Professor e peregrino, o padre polonês João de Kenty foi exemplo de mestre que ensina à luz da fé e da caridade
Hoje é dia de São João de Kenty, ou São João Câncio, sacerdote.
Nascido no povoado de Kenty, na Polônia, em 1390, João passou sua vida toda em Cracóvia, em cuja Universidade foi professor de Filosofia e Teologia. Foi preceptor dos príncipes da casa real polonesa.
Enquanto professor, João tinha como objetivo a transmissão do conhecimento e da fé. Quando assumiu a cátedra universitária, estava no auge a controvérsia revolucionária hussita, que ele enfrentou com sabedoria e caridade – caridade, aliás, era uma de suas maiores virtudes.
João de Kenty também foi um grande peregrino. Fez várias peregrinações e romarias aos túmulos dos mártires de Roma e à Terra Santa. Conta-se que, em uma dessas viagens, foi assaltado e, como os ladrões tivessem esquecido de lhe levar algumas moedas que trazia no bolso, correu atrás deles para entregá-las.
Faleceu na noite de Natal de 1473, aos 83 anos. Foi canonizado por Clemente II em 1767. Em 1979, São João Paulo II, em visita à Polônia, consagrou uma capela em homenagem a São João de Kenty, Padroeiro do país, na Catedral de São Floriano, em Varsóvia.
São João de Kenty, rogai por nós!
João e os ladrões
Em romaria a Roma ia João,
quando foi surpreendido por ladrões,
que lhe levaram tudo e, aos safanões,
deixaram-no caído ali no chão,
e enquanto dava graças em oração,
o padre viu num bolso, entre botões,
moedas que os incautos fanfarrões
deixaram de levar, e pôs-se, então,
a atrás deles correr para entregar
os espólios deixados esquecidos,
e vendo os trocadinhos a brilhar,
prostraram-se os ladrões envergonhados
e ali se ajoelharam convertidos,
nos Céus gerando festas, risos, brados.
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