A devoção ao Santo Rosário, propagada a pedido da própria Virgem Santíssima, é comprovadamente providencial
Hoje é dia de Nossa Senhora do Rosário.
A prática do Santo Rosário remonta aos primeiros séculos da Igreja, e passa dos monges anacoretas que se valiam de pedrinhas para contar o número de orações vocais, aos conventos medievais, onde os irmãos leigos, que não sabiam ler, eram dispensados do Saltério (recitação dos 150 Salmos) e, em lugar dele, rezavam 150 Pais Nossos que eram contados por grãos de feijão enfileirados em um cordão. Com o tempo, o Rosário foi se modificando, até tomar a forma como o conhecemos hoje, com 153 Ave Marias, 16 Pais Nossos, Oferecimento, Agradecimento, Salva Regina e orações opcionais ao final, como o Sub Tuum Preasidium e a Oração a São Miguel Arcanjo. Se houver o acréscimo dos Mistérios Luminosos (optativos), inseridos por São João Paulo II em 2002, colocam-se mais 50 Aves Marias e 5 Pais Nossos.
Essa prática popularizou-se como devoção com São Domingos de Gusmão, fundador da ordem dos Dominicanos, no início do século XIII. Naquele tempo, a Europa estava sendo devastada pelos hereges albigenenses, ou cátaros. Aquela heresia, muito mais que um problema dogmático, era também uma questão de segurança pública, pois os cátaros eram criminosos que promoviam todo tipo de desordem social, assassinando os fiéis aos milhares.
Conta a Tradição que em 1214, estando São Domingos em oração e penitência na cidade de Toulouse, teve uma visão de Nossa Senhora, que apareceu a ele e entregou-lhe o Santo Rosário como arma para converter e vencer os hereges. E, de fato, os Dominicanos, liderados pelo Santo monge, venceram aqueles que estavam a destruir não só a Igreja, mas também a sociedade.
No século XVI, o Santo Rosário foi novamente a grande arma dos cristãos contra infiéis, desta vez os turcos otomanos, que avançavam contra a Europa. O exército cristão, composto de voluntários e em número reduzidíssimo, rechaçou e definitivamente derrotou os turcos em 7 de outubro de 1571, em uma batalha naval literalmente prodigiosa. Este verdadeiro milagre foi creditado por São Pio V (então Papa) à intercessão de Nossa Senhora. Isso porque o Pontífice havia convocado toda a Europa a rezar o Santo Rosário para a vitória cristã contra os infiéis. Foi então que a Mãe de Deus ganhou o título de Nossa Senhora da Vitória, celebrada hoje como Nossa Senhora do Rosário, pela vitória que Ela então alcançou graças à piedosa devoção do Santo Rosário por parte dos fiéis.
Rosas para a Mãe
Todas as vezes em que rezamos um Ave Maria, entregamos uma rosa à Mãe do Céu – por isso, o nome Rosário (conjunto de rosas). Para que possamos triunfar sobe o maligno (em primeiro lugar e sobretudo em nós mesmos) e derrotarmos os albigenenses de nosso tempo (como aqueles que querem tomar de assalto nosso país), entreguemos a Nossa Senhora um buquê de rosas em todos os dias deste decisivo outubro e, para além dele, de nossas vidas. Como Ela prometeu, a Vitória está garantida.
Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!
São Domingos e o Rosário
São Domingos em Toulouse
com fervor ia rezando
por socorro para a Europa
contra ao maus hereges, quando
do Céu teve uma visão:
apareceu-lhe Maria,
a Mãe de Deus, que entre nuvens,
um Rosário lhe trazia.
Ela assim falou ao monge:
“Domingos, filho querido,
qual arma usou a Trindade
para dar novo sentido
ao mundo, tão destroçado?”
“Tu bem sabes, Mãe querida”,
respondeu-Lhe São Domingos,
“pois foste Tu a escolhida!”
Então, Ela replicou:
“Disseste bem a verdade,
e se queres restaurar
nas almas a caridade,
e curar os corações
pelo mal endurecidos,
reza sempre meu saltério,
e os verás enternecidos.”
Assim fez o santo monge,
e em amorosa obediência,
junto de seus companheiros,
com piedosa diligência
pelas cidades rezaram
o Rosário de Maria,
e em pouco tempo extirparam
a albigenense heresia.
A história de São Domingos
e a Mãe do Rosário ensina
que as batalhas contra o mal
se vencem com fé genuína.
Que esta santa devoção
saibamos seguir também,
e que a Mãe do Santo Terço
por nós rogue sempre. Amém.
Amém!
Amém!!