupou declarações irônicas. Logo na chegada, o petista disse estar “torcendo pelo Grêmio e pelo Internacional”. A fala não foi bem recebida pelos gaúchos, tampouco pela imprensa local, que teceu duras críticas.

O sorriso sarcástico do presidente, junto com a sua risadinha sem noção ao ouvir falar de “Plano Marshall” na entrevista coletiva das altas autoridades sobre as enchentes no Rio Grande do Sul – como se estivesse se divertindo com aquilo – revela o fracasso do Estado brasileiro.

Lula montou um Ministério à prova de qualquer tipo de vida inteligente. O povo, muito simplesmente, não quer as coisas que ele quer, ou diz que quer, e defende valores opostos aos do seu governo. É a maioria. Lula, hoje, é a minoria. Contar com Lula, mesmo, é um problema gravíssimo.

É este o “novo normal” do governo Lula. Não vê nada de errado em prometer “R$ 1 bilhão” para ajudar o RS — como se isso fosse um presente sensacional — quando se anuncia que a dívida pública nos primeiros 14 meses da sua gestão aumentou em mais de R$ 1 trilhão.  

No passado, schadenfreude foi escrutinado pelo radar dos pensadores. Freud estudou o tema, antes dele, Schopenhauer já havia se ocupado do assunto. O mais pessimista dos filósofos escreveu que se a inveja é humana, o schadenfreude é diabólico.

Porém, o schadenfreude vai, além disso — e quase encosta no sadismo. Para Nietzsche esse sentimento, mesmo que inconsciente, é uma forma que utilizamos para nos vingarmos de uma situação ou pessoa. Ele inclusive chegou a afirmar que a sua origem é o sentimento de inferioridade.

É necessário lembrar que nas últimas eleições, Jair Bolsonaro obteve a maioria dos votos no Rio Grande do Sul. Ele conquistou 56,35% dos votos válidos, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) recebeu 43,65% dos votos válidos. A diferença entre Bolsonaro e Lula no RS foi de 841.334 votos. Além disso, no segundo turno, Bolsonaro venceu em 375 municípios gaúchos, enquanto Lula venceu em 122.

Em suma, a tragédia no Rio Grande do Sul revela o desserviço do governo Lula e que, no fim das contas, o socorro partiu da ação voluntária dos pagadores de impostos e da iniciativa privada. A união do povo gaúcho e a nação brasileira – com o espírito – de lutar e morrer uns pelos outros.

Lula continua vivendo num mundo que não existe… Não pode dar certo, é claro!

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