No episódio das Bodas de Caná, sob a intercessão de Maria Santíssima acontece o primeiro milagre de Jesus
No segundo domingo do ano celebra-se o episódio das Bodas de Caná, narrado no Evangelho de São João (2, 1 – 11). Segundo o relato bíblico, depois que Jesus retornou de seu retiro de 40 dias no deserto, Ele, junto com Maria e Seus primeiros discípulos foram a um casamento em Caná, povoação da Galileia. Em determinado momento, o vinho acabou. Maria então avisou ao Filho: “Eles não têm mais vinho”, ao que Ele respondeu: “Mulher, por que dizes isto a mim? Ainda não é chegada a minha hora.” Mas Ela, voltando-se para os empregados da festa, ordenou: “Fazei tudo o que Ele vos disser.” Jesus então pediu para que eles enchessem as talhas com água e servissem ao presidente da mesa. Quando este provou o líquido tirado de uma das talhas, verificou que se tratava do melhor vinho que já provara, e cobriu o anfitrião de elogios.
O episódio das Bodas de Caná é muito significativo. Além de ser o primeiro milagre registrado de Jesus, é também a primeira vez em que Maria, Sua Mãe Santíssima, agiu como intercessora entre Ele e os homens. Aliás, foi por respeito a Ela que Jesus, tendo negado uma primeira vez realizar o milagre (pois ainda não era a hora de Ele revelar-se) antecipou os planos de Deus e começou a operar Seus prodígios.
Por isso, é tão importante que tenhamos a Virgem Santíssima como nossa principal Intercessora, e recorramos sempre a Ela. E, para que Sua intercessão se faça presente e visível para nós, como foi em Caná, sejamos obedientes aos pedidos d’Ela e d’Ele (é disso que se tratam as profecias marianas, inclusive), como foram os empregados da festa. Afinal, como bem observa o Padre Jean Croiset, a intercessão de Maria está condicionada à obediência de Seus servos: “Queremos nós que a Mãe se empenhe em nosso favor perante Seu Filho? Pois sejamos obedientes e fiéis. Em vão implora a proteção da Mãe quem faz profissão de ofender e desobedecer ao Filho.” (Ano Cristão, 2022, pág. 93)
Sejamos, portanto, bons servos, e sigamos fiéis a Nosso Senhor Jesus Cristo, e atentos aos pedidos e admoestações de Sua Mãe e nossa, para que sejamos cumulados de graças por Sua poderosa intercessão. A Ela, hoje, clamemos:
Nossa Senhora de Caná, rogai por nós!
As Bodas de Caná
Quando Jesus, após quarenta dias
no deserto, pra casa retornou,
era um dia de festas e alegrias,
de um casamento que a Ele se anunciou,
e para lá, da Mãe acompanhado,
e dos amigos, pronto Ele rumou.
A festa ia bem, mas em determinado
momento, todo o vinho se extinguiu,
e Maria, sentada ali ao Seu lado,
ao Filho humildemente proferiu:
“Eles não têm mais vinho”, ao que Ele então
categoricamente redarguiu:
“Por que me dizes isto? Ainda não
chegou a minha hora.” Ainda assim,
com Seu Compadecido Coração,
Ela voltou-se aos servos do festim
e assim falou-lhes: “Ora fazei tudo
o que Ele vos disser”. O Filho, enfim,
pediu que eles enchessem uns bojudos
potes com água, e assim eles fizeram.
E quando foi servido o conteúdo
dos potes, só elogios se disseram,
e bradou um conviva, entusiasmado
com o excelente vinho que trouxeram:
“É um hábito comum a todo lado
servir primeiro o vinho bom, e então,
quando todos já estão embriagados,
servir o ruim. No entanto, hoje não!
Um bem melhor para o final guardaram!”
E assim foi que naquela ocasião
os milagres de Cristo começaram.