DOSE DE FÉ | Lidvina

Leônidas Pellegrini
Leônidas Pellegrini
Professor, escritor e revisor.

Santa Lidvina passou quase quatro décadas tetraplégica, oferecendo todo seu sofrimento a Jesus pela salvação das almas

Hoje é dia de Santa Lidvina, virgem e mística.

Nascida em Schiedan, na Holanda, em 1380, Lidvina era de uma família cristã caridosa. Apoiada no exemplo de seus pais, desde criança ela tinha o costume de ajuntar roupas e alimentos para os pobres.

Aos quinze anos, Lidvina foi patinar no gelo com os amigos e sofreu um acidente grave, que a fez fraturar a coluna e sofrer várias lesões internas. Ficou permanentemente tetraplégica. Quando soube que sua paralisia era irreversível, a jovem entrou em desespero e se aprofundou cada vez mais em intensa tristeza.

A Providência tirou-a de sua miséria pelas mãos do padre João Pot, que a visitava regularmente, e cujas santas palavras a encorajaram a encontrar sentido em sua condição. Ela passou, então, a compreender seus sofrimentos físicos como uma união com os de Jesus, e passou a oferecê-los a Ele para a salvação dos pecadores.

Para ter certeza de que estava seguindo o caminho certo, que faria o que Deus queria para ela, junto com o Padre Pot e outras pessoas, pediu-Lhe um sinal, e foi atendida: no mesmo momento, apareceu uma hóstia brilhante sobre sua testa, milagre eucarístico que foi testemunhado por todos que se encontravam presentes.

Lidvina recebeu os dons da profecia e da cura. Em seu leito, ela não apenas curou os enfermos, mas repreendeu e aconselhou um sem-número de pessoas que a procuravam, tornando-se um grande instrumento de Deus para a salvação de tantas almas.

Depois de 12 anos acamada, a santa holandesa passou a experimentar êxtases espirituais, em que conversava com Jesus e Nossa Senhora, e dessas conversas também partiam muitas das orientações que ela dava aos que a procuravam.

As complicações da condição física de Santa Lidvina foram se agravando com o passar do tempo. Seu organismo passou a rejeitar tudo, até mesmo água, a ponto de em seus últimos sete anos de vida, ela alimentar-se exclusivamente do Santo Pão Eucarístico. Quando morreu, em 14 de abril de 1433, depois de sete meses de grande sofrimento, seu corpo estava reduzido a um punhado de ossos, rezando sem cessar com uma voz suave e baixa. Antes de falecer, pediu que sua casa fosse transformada em um hospital para os doentes incuráveis e os pobres. Foi canonizada em 1890 pelo Papa Leão XII, que a declarou Padroeira dos doentes incuráveis.

A vida de Santa Lidvina, sobretudo na proximidade da Páscoa, constitui uma lição de humildade e sacrifício para os cristãos, para que nos lembremos dos pesados sofrimentos que Cristo carregou e carrega por nossos pecados. Que nos lembremos dessa santa holandesa e, curvando-nos ao Cordeiro de Deus e nosso Rei. Ofereçamos a Ele nossas dores e angústias, sofrendo com Ele e em Seu Santo nome.

Santa Lidvina, rogai por nós!

 

A consagração de Lidvina

 

Depois que um acidente a destruiu,

a Jesus resolveu se consagrar

a jovem Lidvina, e então pediu

aos Céus algum sinal a confirmar

 

sua consagração, e luz divina

brilhou sobre ela, e fez-se Santo Pão.

Naquele instante, viu-se Lidvina

em visceral, profunda comunhão

 

com o Crucificado, e a sua dor

como holocausto a Ele ofereceu,

para salvar do inferno o pecador,

 

e foi assim que ao Céu ela ascendeu,

num corpo a definhar a cada dia,

enquanto sua alma mais se engrandecia.


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