DOSE DE FÉ | Bem-Aventurados Dionísio da Natividade e Redento da Cruz

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Militares convertidos a carmelitas, os Beatos Dionísio da Natividade e Redento da Cruz foram martirizados em missão na qual empunhavam a cruz e a espada ao mesmo tempo

Hoje é dia dos Bem-Aventurados Dionísio da Natividade, sacerdote, e Redento da Cruz, religioso, mártires.

Dionísio nasceu em 1600, em Flandres, com o nome de Pierre Berthelot. Com 12 anos de idade tornou-se marinheiro. Aos 20, passou a servir na armada holandesa, que posteriormente trocou pela de Portugal, onde foi promovido a cosmógrafo e piloto-mor. Mas os rumos de sua via foram alterados quando conheceu o carmelita Frei Filipe da Santíssima Trindade. Tocado pelo testemunho de fé do religioso, Pierre acabou por abandonar a vida no mar e vestir o hábito carmelita, mudando seu nome para Frei Filipe da Natividade.

Redento nasceu em 1598, em Cunha, em Portugal, com o nome de Tomás Rodrigues da Cunha. Filho de nobres, também seguiu carreira militar, destacando-se como soldado na Índia, para onde havia embarcado aos 19 anos de idade, sendo promovido a Capitão. Em Tata, no Reino de Sinde (hoje, região do Paquistão), conheceu os Carmelitas Descalços, e acabou abandonando a vida militar e se juntando à Ordem, com o nome de Redento da Cruz. Em 1620, foi enviado para o Convento do Carmo em Goa, onde em 1635 os caminhos dos dois Freis se cruzaram.

Em 1636, os Holandeses atacaram Goa. A pedido do Vice-Rei da Índia, Frei Dionísio, ainda noviço, obteve licença para liderar as esquadras de Goa contra os holandeses, logrou gloriosa vitória. Enquanto isso, Frei Redento trabalhava como porteiro no Carmo de Goa.

Em 1638, Frei Dionísio foi ordenado sacerdote. Naquele mesmo ano, recebeu novamente dispensa de sua função para liderar a armada portuguesa em Samatra, na Indonésia, levando consigo Frei Redento. Traídos pelo rei de Achem e denunciados como espiões, todos os 60 tripulantes da armada portuguesa foram presos pelos chefes muçulmanos de Samatra e instados a renunciar à sua fé e abraçar o Islã para serem libertados. Como negaram, foram torturados com golpes de azagaia (uma espécie de lança), e enfim decapitados em 29 de novembro. Os dois carmelitas foram beatificados por Leão XIII em 1900.

Bem-Aventurados Dionísio da Natividade e Redento da Cruz, rogai por nós!

 

Ao martírio dos Bem-Aventurados Dionísio da Natividade e Redento da Cruz

Houve uma vez um Padre-Capitão,
herói do grande Império Português,
que, convocado a bélica missão,
portou a cruz e a espada a uma só vez.

Para a batalha carregou consigo
um outro ex-capitão, que era chamado
Frei Redento da Cruz, seu bom amigo,
no Carmo, junto dele, consagrado.

Traídos, pela malta muçulmana
à prisão eles foram conduzidos,
onde a abraçar a fé maometana
e a negar Cristo foram coagidos.

Mantendo-se fiéis ao Bom Pastor,
por várias lanças foram perfurados,
e aguentaram valentes o terror,
até serem, por fim, decapitados,

e enquanto pela terra ainda escorria
seu sangue, os Santos Anjos já os levavam
para o alto, rumo à Santa e Eterna Via,
onde os prêmios da Cruz os aguardavam.

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