Mártir da Inglaterra, Bem-Aventurado Thomas Holland constitui modelo de piedade, santa astúcia e coragem diante da hostilidade e das perseguições a Cristo e Sua Igreja
Hoje é dia do Bem-Aventurado Thomas Holland, sacerdote e mártir.
Nascido em Sutton, no Condado de Lancashire, na Inglaterra, em 1600, Thomas desde criança mostrava tendência à piedade e à vida religiosa. Educado na Holanda, estudou no St. Omer’s College, e em 1624 ingressou no noviciado da Companhia de Jesus em Watten. Depois, estudou Teologia em Liège, na França, onde foi ordenado sacerdote. Designado como diretor espiritual de St. Omer’s, lá foi apelidado de “Bibliotheca Pietatis”, devido ao seu alto grau de instrução e de piedade.
Em 1635, Padre Thomas foi enviado à sua terra natal como missionário. Mestre em disfarces e fugas, atuou durante sete anos na clandestinidade, trabalhando com firmeza e perseverança para manter viva a Igreja em uma Inglaterra hostil à fé católica. Converteu e levou “de volta para casa” muitos descrentes apenas com seu estilo de vida piedoso – em todo seu tempo livre, dedicava-se à oração, e muitas pessoas de seu tempo testemunharam que sentiam um atmosfera sobrenatural, um halo de santidade em torno dele nesses momentos.
Em 4 de outubro de 1642, Padre Thomas foi detido nas ruas de Londres, e, acusado de ser sacerdote católico, foi sentenciado à morte em 10 de dezembro. Nos dias seguintes, foi visitado por uma multidão de fiéis e atendeu inúmeras confissões. A caminho da forca, no dia 22, recebeu sua absolvição de um outro irmão sacerdote que, como ele mesmo fizera tantas vezes, estava disfarçado entre o povo. Antes de ser enforcado, perdoou a todos os seus algozes, deu ao carrasco ao moedas que trazia no bolso, e fez a seguinte declaração pública: “Para glória de Deus e a conversão à fé católica, se eu tivesse tantas vidas quantos cabelos na minha cabeça, ou gotas de água no oceano, ou estrelas no céu, eu as sacrificaria todas com a maior boa vontade.”
Beatificado por Pio XI em 1929, este Bem-Aventurado padre jesuíta constitui modelo de piedade, santa astúcia e coragem diante da hostilidade e das perseguições a Cristo e Sua Igreja. Que seu exemplo nos inspire em meio às perseguições que já vivemos e ainda viveremos.
Bem-Aventurado Thomas Holland, rogai por nós!
A última oração do Padre Thomas Holland
Numa Inglaterra avessa à piedade,
seguia pelas ruas da cidade
Padre Thomas, à forca sentenciado,
enquanto pelos fiéis era chorado.
Antes do fim, o padre perdoou
do rei ao seu carrasco, e assim orou:
“Para a glória de Cristo e a conversão
à Sua Igreja, diz meu coração
que se mil vidas eu tivesse ainda,
qual gotas d’água na maré infinda,
ou qual estrelas que há no firmamento,
ou cabelos que tenho no momento,
de boa vontade e cheio de alegria,
todas elas eu sacrificaria!”
Assim falou, e ao apertão do nó,
tranquilo e paciente como Jó,
a Deus o seu espírito entregou,
e às celestiais fileiras se juntou.