MURALHA DE LIVROS | Olavo de Carvalho, Bossuet e muito mais

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Destaque para lançamento de Olavo de Carvalho pela Vide Editorial

Há um ano e onze dias o Brasil perdia um dos maiores intelectuais de sua história, o professor, filósofo, jornalista, escritor e fundador do termo “Muralha de Livros, Olavo de Carvalho. E é ele o destaque desta semana. E entre os lançamentos aqui selecionados, preciosos tijolos: um volume do também gigante Bossuet; uma obra essencial para o entendimento sobre o que é o fascismo; outra, essencial para entender um pouco mais sobre os planos de domínio global de China; um importante documento português sobre a luta abolicionista no sec. XIX; e um mais que especial tijolinho para os pequeninos. Veja as ficas a seguir!

Destaque

Como dito, o destaque é um lançamento do saudoso professor Olavo de Carvalho, O irracional superior, quarto volume da série“O que restou do imbecil”,da Vide Editorial. O volume é composto de todos os artigos que o filósofo publicou no ano de 2001, cujo acontecimento mais marcante foi, sem dúvida, o ataque às torres gêmeas do World Trade Center. Além dele, o autor narra também o avanço, no Brasil, tanto do comunismo como da Nova Ordem Mundial, servindo-se dos eventos sempre como pretexto para explicitar princípios cognitivos, éticos e políticos, e posicionando-os num quadro mais amplo da história — expediente este que, segundo ele, estava em extinção na “classe falante” do Brasil, que, em vez disso, prefere zurrar de sua cátedra: “Nunca ouvi falar; logo, você está errado”.

É esse ilustre personagem coletivo, batizado de “irracional superior”, que empresta agora seu nome ao livro no qual se verá descrito. “Tal personagem já está entre nós. Converse dois minutos com ele e emburre para sempre”.

Para se ter ideia da dimensão dessa obra, confira um trecho aqui selecionado:

Se há um princípio moral universal, é aquele que, para abreviar, chamarei ‘princípio de autoria’: cada um é autor de seus atos. Esta obviedade suprema tem consequências que, embora sejam igualmente óbvias, muitas vezes são negadas na prática. A ocorrência desse fenômeno assinala, nas pessoas envolvidas, uma consciência moral frouxa e autocomplacente. Quem quer que negue implicitamente o princípio de autoria falseia toda a moralidade.

Mas, justamente porque as deduções lógicas no caso são bem fáceis de fazer, e de fato se fazem quase que por instinto, é evidente que o falseamento delas, quando ocorre, raramente se dá por simples erro lógico, mas denota quase sempre, no autor do juízo, algum fundo falso. Não por coincidência, as pessoas moralmente frouxas são as que mais se apressam a emitir juízos morais severos com pouco conhecimento de causa.

Combo “O que restou do imbecil”.

O valor dos artigos desta obra, nas palavras do editor Felipe Denardi, “consiste em que, ao tocar esses eventos vulgares, registrados em jornal, Olavo os aproveitava para traçar paralelos históricos, e mais que isso, demonstrar sua continuidade e sua relação causal com fatos passados por vezes ignorados do público geral. Ele os usava como pretexto para explicar princípios éticos e cognitivos universais ou princípios básicos da ciência e da análise política, bem como tocar, mais uma vez, a essência da filosofia e da religião”.

De fato, quando alguém que quer conhecer Olavo me pergunta “por onde começar a ler”, invariavelmente indico seus artigos (e agora, também, de seus Diários), pois neles sempre há muito da própria filosofia do professor, diluída, de maneira que este caminho facilita (e muito) o entendimento futuro de suas obras mais “pesadas”, as aulas do COF, os cursos etc. E fica a dica: aproveite para adquirir este lançamento do Professor Olavo, assim como ouros títulos do Grupo CEDET, até dia 10, pois depois dessa data haverá reajuste nos preços!

Outros lançamentos

E se falamos de Olavo de Carvalho, quem não se lembra de o professor ser frequentemente chamado de “fascista” por aqueles que, muitas vezes sem mesmo saber, são admiradores de regimes tão ou mais totalitários que o fascismo e o nazismo? Se você deseja se preparar melhor para lidar com aqueles que usam palavras como “fascismo” e “fascista” como meros rótulos de jargão publicitário ideológico vazio (quando uma palavra serve para tudo, é porque ela não diz mais nada) para xingar os conservadores, recomendamos fortemente a novidade da Editora O Mínimo: O mínimo sobre fascismo, de Karen Moura e Kemily Rodrigues. Descubra aqui quem foi realmente fascista e o que o fascismo, enquanto movimento político, defendeu – e, mais que isso, verifique com qual outro regime coletivista e totalitário do séc. XX (além do nazismo) o fascismo mais se parece.

E se o assunto são regimes totalitários, fica a dica do lançamento da Editora Vestígio, A Rota da Seda Digital: o plano da China para conectar o mundo e dominar o furuto, em que Jonathan E. Hillman, especialista na expansão global das infraestruturas da China, fornece uma abordagem urgente da batalha para conectar e controlar as redes do futuro. Do fundo do oceano à órbita da Terra, a Rota da Seda Digital tem como objetivo ligar o mundo e reescrever a ordem global. Levando os leitores a uma viagem ao Estado de vigilância da China, passando pelas áreas rurais dos Estados Unidos e pelas megacidades da África, o autor revela como é o projeto digital em expansão da China no globo e explora as consequências econômicas e estratégicas de um futuro em que todos os roteadores levem a Pequim.

Já para o crescimento de nossa vida espirtual, a Edições Livre trouxa nesta semana mais um volume do teólogo Bossuet, Adorável sacramento dos nossos altares: meditações sobre a Eucaristia. Com simplicidade e clareza, estas considerações e reflexões de Bossuet sobre o adorável sacramento dos nossos altares conduzem o leitor a melhor compreender a imensa piedade deste indispensável alimento de nossa alma.

Combo “Bossuet”.

Nesta semana, ainda, foi lançado pelo IBESEC o volume Emancipação dos Libertos, uma carta de 1874, escrita por Bernardo de Sá da Nogueira de Figueiredo, I Marquês de Sá da Bandeira, e dirigida a Joaquim Guedes de Carvalho e Menezes, governador de Cabo Verde e Moçambique entre as décadas de 1860 e 1870, em defesa da extinção do trabalho forçado nas colônias portuguesas na África, um dos registros mais importantes, em língua portuguesa, sobre a luta abolicionista.

Para terminar, um tijolinho para os pequenos de 1 a 3 anos de idade: Passeio no zoológico, quarto volume da coleção O nome das coisas, da Editora Pelicano. Escrito por Felipe Denardi e ilustrado por Giseli Daminelli, este livrinho traz, para os pequeninos que estão aprendendo a falar, e também para os que estão aprendendo a ler, o nome de dez animais que podem ser zoológico. Tanto para leitura compartilhada como independente, esta coleção revela-se muito rica para o processo de primeiro contato das crianças com as letras e o universo da leitura.

Combo “O nome das coisas”.
Esmeril Editora e Cultura. Todos os direitos reservados. 2023

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