Segundo Santo Tomás, somos animais sociais e políticos. Foi exatamente isso que o magnífico sábio ensinou ao Rei de Cipro:
“É, todavia, o homem, por natureza, animal social e político, vivendo em multidão, ainda mais que todos os outros animais, o que se evidencia pela natural necessidade.”. (St.
Tomás de Aquino. Do governo dos príncipes ao Rei de Cipro)
Consequentemente, não há como fugir. Sempre estaremos fazendo política, quer seja em nível familiar, em nível de vizinhança, bairro ou em nível profissional, diretamente ou indiretamente. Não há senão uma única alternativa para escapar dessa realidade: ser um ermitão. Mas não qualquer ermitão, que fique claro, senão um ermitão que se afaste e se esconda do mundo de tal modo que ninguém saiba onde ele está e as sociedades humanas ou seus efeitos não lhe possam atingir. Enfim, algo quase impossível atualmente.
Há, certamente, aqueles que se revoltam e rasgam as vestes, declarando que querem viver à margem da política e assim viverão. Bom, data maxima venia, só me resta lembrar-lhes àquela afirmação que costumeiramente se atribui ao gênio de Platão, segundo a qual: você pode não gostar de política, mas será governado por aqueles que gostam. E ponto.
Sendo assim, tenhamos paciência; respiremos fundo, com lenços nos narizes para suportar os miasmas que emanam de nossa política nacional e internacional; vamos em frente, fazendo o bem que nos é possível enquanto podemos e evitando todo mal possível em tudo que pudermos. Evidentemente, dada a natureza espiritual do homem e a transcendência do seu fim, a política jamais poderá salvar o mundo. Todavia, poderá ajuda-lo a ser melhor ou menos pior.