DOSE DE FÉ | Genoveva

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Genoveva, Padroeira de Paris, teve suas relíquias profanadas durante a Revolução Francesa

Entre os vários santos do dia do Sagrado Nome de Jesus Cristo, escolhi homenagear Santa Genoveva, virgem.

Nascida em Nanterre, nos arredores de Paris, em 422, Genoveva era de família cristã. Quando São Germano, Bispo de Auxerre, passou por Nanterre, predisse aos pais da pequena Genovena, então com 8 anos, que ela seria grande aos olhos de Deus.

Quando criança ainda, Genoveva operou seu primeiro milagre. Sua mãe, confusa na fé, havia ficado cega. A pequena, inspirada por Deus, tirou água de uma fonte, benzeu-a com o sinal da cruz e passou nos olhos da mãe, que foi curada física e espiritualmente.

Aos 15 anos, Genoveva entrou para um convento e fez voto de castidade. Religiosa de hábitos austeros, dedicava-se a orações e penitências pelas almas do Purgatório, dormia no chão e se alimentava apenas duas vezes por semana com pão de cevada.

Quando Genoveva tinha 28 anos, Átila, o Uno, estava prestes a invadir Paris. Ao saber do cerco, a santa animou os parisienses à resistência e se colocou em oração. Não houve luta, pois misteriosamente o bárbaro se afastou e desistiu da invasão.

Genoveva também liderou a construção de uma igreja sobre o túmulo de São Dionísio, primeiro bispo de Paris. Posteriormente, essa igreja tornou-se a Basílica de Saint Denis, onde foram enterrados os reis da França. Também partiu de Genoveva a iniciativa, junto ao rei Clóvis, da construção de uma igreja dedicada a São Pedro e São Paulo, onde ela viria a ser enterrada em 502, aos 89 anos.

Basílica de Saint Denis, Necrópole dos reis da França

Milagre e profanação

Em 1130, Paris foi assolada por uma peste que matou cerca de 1400 pessoas. Os fiéis parisienses começaram a rezar a Santa Genoveva e fizeram uma procissão com suas relíquias pela cidade, acabando de um dia para o outro com a peste. Por isso, ela é considerada Padroeira de Paris.

No ano de 1793, as relíquias de Santa Genoveva foram profanadas e incendiadas pelos revolucionários. A igreja dedicada a ela foi transformada em panteão onde os líderes da Revolução Francesa foram enterrados. Quando se perguntarem por que a Filha Favorita da Igreja chegou ao estado que se encontra hoje, lembrem-se sempre da profanação às relíquias desta santa, que hoje ganha dois poemas.

Santa Genoveva, rogai por nós!

 

Genoveva e sua mamãe

 

A mamãe de Genoveva

de sua fé se descuidou,

e um dia, assim de surpresa,

sua visão se eclipsou.

 

A pobre senhora, cega,

nadinha de nada via:

nem um palmo à sua frente,

nem Jesus e nem Maria.

 

Certo dia, foi um anjinho

à pequena Genoveva

e disse: “Vai buscar água

lá na fonte e à tua mãe leva!”

 

Obedeceu a pequena,

e inspirada por Jesus,

com a água abençoada

à mamãe deu nova luz.

 

Genoveva, que benditos

teve tantos dotes teus,

roga por nós e preserva

nossa visão junto a Deus!

 

A Santa Padroeira de Paris

 

Lá pelo meio da Idade Média

assolava Paris uma doença,

porém o povo, firme em sua crença,

da situação tomou a justa rédea:

 

sem a peste temer, saiu às ruas

co’as relíquias de Santa Genoveva,

e orando foi a parisiense leva,

fiel a Deus e às esperanças Suas.

 

Do dia para noite, então, se viu

espantoso milagre acontecer:

a peste de Paris, sem mais, sumiu,

 

e a Genoveva fez-se promover,

depois daquele dia tão feliz,

a Santa Padroeira de Paris.


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