O sertão cearense guarda segredos e tesouros de valor inestimável e ainda nos surpreende pela flora resiliente e de grande valia para tratamentos médicos
Neste mês, estudiosos da EMBRAPA, em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), vêm fazendo descobertas sobre uma planta pertencente à família da Amaryllidaceae, mais conhecida como açucena. A planta é a nova aposta para a composição de um anti-inflamatório inovador, com capacidade para tratar sintomas como a perda de memória, uma das muitas nuances da demência. Esta família de flores há muito tem seu uso registrado na Medicina, inclusive por Hipócrates, no tratamento de tumores uterinos.
A Hippeastrum elegans, encontrada nos municípios de Moraújo e Pacatuba, estão representando uma esperança para o tratamento da demência por possuir em sua composição a galantina, uma espécie de alcaloide que já se encontra em uso para tratar o Alzheimer.
Além da novidade, a planta possui cultivo favorável por estar adaptada ao clima cearense e seu desenvolvimento se dá de forma fácil, podendo tornar a produção em escala industrial mais célere. A pesquisa teve participação de vários profissionais, como químicos, biomédicos, agrônomos e farmacêuticos, que se mostraram positivamente surpresos com os componentes encontrados no bulbo da açucena.
Além da galantamina, foram encontrados mais 3 alcaloides: narciclasina (usada em tratamentos de linfomas), pseudolicorina e sanguinina. Os alcaloides são substâncias importantes para o estímulo do sistema nervoso central, tais como a morfina, cafeína e a nicotina.
A propriedade anti-inflamatória já foi testada em neutrófilos (células de defesa presentes no sangue de humanos). Os alcaloides encontrados na açucena diminuíram a neuroinflamação das células do sistema nervoso, uma das principais causas de doenças como Parkinson e Alzheimer.
Com informações da Embrapa
O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.
– José de Alencar
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