Mártir do século III, São Quintino debochava de seus algozes enquanto era torturado das maneiras mais perversas
Hoje é dia de São Quintino, mártir.
Quintino foi um jovem romano que viveu no século III, e que resolveu pregar o Evangelho na Gália (França) com um grupo de amigos. Estabeleceu-se na região de Amiens, onde realizou muitos milagres e converteu muitos pagãos. Acabou sendo preso por ordem do prefeito local, mas foi libertado da prisão por um Anjo, e continuou a pregar no centro da cidade.
Foi preso novamente, e esticado no potro (um cavalete de madeira retangular para esse tipo de tortura), espancado, jogado em azeite, resina e gordura ferventes, mas continuava vivo, e zombando do prefeito, que então ordenou que fossem jogados vinagre, cal e mostarda na boca do jovem. Mas Quintino não era afetado pelas torturas, e continuou a zombaria contra os inimigos de Deus. Irritado, o prefeito ordenou que ele fosse varado por espetos que iam da cabeça à coxa, e que fossem martelados pregos em seus dedos, entre as unhas e a carne. Depois, mandou que o decapitassem. Isso aconteceu por volta do ano 287.
O corpo do jovem apóstolo foi jogado em um rio, onde ficou por 55 anos, até que uma piedosa cristã, que orava às margens daquelas águas pelas almas dos mártires, o encontrou boiando, restaurado e incorrupto, e exalando um suave odor. Ela e outros cristãos deram ao mártir um túmulo honrado, sobre o qual foi construída uma igreja.
Que o ardor missionário, a coragem e o bom humor de São Quintino diante dos inimigos de Nosso Senhor nos inspirem.
São Quintino, rogai por nós!
A São Quintino
Durante as perseguições
do cruel Diocleciano,
saiu a pregar na Gália
Quintino, um jovem romano.
Com inúmeros milagres
e ardorosa pregação
o jovem catequizou
descrentes em profusão.
O prefeito da cidade
mandou sua guarda prendê-lo,
e a lancinantes torturas
puseram-se a submetê-lo.
Esticaram-no num potro
onde foi posto amarrado,
e depois, por vários guardas
foi brutalmente espancado.
Mas um fato curioso
é que o jovem não sentia
os suplícios, e os algozes
tratava com zombaria.
Enquanto ele gargalhava,
escaldaram-no em fervente
azeite com banha e piche,
mas Quintino, alegremente,
ria muito mais ainda,
e com isso, ele logrou
converter a multidão
que aquilo presenciou.
Aflito e encolerizado
com tamanho desrespeito,
com espetos transpassá-lo
determinou o prefeito,
e com requintes cruéis
de punição exemplar,
com longos cravos nas unhas
seus dedos mandou pregar.
Quanto mais o seviciavam,
mais Quintino gargalhava,
e da cara do prefeito
e seus campangas zombava.
Cansado, enfim da chacota,
o prefeito ao fio da espada
mandou que o decapitassem
e encerrou sua risada.
Seu corpo e sua cabeça
num rio foram jogados,
em águas rubras de sangue
dos fiéis martirizados.
Meio século depois,
boiando ele ressurgiu,
incorrupto e restaurado,
nas águas daquele rio
a uma nobre piedosa
que orava pelos cristãos
assassinados nos tempos
de imperadores pagãos.
O corpo exalava aromas
suaves e prazerosos,
e junto com outros fiéis
devotos e piedosos
a mulher ao santo mártir
deu sepultura cristã,
sobre a qual se edificou
mais uma igreja em Aminens.
No Céu, muito agradecido,
orou por eles Quintino,
rogando a Deus que lhes desse
com Ele, o Santo Destino.