MURALHA DE LIVROS | Fechando abril com chave de ouro!

Destaque para título inédito de Olavo de Carvalho e importante obra que denuncia o totalitarismo judicial no Brasil

A Muralha desta semana fecha o mês de abril com chave de ouro: um grande número de importantes lançamentos, encabeçados por mais um volume inédito de Olavo de Carvalho. Além dele, outros gigantes, como o Venerável Fulton Sheen, São Tomás de Aquino, Madre Maria José de Jesus e Napoleão Mendes de Almeida. Também, um importante sobre o 08/01/23 e a escalada do totalitarismo judicial em nosso país. Obras sobre a cultura do cancelamento, a infiltração comunista no Ocidente e a influência do liberalismo francês no Brasil. Ainda, uma novidade para auxiliar na alfabetização dos pequeninos, com maravilhosas ilustrações.

Destaques

O primeiro destaque é um novo título de Olavo de Carvalho trazido pela Vide Editorial, Aforismos. Primero volume de uma longa série, o livro apresenta uma coletânea de trechos que sintetizam o pensamento do filósofo sobre os mais variados assuntos. A obra foi empreendida pelo editor Felipe Denardi, e era um desejo tanto do próprio Olavo como uma demanda de público, a partir de pessoas que solicitaram obras pelas quais pudessem começar a conhecer as ideias do Professor. Depois de coletar um bom número de aforismos, Denardi dividiu-os em capítulos temáticos, cujos títulos são emprestados de nomes de outros livros, capítulos de livros ou cursos de Olavo de Carvalho.

Os aforismos presentes nesta obra irão ajudar o leitor a conhecer melhor o vasto e complexo pensamento deste grande filósofo, além de servir como guia para sobreviver ao caos que enfrentamos em nosso país. Vale a pena conferir na íntegra a apresentação do editor sobre os Aforsismos:

“Não é a primeira vez que os cachorrinhos colhem as migalhas debaixo da mesa de um grande escritor. Estes aforismos são “papéis avulsos”, sobejos recolhidos da lida diária de Olavo de Carvalho com a instrução de seus alunos, a consideração dos acontecimentos políticos, a análise das ideias correntes e das obras de outros autores e filósofos. Não tanto como as máximas ou sentenças dos antigos, e mais como os Pensamentos de Pascal, eles sintetizam de um só golpe, concentrada numa intuição, toda uma teoria, toda uma longa discussão, ou fundamento de uma grande questão – são ‘ensaios líricos’, ou haikais de prosa filosófica –, ou então marcam, numa imagem, uma verdade que já sabíamos sem saber. Que sejam, para os que dele se aproximam num primeiro contato com o autor, como um trailer, que os instigue a buscar, nas obras maiores, a explicação ampla e pormenorizada de seu pensamento; e, para os já familiarizados, que os aforismos sirvam como símbolos, como formas concisas que auxiliam a apanhar e guardar na memória a compreensão cultivada nas longas leituras.”

Outro destaque vai para uma oba do IBESEC, 08/01: A história não contada, de Cláudio Luís Caivano, advogado que defendeu quatorze dos presos políticos de 8 de janeiro, em Brasília, Distrito Federal.

O autor acompanhou de perto as manifestações populares no Brasil, acampamentos em frente aos Quartéis Generais do Exército Brasileiro e o avanço de medidas repressivas desde a pandemia até a fatídica data que dá nome ao seu livro. Quando ocorreu o 08/01, Caivano estava em Piracicaba, interior de São Paulo, com a família, mas não demorou a socorrer aqueles aos quais pôde atender. Se os primeiros capítulos são dedicados ao “como chegamos até aqui”, o ápice do livro é a narração de quem lutou pelos direitos dos presos políticos. Assim, seus registros constituem uma importante denúncia sobre a escalada do totalitarismo judicial no Brasil.

Confira a seguir um trecho do capítulo 9, em que o autor registra suas impressões ao se deparar com o estado em que se encontravam aqueles prisioneiros políticos:

“Os sobreviventes do holocausto sempre relatavam suas memórias sobre aqueles momentos sombrios, principalmente do mais famoso campo de concentração alemão, que na verdade ficava no sul da Polônia, o temido Auschwitz. […] todos eles, unanimemente, descrevem que o que mais marca a todos, de modo atemporal, é o “odor de corpos” e a quantidade de pessoas que não sorriem mais, muitos choram, mas os semblantes estão marcados por uma tristeza profunda e a passividade, as reações foram trocadas por inanição.

Ao olhar aquela imagem formada na minha frente, com cerca de 6 agentes armados cercando aquelas pessoas, um deles com um fuzil, dois com as vestimentas camufladas, semblantes extremamente fechados, compenetrados e somente apontando com a mão para as pessoas que cumpriam no modo automático os seus destinos, me deparei com essa memória formada pela leitura, a memória olfativa, desagradável, nada amistosa, impelindo-se contra minha própria crença, o odor humano.

Aquelas pessoas estavam, em sua avassaladora maioria, desde a noite do dia anterior, no QG, sem banho, sofrendo com aquela situação, sendo atiradas de um lado a outro, entrando e saindo de ônibus, suando de nervoso, pelo calor e pelo temor.”

Outros lançamentos

Pela Editora Molokai, dois importantes lançamentos nesta semana: Por Deus e pela Pátria e Pais e Filhos, do Venerável Fulton Sheen, que foram lançados em São Paulo na última quarta-feira (25), em evento com participação especial do Padre Paulo Ricardo.

Por Deus e pela Pátria é a transcrição das transmissões radiofônicas realizadas pelo então Monsenhor Sheen, em 1941, na Estação WEAF, de Nova Iorque, em seu programa The Catholic Hour. Os textos compilados remetem à impossibilidade de as nações prosperarem sem um fortalecimento moral que só a cristandade é capaz de fornecer. Suas análises, feitas em um momento em que o mundo colapsava com a Segunda Guerra Mundial, levam à compreensão de que pelo menos 4 aspectos são imprescindíveis para que uma nação se fortaleça se assim estiver na condição de submissão a Cristo: estar preparada para possíveis conflitos (guerras); cultivar a vida em família; ratificar os laços da vida em comunidade, nos trabalhos de ajuda mútua e na caridade; na comunhão com Deus.

Já Pais e Filhos constitui um verdadeiro manual para as relações pessoais entre pais e filhos, e não são poucas as pílulas de compreensão da alma humana nos mais variados aspectos da vida que ele fornece: desde o modo mais eficiente de disciplinar as ações dos filhos, passando pela correção aos maus exemplos dos pais, incluindo temas aparentemente espinhosos como a rebeldia e a vida sexual dos jovens. Fulton Sheen faz uma leitura precisa do seu tempo, e é cirúrgico tanto na escolha do assunto de que trata quanto no prognóstico adequado para cada situação. E como o mundo moderno está, como lhe é peculiar, andando em círculos, inevitavelmente, os conselhos, as análises e os argumentos do bispo são ainda mais certeiros porque se tornam cruciais para os nossos dias.

Pela Ecclesiae, Questões disputadas sobre a verdade, de Santo Tomás de Aquino. A obra constitui um conjunto de 29 questões disputadas sobre aspectos da fé e da condição humana, preparadas para os debates que ele presidia durante a Quaresma e o Advento, que o Doutor Angélico escreveu no tempo em que lecionou na Universidade de Paris entre 1256 e 1259.

A disputa não somente era uma das técnicas habituais de ensino universitário (com a lectio e a praedicatio), mas se tornou um método obrigatório na Ordem dos Pregadores. A quaestio começava por uma discussão, chamada disputatio, para a qual o mestre escolhia uma ou mais teses e designava alguns alunos para a altercação. A principal função da disputa era exercitar os estudantes na formulação de argumentos, e o mestre controlava o exercício por meio de intervenções durante a sessão. Após a disputa oral, o mestre fazia a determinatio repetindo, reorganizando e, em certos casos, corrigindo os argumentos a favor e contra a tese. Ele dava, por fim, sua própria resposta e as soluções para cada um dos argumentos.

Traduzidas integralmente pela primeira vez ao português, as Questões disputadas sobre a verdade são fruto dos primórdios do fecundo e perene ensino de Santo Tomás de Aquino como mestre em teologia.

E se falamos sobre São Tomás de Aquino, o Centro Dom Bosco trouxe nesta semana um lançamento para aqueles que desejam começar a conhecer sua obra: Introdução à Suma Teológica, do Padre Martin Grabmann. Nesta obra, o leitor encntrará não apenas um estudo da Suma, mas todo o universo intelectual da Europa medieval, do qual o Aquinate é o fruto mais maduro; verá as origens das sumas, o desenvolvimento das formas literárias e das escolas, não de forma abstrata, mas encarnada em uma multidão de teólogos cujas obras, muitas vezes, ainda permanecem em manuscritos guardados em bibliotecas monásticas ou reais e que apenas um especialista do quilate de Grabmann pode conhecer; conhecerá algo da vida de Santo Tomás, seu amor pelos estudos e por seus alunos; e terá notícias de alguns dos seus discípulos imediatos, bem como dos estudiosos de sua obra ao longo dos séculos.
A edição do CDB é a única no mercado editorial brasileiro que preserva o prefácio original do autor, traduzido diretamente do alemão. Como complemento, foram incluídos dois artigos relativos à Filosofia medieval que darão ao leitor uma amostra dos grandes talentos de pesquisador que Grabmann possuía, e, mais importante, do que foi o esplendor da filosofia em tempos cristãos.

Pela Benedictus, Madre Maria José de Jesus: no caminho da perfeição, de Dante Gallian. Mais que uma simples biografia dessa admirável Serva de Deus brasileira, a obra de Gallian, historiador de grande calibre, descortina a nossos olhos, o cenário religioso e espiritual, que assinala o fim do século XIX e início do século XX, período em que Madre Maria José viveu, escondida entre os véus da clausura, mas irradiando o intenso brilho de seu carisma – formadora, escritora, tradutora, tendo traduzido as Obras Completas da Santa Madre Teresa de Ávila, até hoje, reputada como a melhor tradução em língua portuguesa.

Pela Estudos Nacionais, Arquivos secretos de W. Krivitiky no MI5: infiltração, corrupção e sabotagem comunista no Ocidente, de Walter G. Krivitsky. O autor, ex-general da espionagem militar soviética, deu uma série de entrevistas para o MI5 (contrainteligência militar do Reino Unido) que permaneceram secretas por décadas. Krivitsky descreve os reais objetivos estratégicos de Stálin, métodos de recrutamento e comunicação entre espiões, o mecanismo russo de controle dos Partidos Comunistas espalhados pelo planeta, operações em curso no Ocidente e dicas de combate à ameaça vermelha. No inicio de 1940, já em guerra contra a Alemanha nazista, o Reino Unido precisava urgentemente de maiores informações a respeito da União Soviética que, apesar de suas campanhas mundiais antifascistas, anti-imperialistas e pró-democracia, fez um pacto com Hitler, deixando os britânicos sem saber o que fazer a respeito de Stálin. Suas denúncias levaram à prisão imediata de um criptógrafo das Relações Exteriores do Reino Unido ( John H. King, codinome MAG) que estava trabalhando para os soviéticos, anos antes da Guerra Fria finalmente eclodir e antes da própria guerra na Europa tornar-se mundial.

Pela LVM, Cultura do cancelamento, em que Alan Dershowitz defende a liberdade de expressão, o devido processo legal e a contenção contra o impulso, muitas vezes ansioso, de cancelar completamente indivíduos e instituições aos caprichos, em constante mudança, de multidões impulsionadas pelas redes sociais. Seja nas redes sociais ou nas conversas do cotidiano, a cultura do cancelamento tem sido uma importante pauta de debate entre todos, não restrito ao mundo dos famosos, mas também ao dos anônimos.

Pela E.D.A., O liberalismo francês: a tradição doutrinária a sua influência no Brasil, de Ricardo Vélez Rodríguez. A obra consta de seis capítulos. Os dois primeiros são dedicados ao estudo da vida e pensamento dos precursores dos doutrinários: Madame de Staël, Jacques Necker e Benjamin Constant de Rebecque. No segundo capítulo é estudada, também, a influência deste último no Brasil. O terceiro capítulo registra a evolução do pensamento político dos doutrinários, destacando-se a figura central do grupo: François Guizot, bem como a repercussão da sua obra no pensamento brasileiro do século XIX. O quarto capítulo analisa a forma em que Alexis de Tocqueville e Raymond Aron defrontaram-se com a problemática da democracia, prolongando a feição doutrinária do intelectual-homem de ação. O quinto capítulo estuda as repercussões que suscitou no Brasil o pensamento de Tocqueville, ao longo dos séculos XIX e XX. E o sexto capítulo trata acerca da concepção de Tocqueville em face das relações internacionais.

Ainda, pela Texugo, obra para os pequenos: Meu primeiro livro de cachorros, de Ulisses Trevisan Palhavam.  Quinto volume da coleção Meu Primeiro Livro, destinada a crianças no primeiros estágio de alfabetização, o livro traz, em uma passeio ao sítio, os nomes de diversas raças de cães. O diferencial da edição fica pelas belas ilustrações de Gisele Daminelli.

Pré-Venda

Uma importante pré-venda do Centro Dom Bosco foi iniciada neste mês, trazendo um combo com a Gramática Metódica da Língua Portuguesa e a Gramática Latina, de Napoleão Mendes de Almeida. A Gramática Metódica é a gramática de mais longa vida em toda a história da literatura didática, assim brasileira como portuguesa: chegou a 46 edições e teve mais de 50 mil exemplares impressos. Nela é encontrado tudo aquilo que é necessário aprender para obter o bom domínio do idioma pátrio. Já na Gramática Latina, o emérito Professor lança os alicerces necessários, configurados na explicação simples e muito clara dos diversos casos latinos e de sua correspondência em português e conduz o aluno pelos meandros da língua de Cícero, Horácio e Virgílio, propiciando ao estudante completo domínio do latim e, ainda, compreensão aprimorada da sintaxe portuguesa.

Obras há muito almejadas por um sem-número de brasileiros, agora estes dois volumes serão trazidos de volta ao mercado pelo CDB, e por um preço realmente amigo. Ainda há 44 dias para o término da Campanha, que já atingiu 208% da meta de arrecadação.