A areia do deserto e a ausência de umidade foram os fatores que possibilitaram a preservação do valioso material encontrado
Objetos de cerâmica e textos grafados nas paredes da construção foram encontrados em extraordinário estado de conservação, graças à ausência de umidade típica das regiões desérticas. Os mais antigos mosteiros construídos no Egito datam do longínquo século V, no entanto, recentemente, arqueólogos encontraram uma construção ainda mais antiga.

O portal de notícias Vaticano News divulgou os resultados de uma escavação arqueológica de um grupo de pesquisadores franco-noruegueses no Egito. A missão fora liderada pelo Institut français d’archéologie Oriental no sítio de Tal Ganoub Qasr-al Agouz, nas proximidades do Oásis Bahariya.

A descoberta consiste em eremitérios — abrigos de eremitas — que, para os padrões arqueológicos, estavam em extraordinário estado de conservação. Eram compartimentos separados que funcionavam em conjunto, mas de forma independente. As estruturas foram construídas com basalto, de tijolos de argila ou foram escavadas diretamente na rocha. Nas paredes das estruturas antiquíssimas inscrições em grego e pinturas que fazem referência à cultura copta podem ser observadas.

“Esses dormitórios estão preservados até o teto e é incrível se pensarmos que datam de 15 séculos atrás, ou talvez até mais”.
Victor Ghica, chefe da missão, da Escola Norueguesa de Teologia, Religião e Sociedade. Ghica é especialista em arqueologia da antiguidade tardia, cristianismo do século IV e papirologia copta.
Com a descoberta, espera-se expandir o conhecimento sobre o cristianismo primitivo e o monaquismo no Egito.
Com informações do portal de notícias Vaticano News.
“Virá o tempo em que os homens vão enlouquecer, e quando virem alguém que não está louco vão atacá-lo, e dirão: ‘Tu és louco, tu não és como nós'”.
Santo Antão, Santo cristão do Egito; considerado o pai de todos os monges.
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