MURALHA DE LIVROS | Santidade, virtudes e distopias

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Destaques da semana vão para nova tradução de Arthur Koestler, lançamento sobre o Venerável Enrique Shaw e reedição de importante obra de Heitor de Paola

Santidade, virtudes, revolução, distopias e política. Ainda, um presente para as crianças. Tanto em quantidade como em qualidade, a Muralha desta semana está imensa.

Santidade e virtudes

A editora O Mínimo lançou seu nono volume, O mínimo sobre o Terço, em que o Padre Diogo Albuquerque expõe ao público geral as noções básicas sobre a devoção do Santo Terço. O livro inclui os relatos históricos da origem do Santo Terço, a relação dessa devoção com Papas e Santos, entre outras curiosidades edificantes sobre essa poderosa arma no caminho da santidade.

E se o assunto é santidade, a Editora Santo Thomas More acaba de lançar o livro Venerável Enrique Shaw, empresário de Deus. Nesta obra, são apresentadas a vida e a espiritualidade do empresário católico argentino Enrique Ernesto Shaw, declarado Venerável pelo Papa Francisco em 2021. Em diversas anotações que ele deixou em diários, cadernos e papéis avulsos, estão seus pensamentos, reflexões e conversações consigo mesmo, com Deus e com os demais.

E como o caminho da santidade deve passar pelo exercício das virtudes, encaixa-se aqui o lançamento da Editora Auster, Virtudes no cotidiano, de Victor Sales Pinheiro. Ancorada na tradição filosófica clássica e na espiritualidade católica, esta obra convoca o leitor, por meio de exercícios práticos e linguagem simples, a assumir uma atitude madura e responsável diante da vida. Somente a reflexão sobre nossas ações cotidianas e o contínuo exame de consciência a respeito das próprias motivações permitirão que não sejamos governado pelos instintos e que conquistemos assim uma vida digna de ser vivida.

Para os leitores que se interessarem por mais obras envolvendo o exercício das virtudes, recomendamos o Combo Virtudes no Cotidiano, que reúne, além da obra de Victor Sales Pinheiro, os títulos A vontade de sentido, de Victor Frankl, Terapia de guerrilha, de Italo Marsilli, Mapa do mundo pessoal, de Julián Marías, e Depois da virtude: um estudo sobre a teoria moral, de Alasdair Maclntyre.

Literatura, distopias e política

A Sétimo Selo lançou o romance Escuridão ao meio-dia, de Arthur Koestler, distopia que narra a história de Rubashov, membro da velha guarda que, em um país sem nome, ajudou a instaurar o governo totalitário do Número 1; seu trabalho é descobrir os oponentes do regime, interrogá-los e puni-los. Apesar dos anos de serviço ao Partido, a Revolução eventualmente o coloca no banco dos réus, e o torna vítima dos mesmos tratamentos brutais que ele costumava infligir. Preso, torturado psicologicamente e submetido a uma série de interrogatórios, Rubashov é forçado a prestar conta de sua carreira, sentindo na pele as terríveis ironias e traições de um movimento totalitário disfarçado de instrumento de libertação.

Antes publicado com o título O zero e o infinito e inspirado nos expurgos estalinistas, pela primeira vez em nosso país este romance aparece em sua versão original, traduzido a partir dos recém-descobertos manuscritos em alemão, para que assim o leitor possa ter contato com a obra-prima do século XX que inspirou as distopias de George Orwell.

Para os leitores mais curiosos por distopias, recomendamos o Combo Distopias, que reúne, além do romance de Koestler, as obras O Processo, de Franz Kafka, 2084: O Fim do Mundo, de Boualem Sansal, O Senhor do Mundo, de Robert Hugh Benson, e 1984 e A Revolução dos Bichos, de George Orwell.

Passando da ficção para a realidade, a Editora PHVox acaba de lançar o livro O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial, obra em que Heitor de Paola sobre o vasto, complexo e móvel panorama da transição revolucionária latino-americana, em curso há décadas e patente neste exato momento em todos os países da América Latina, inclusive no Brasil.

E, se o assunto é revolução latino-americana e Nova Ordem Mundial, nada como terminar esta seção com uma homenagem a um dos seus maiores críticos e combatentes no Brasil, Enéas Carneiro, cuja biografia Meu nome é Enéas, escrita por Renato Velloso, e com apresentação do Presidente Jair Messias Bolsonaro, acaba de ser anunciada em pré-venda pela Livraria Resistência Cultural Editora.

Para os pequenos

Para os pequeninos que estão aprendendo a falar, e também para os que estão aprendendo a ler, e Editora Pelicano lançou a série O nome das coisas,deFelipe Denardi, que traz o nome de dez coisas, seguidos das belas ilustrações da catarinense Gisele Daminelli. Os três primeiros volumes da série são Passeio na Fazenda, Hora do Banho e Compras na Feira.

Enfim, eis os tijolos e tijolinhos da semana. Fica a dica de sempre: construam suas muralhas, leiam, eduquem-se, enriqueçam seus espíritos, e até sábado que vem!


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