DOSE DE FÉ | Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein)

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Carmelita de origem judaica, Santa Tereza Benedita da Cruz foi martirizada em Auschwitz 

Hoje é dia de Santa Teresa Benedita da Cruz, freira e mártir.

De família judia, última de onze irmãos, ela nasceu com o nome de Edith Stein, em Breslau, na Alemanha, em 1891. Bem criada, foi desde pequena uma estudante brilhante. Na adolescência, passou por uma crise que a fez abandonar as práticas religiosas e mesmo a crença em Deus. Ateia, gradou-se até o doutorado em Fenomenologia, em 1916, aos 25 anos.

Em 1921, a jovem Edith leu a autobiografia de Santa Teresa D’Ávila, e, tocada pela fé, converteu-se e foi batizada em 1922. À exceção de sua irmã Rosa, que se converteu em 1936, sua família jamais aceitou sua opção, e todos romperam relações com ela definitivamente.

Edith passou a servir a Nosso Senhor como professora em um liceu dominicano. Enquanto isso, participou como conferencista em inúmeros congressos católicos pela Europa. Ainda na década de 20, traduziu para o alemão obras do Cardeal John Henry Newman e de Santo Tomás de Aquino, além de publicar um estudo comparado de São Tomás de Aquino e Edmund Husserl (de quem fora aluna). Em 1932, tornou-se catedrática no Instituto Alemão de Pedagogia, em Münster.

Com a ascensão dos nazistas ao poder em 1933, todos os professores não arianos formam demitidos, e Edith, sem querer sair do país, foi aceita como noviça no Carmelo. Em 1934, ela tomou o hábito das carmelitas e passou a chamar-se Teresa Benedita da Cruz, em homenagem a Santa Teresa d’Ávila (também conhecida como Santa Teresa da Cruz). Em 1938, fez seus votos definitivos. Naquele mesmo ano, precisou ser transferida para o Carmelo de Echt, na Holanda, para onde sua irmã Rosa também foi um ano depois, como leiga carmelita.

Em 1941, a Holanda foi anexada pelo nazistas. Os superiores de Echt tentaram transferir as irmãs Stein para outro Carmelo, na Suíça, mas a burocracia das autoridades locais não permitiu.

Em julho de 1942, após os Bispos holandeses publicarem uma carta condenando as ações de Hitler e em favor dos judeus, os nazistas retaliaram deportando 242 católicos de origem judaica para os campos de concentração. Entre eles, Edith e sua irmã Rosa.

Inicialmente, Edith foi enviada para o campo de Westerbork, ao norte da Holanda, onde ficou conhecida como “a freira alemã”. Ela consolava e animava os aflitos, e tinha especial cuidado com as crianças. Em 7 de agosto, foi enviada com sua irmã e centenas de outros prisioneiros para o campo de Auschwitz. Dois dias depois, foi morta na câmara de gás e, depois, incinerada.

Modelo de inteligência a serviço da fé, Santa Teresa Benedita da Cruz foi canonizada por São João Paulo II em 1998, em uma cerimônia em que estiveram presentes diversos sobreviventes dos campos de concentração, alguns dos quais a conheceram em Westerbork e Auschwitz. Ela integra a lista dos Mártires do Século XX, e, junto com Santa Catarina de Siena e Santa Brígida, é co-Padroeira da Europa.

Santa Teresa Benedita da Cruz, rogai por nós!

 

Martírio e Glória de Santa Teresa Benedita da Cruz

 

Com seu Rosário, antes do amanhecer,

por todos presos ela intercedia,

e ainda a orar, em fila ela seguia

calma e sem medo, pronta pra morrer.

 

Aos mais angustiados a sofrer,

consolava-os, e a cada Ave Maria,

aqui e ali, descrentes convertia,

e a Luz em meio às trevas fê-los ver.

 

Tranquila ainda rezava quando no ar

a morte venenosa se espalhou,

e quando já não pôde respirar,

 

a Deus o seu espírito entregou,

e após por um instante desmaiar,

na Eternidade Santa despertou.


 

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