Os três Santos Meninos da Babilônia constituem modelo de perseverança na fé mesmo nas realidades mais hostis a Deus
Hoje é dia dos Santos Ananias, Azarias e Misael, os Três Santos Meninos da Babilônia.
A história destes três santos está relatada no Livro de Daniel. Segundo as Escrituras, durante a primeira conquista de Jerusalém por Nabucodonosor, em 604 a.C., Joaquim, rei de Judá, liderou uma revolta contra o domínio dos caldeus. A insurreição foi sufocada pelo rei babilônico, e entre as ações tomadas por ele esteve o sequestro de um grupo de adolescentes de boa aparência entre as famílias nobres de Judá. Aqueles jovens deveriam aprender a língua e a cultura dos caldeus, para servirem como eunucos no palácio de Nabucodonosor.
Entre os adolescentes levados para a Babilônia estavam Daniel (o profeta), Ananias, Azarias e Misael, que ganharam novos nomes babilônicos, respectivamente: Balthasar, Sidrac, Mesac e Abidnego. Os quatro, mesmo com os novos nomes e as tentativas de inculturação, permaneceram fiéis à sua fé e aos seus costumes, rejeitando os hábitos pagãos.
Em certa ocisão, Ananias, Azarias e Mizael recusaram-se a adorar uma enorme estátua de ouro de Nabucodonosor, que, por tal afronta, condenou-os a serem queimados em uma fornalha. Mas por mais intenso que fosse o fogo, os três permaneceram incólumes, sem sequer sentir o calor das chamas, protegidos por um Anjo, e cantavam louvores a Deus. Impressionado diante de tal milagre, Nabucodonosor publicou um decreto que proibia blasfemar contra do Deus de Israel, e os três jovens foram promovidos a altos cargos, com total liberdade de culto. Conta a tradição que viveram muitos anos, e que foram sepultados os três na mesma gruta que Daniel, sendo suas relíquias, posteriormente, transportadas para Alexandria e depois Veneza. Constituem modelo de perseverança na fé mesmo nas realidades mais hostis a Deus.
Santos Ananias, Azarel e Misael, rogai por nós!
Prova de fogo
Nos tempo de Nabucodonosor,
o megalomaníaco exigiu
que o povo oferecesse-lhe louvor
numa estátua de si que ele erigiu.
Ao ídolo curvou-se toda a gente,
com exceção de um bravo hebraico trio,
que recusou-se veementemente
a cometer tamanha aberração.
Diante da atitude impertinente,
tomado de furiosa indignação,
os três o rei mandou incendiar
numa fornalha, mas a combustão
não houve: enquanto estava a crepitar
o fogo, por um Anjo protegidos,
quedaram-se os meninos a rezar,
somente com seu Deus comprometidos,
permanecendo incólumes, intactos.
Diante do milagre, surpreendidos,
todos em torno olharam estupefatos,
e mais que todos, o arrogante rei,
que, derrotado, e se curvando aos fatos,
enviou a todo o Império nova lei,
proibindo blasfemar contra o Alto Deus
cultuado pela heroica hebraica grei,
o Pai que zela pelos filhos Seus.
E assim, os três meninos de Israel,
provados pelas chamas, aos judeus
revelaram o Amor que vem do Céu.
Benditos sede, ó Santos Ananias,
Azarias e ousado Misael,
que desfrutais de santas honrarias
na Eternidade, junto a Nosso Pai.
E para que nas mesmas alegrias
estejamos, a Deus por nós rogai!