Menina de gênio forte e inspirado pelo Espírito Santo, Santa Eulália de Mérida constitui modelo para as crianças cristãs perseguidas por sua fé
Hoje é dia de Santa Eulália de Mérida*, virgem e mártir.
Nascida em Mérida, na Hispânia Romana, no final do século III, Eulália era uma menina cristã piedosa e de temperamento colérico. Quando as perseguições anticristãs de Diocleciano chegaram à Hispânia, ela tinha apenas 12 anos. Ao ver tantas pessoas sendo levadas a apostatar publicamente à sua fé, ou levadas ao martírio, ela própria apresentou-se diante de Daciano, o governador que fazia valer a lei do Império, e censurou-o publicamente, sem medo. Daciano ordenou a dois carrascos que rasgassem a pele da pequena com ganchos de ferro, e depois cauterizassem as feridas com tochas. O fogo acabou pegando nos cabelos da menina, que morreu cauterizada e asfixiada.
Garota de gênio forte e inspirado pelo Espírito Santo, Santa Eulália de Mérida faz-se uma poderosa intercessora junto às crianças cristãs perseguidas por sua fé. Que o espírito dessa pequena colérica inspire as novas gerações no caminho da perseverança na santidade em tempos de ódio anticristão.
Santa Eulália de Mérida, rogai por nós!
O Martírio de Santa Eulália de Mérida
Nos tempos do cruel Diocleciano,
quando o ódio anticristão chegou à Espanha,
pelas mãos do verdugo Daciano
os corpos empilhavam-se às montanhas.
Em meio a tanto sangue, uma menina
chamada Eulália, em furiosa sanha,
sem temer do martírio a horrível sina,
dirigiu-se ao tirano pessoalmente
e o esculachou. Mirando a pequenina
que o desafiara, enérgica e valente,
Daciano a seus capangas ordenou
que a castigassem dura e cruelmente:
com férreo gancho a malta a esfarrapou,
e com tochas queimavam as feridas,
até que em seus cabelos se espalhou
o fogo, e em meio às chamas desabridas
morreu a pobrezinha incendiada,
e com as mais festivas acolhidas
no Céu foi entre os Anjos abraçada.
* Não confundir esta santa com Santa Eulália de Bercelona, celebrada em 12 de fevereiro, cuja biografia é muito semelhante.