Último dos profetas e precursor de Nosso Senhor Jesus Cristo, São João Batista morreu por, sem medo, denunciar publicamente os pecados de um monarca pusilânime
São João Batista é daqueles Santos de importância tamanha, que ganha mais de uma data em sua honra no calendário litúrgico. Em 24 de junho foi comemorada sua Natividade, e hoje, 29 de agosto, lembramos seu Martírio.
Primo de Jesus e último dos profetas, São João Batista pregava ao povo de Israel pela conversão dos corações, e a todos que aceitavam a palavra de Deus, batizava nas águas do Jordão.
Relata o Evangelho de São Lucas que Herodes Antipas, um rei e homem com iniciais realmente minúsculas, gostava de escutar a pregação de João Batista, mas estava muito longe de se converter, pois vivia em união pecaminosa com Herodíades, esposa de seu irmão Herodes Filipe. E o Batista denunciou publicamente o adultério do rei.
Pressionado pela companheira diabólica, mas temendo a maldição que poderia se abater sobre si, Herodes mandou prender João Batista, sem no entanto ousar feri-lo.
No entanto, Herodiades, em conluio com sua filha Salomé, armou para o rei um situação a qual ele não teve forças para escapar: Salomé dançou para Herodes a dança dos sete véus, ao fim da qual permanecia totalmente nua. O monarca, que também alimentava pela sobrinha desejos libidinosos, prometeu dar-lhe o presente que ela bem escolhesse. E Salomé, orientada pela mãe, pediu a cabeça de João Batista em uma bandeja. Fraco como era, Herodes cedeu aos caprichos de Salomé e Herodíades, e o profeta foi morto por decapitação.
São Joao batista morreu por denunciar a verdade, por sem medo, relevar publicamente os crimes de um rei sórdido. Isso porque temia somente a Deus, que conforme o belo canto de sua Santíssima Tia, “derrubou dos tronos os poderosos e exaltou os humildes” (Lc 1, 52).
Ainda, as Sagradas Escrituras não relatam que Jesus tenha chorado ao saber da morte de Seu primo, mas a dor em Seu Coração com certeza foi terrível e profunda. Portanto, para que tenhamos sempre a sabedoria de reconhecer o erro e a coragem de denunciá-lo, e para que possamos consolar o Sagrado Coração que tantas vezes nós ferimos, rezemos especialmente, no dia de hoje, com particular atenção ao sacrifício de Seu amado primo e precursor.
São João Batista, Mártir, rogai por nós!
O Martírio do Batista
Após denunciar os vis pecados
do rei Herodes, foi João Batista
numa prisão imunda encarcerado
por ordem do tirânico alcovista.
A “esposa” do safado rei, no entanto,
diabólica, soberba e calculista,
armou a morte do profeta santo:
mandou dançar sua filha, Salomé,
a Herodes, que, rendido ao seu encanto,
à jovem prometeu seu reino até,
ou qualquer coisa que ela bem quisesse.
A moça, endiabrada, fincou pé:
“Se a todos meus caprichos obedeces,
eu desejo a cabeça do profeta:
eis o presente que ora me ofereces!”
O atrapalhado e bêbado pateta
Herodes, compreendendo em que cilada
metera-se, mas sem consciência reta,
mandou então que fosse executada
a pena capital ao prisioneiro,
que teve sua cabeça decepada,
prenúncio do Holocausto do Cordeiro.
E quando Cristo à Fúnebre Mansão
desceu, topou alegre e lisonjeiro
com Seu tão caro e amado primo João,
e junto com benditos outros tantos,
levou-o ao Seu Altíssimo Rincão,
ao Lar Eterno de todos os Santos.