DOSE DE FÉ | Santa Inês de Assis

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Santa Inês de Assis fugiu de casa 15 dias depois da fuga de sua irmã, Santa Clara, para seguir com ela o ideal de vida franciscano 

Hoje é dia de Santa Inês de Assis, virgem.

Nascida em Assis, na Itália, em 1198, Inês era irmã de Santa Clara de Assis. Seu nome de batismo era Catarina. Quinze dias após Clara fugir de casa para seguir São Francisco e abraçar seus ideais de pobreza e castidade, Catarina seguiu-a com o mesmo intento. Foi quando adotou o nome de Inês, em homenagem à Santa Inês de Roma, mártir do século IV.

As duas irmãs refugiaram-se no Mosteiro de Santo Ângelo, perto de Assis. Os parentes tentaram resgatá-las, valendo-se inclusive da força bruta. No entanto, nem assim conseguiram. Um tio das duas virgens, Monaldo, rompeu a clausura do mosteiro e tentou levá-las embora, mas não as conseguiu movê-las do lugar – um força muito mais poderosa, do próprio Deus, as “plantava” ali. Enfurecido, ele desembainhou a espada para leva-las nem que fossem mortas. Naquele momento, quando erguia a arma contra Inês, seu braço caiu para o lado, murcho e inerte.

Chegada de Santa Inês de Assis no Convento (1697), de Antônio de Oliveira Bernardes

Em 1212, São Francisco levou as duas irmãs a São Damião, onde pouco tempo depois outras jovens uniram-se a elas, e onde surgiu a Ordem das Clarissas. Em 1220, Inês foi enviada para Florença, onde assumiu a direção da Abadia de Monticelli. Depois disso, ela fundou várias outras casas da Ordem pela Itália afora, até regressar a São Damião em 1253, para cuidar de Clara, que estava doente. Lá, acabou falecendo, também enferma, em 16 de novembro daquele ano, pouco mais de três meses após a morte da irmã, que já havia subido à Glória Eterna em 11 de agosto.

Santa Inês de Assis constitui exemplo de jovem perseverante na fé e auxiliada por Nosso Senhor em seu propósito inabalável. Em sua família, além dela e de Santa Clara, há outras duas mulheres santas: as Bem-Aventuradas Beatriz (irmã de Clara e Inês) e Hortolana de Assis (mãe das três), que também abraçaram a vida das Clarissas depois que Hortolana ficou viúva.

Santa Inês de Assis, rogai por nós!

 

O milagre da espada vencida

Quando Clara de Assis fugiu de casa,
pouco tempo depois seguiu-a a irmã,
que, sentindo em seu peito a mesma brasa,
também queria a perfeição cristã.

Assim, as duas foram abrigadas
por São Francisco dentro de um convento,
cuja clausura foi desrespeitada
por um tio, que, irascível e violento,

à força quis tirá-las do lugar.
No entanto, nada pôde a força bruta,
pois, por mais que as tentasse retirar
do chão, era debalde sua disputa:

estava a batalhar contra o Senhor.
Assim, tomado de ódio ressentido,
inflado de satânico furor,
sacou a sua espada, e, decidido,

ergueu-a contra Inês, sua sobrinha
mais jovem, que impassível se quedou.
Mas quando ia golpeá-la, eis que mesquinha
a força no seu braço se tornou,

e sua espada despencou no chão.
Ao ver o braço inerte e mole, o tio
teve enfim convertido o coração,
e arrependido, rápido partiu.

As duas irmãs de pronto se ajoelharam
e louvaram a Deus, agradecidas
pelo milagre que vivenciaram,
da espada que por Ele foi vencida,

da força incontestável do Senhor,
que Suas filhas salvou com Suas Mercês,
e que pelo poder de Seu Amor
fê-las ser Santa Clara e Santa Inês.

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