Que a liberdade de expressão foi solapada no Brasil, não é novidade para quem acompanha o debate político na internet. Depois que bilionário dono da rede social X (antigo Twitter), Elon Musk, usou seu perfil para dar eco às denúncias feitas pelos jornalistas Michael Shellenberger, David Ágape e Eli Viera na matéria Twitter Files Brazil, nem mesmo a velha mídia pode calar sobre o assunto.
Quando achávamos que o caso não poderia ficar mais escandaloso, Eli Vieira publica outra matéria revelando mais arquivos do antigo Twitter. O Twitter Files Brazil 2.0 mostra que o youtuber Felipe Neto teria um acesso privilegiado ao alto escalão da rede social, pedindo inclusive uma atenção especial da plataforma para o perfil do jornalista Allan dos Santos. Esta nova revelação me levou para um caminho que desembocou nas ligações internacionais da censura no Brasil.
As relações perigosas entre o youtuber que imita foca e a nossa Suprem Corte iniciam em julho de 2020, quando o então presidente do TSE, Ministro Luís Roberto Barroso e Felipe Neto realizam uma live para debater um projeto contra as “fake news”.
Em dezembro de 2020, Felipe Neto anuncia o lançamento do Instituto Vero. Segundo o jornal O Globo, esta seria “…uma organização sem fins lucrativos com o objetivo de criar projetos de educação digital no Brasil, promover o uso consciente da internet e combater a desinformação.”
Naquela época os dois parecem ter se aproximado bastante, inclusive trocaram número de WhatsApp e mantiveram algumas conversas.
Em 2021, o Instituto Vero é oficialmente fundado.
Uma parceria feita entre Instituto Vero, Instituto Liberdade Digital, WhatsApp e TSE lançou, em maio de 2022, um Guia para eleitores para “incentivar a participação com informações verdadeiras nas eleições” daquele ano.
O programa de combate à desinformação do STF faz uma nova parceria com o Instituto Vero e promove um evento para treinar os servidores de diversos órgãos públicos em julho de 2022.
No site do Instituto Vero não há informações sobre suas parcerias e financiamentos. Porém quando pesquisei no site da Development aid, que é uma organização internacional de ajuda concedida por governos a outras agências, encontrei o Instituto Vero listado como uma das ONGs parceiras.
Entre os membros do Conselho do Instituto Vero, está o nome de Cristina Tardáguila. Ela é a fundadora da Agência Lupa, que por sua vez faz parte da IFCN (Internacional Fact-Checking Network), uma rede de checadores ligados ao Poynter Institute. Entre os financiadores, lá está a controversa Open Society Foundations do bilionário George Soros.
Todas estas ligações são feitas em um formato que fica difícil de fazer os links necessários para compreendermos sua formatação. Este é um assunto que deveria ser investigado mais a fundo por autoridades que têm acesso a instrumentos dos quais não disponho. Mas que há algo de podre no reino da Dinamarca ninguém pode negar, a própria falta de transparência já é um péssimo sinal.
Desde o início do Twitter Files Brazil, os jornalistas da velha mídia ecoam o discurso de ameaça a soberania nacional. Segundo eles, Elon Musk faria parte de uma organização internacional que dissemina mentiras para derrubar a democracia. Se tem uma coisa que eu aprendi com o saudoso mestre Olavo de Carvalho foi que os revolucionários têm como prática acusar seus adversários daquilo que eles fazem. Neste caso, acho que vale a pena investigar mais a fundo estas ligações internacionais da censura no Brasil.
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EXCELENTE MATÉRIA! MUITO ESCLARECEDORA
Muito bom o artigo. Afirmo que vamos de gerúndio aqui no Brasil. Nada nunca acaba. Sempre foi assim. Não é desilusão. É constatação.
Se la vie.