Cognominado Taumaturgo devido aos inúmeros e impressionante milagres que operou, São Gregório, Bispo de Neocesareia no século III, chegou a ser apelidado de “Novo Moisés” pelos fiéis de seu rebanho
Hoje é dia de São Gregório Taumaturgo, Bispo.
Nascido em Neocesareia do Ponto (hoje Niksar, na Turquia), em 213, Gregório era de uma família pagã. Estudou Direito e Filosofia, tendo sido discípulo de Orígenes entre 231 e 238, na Escola Catequética de Alexandria.
Pretendia seguir a carreira jurídica, mas acabou sendo eleito Bispo de Neocesareia, na época uma cidade pagã, onde havia apenas 17 cristãos. No entanto, desde o primeiro dia de seu episcopado, foi convertendo aquele povo com suas pregações, exemplo de vida e inúmeros milagres.
Foi pelo sem-número de prodígios que operou, inclusive, que ganhou o cognome de Taumaturgo. Curava multidões de enfermos, previa o futuro, expulsava demônios de possessos, fez mover uma montanha que impedia a construção de uma igreja, fez secar um lago que causava disputa entre dois irmãos, parou a enchente do rio Icus que estava devastando os campos, plantando seu cajado ao longo da borda do rio – seu cajado criou raízes e se transformou em uma grande árvore, que impediu que as águas ultrapassassem seu limites. Por este último milagre, foi chamado por muitos de “Novo Moisés”.
Em 250, enquanto acontecia a perseguição anticristã de Décio, Nosso Senhor poupou São Gregório Taumaturgo do martírio, literalmente camuflando-o e o tornando invisível aos seus perseguidores.
Em 270, quando estava próximo de morrer, São Gregório Taumaturgo foi informado de que em Neocesareia do Ponto havia apenas 17 pagãos, exatamente o inverso do que havia em seu primeiro dia como Bispo, quando eram 17 os cristãos. Bispo Gregório rezou pela conversão daqueles últimos infiéis e pela santificação de seu rebanho, e, feliz, entregou sua alma ao Pai.
São Gregório Taumaturgo, rogai por nós!
São Gregório Taumaturgo contra o dilúvio
Quando as chuvas em Nova Cesareia
o rio Icus fizeram transbordar,
ajoelhou-se até mesmo a gente ateia
e por clemência pôs-se a suplicar.
Gregório, o honrado Bispo da cidade,
a tragédia anunciada foi olhar,
e sem temer a atroz calamidade,
chegou perto do rio, e, concentrado,
orou pela divina piedade.
Então, fincou nas águas seu cajado,
que uma árvore gigante se tornou,
raízes espalhando a todo lado,
tão grossas, que o dilúvio estagnou.
Em torno, embasbacada, toda a gente
que aquela maravilha presenciou
ajoelhou-se e, contrita e penitente,
ao Senhor Jesus Cristo agradeceu,
pois Seu amor parara a grande enchente.
Naquele dia, acreditou o ateu
e à falsa fé renunciou o pagão,
e a Deus Nosso Senhor se converteu
abençoada e imensa multidão.